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junho 3, 2021
Clareira: Angelo Venosa no MAC USP, São Paulo
Nesse sábado, dia 5 de junho, Angelo Venosa inaugura uma mostra individual no MAC USP, em São Paulo, parte do projeto Clareira, com curadoria de Ana Magalhães e Marta Bogéa. Instalada no térreo do Museu, local de acolhimento de seus visitantes, a Clareira visa estabelecer diálogos entre trabalhos de artes visuais com diversas manifestações artísticas, abrindo novas possibilidades de leitura para o acervo do Museu.
A exposição de Venosa apresenta desde obras históricas, como a obra Sem Título (1987), que integra a coleção do Museu, até trabalhos recentes, dentre eles, obras que estiveram em exibição em Quasi, individual do artista na Nara Roesler Rio de Janeiro de abril a maio de 2021.
Um dos maiores escultores em atividade no Brasil, Angelo Venosa nasceu em São Paulo, em 1954, e vive no Rio de Janeiro. Entre 1984 e 1990, Venosa, juntamente com Daniel Senise (1955), Luiz Pizarro (1958) e João Magalhães (1945), formou o Ateliê da Lapa, contexto no qual desenvolveu seus primeiros trabalhos. Na prática de Venosa encontramos uma sensação de exílio, principalmente nas esculturas que nos remetem a fósseis, ou de figuras que tanto podem vir de um passado distante, como de um futuro indeterminado.
A CLAREIRA
Clareira (em tupi, Baependi) é uma área de pouca vegetação, ou de vegetação rasteira localizada no interior de uma floresta ou de um bosque. Sua conformação é fundamental para a renovação da floresta e para sua diversidade, pois ela funciona como uma espécie de celeiro: ali, as novas espécies podem emergir e as existentes garantem sua sobrevivência e germinação. No caso da floresta amazônica, por exemplo, são áreas nas quais grupos indígenas nômades estabelecem assentamentos temporários.
No MAC USP, a “Clareira”, instalada no térreo do Museu, local de acolhimento de seus visitantes e de contato com o “chão” da cidade, inaugura um sítio de diversidade e renovação, recebendo uma programação com várias formas de manifestação artística, para qual estão convidados artistas visuais, músicos, performers, bailarinos, escritores, atores, cineastas, curadores, diretores, configurando local de trocas e de expressão artística de linguagens diversas.
A programação alterna ações pontuais nas noites de quinta-feira, intercaladas com duas instalações de Artes Visuais que perduram no tempo. São Paulo Companhia de Dança, Teatro da Vertigem, Noemi Jaffé, Joel Pizzini, Livio Tragtenberg, Eduardo Monteiro, Angelo Venosa, Marcos Gallon, Ana Amorim, DC, Elilson, Julián Fuks, Natalia Timerman, Cristina Elias, César Meneghetti, Eugenio Puppo, Daniel Munduruku, Sonora e Lucia Koch são os artistas e coletivos que irão configurar a Clareira no MAC USP, em 2021.
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sympla.com.br/visitamacusp
PROGRAMAÇÃO
Junho
05/06 a 01/08 - Angelo Venosa
É um dos poucos artistas egressos da chamada “Geração 80” dedicados à escultura. Desde então lançou as bases de uma trajetória que inclui passagens pela Bienal de São Paulo (1987), Arte Brasileira Século XX (1987, Musée d’Art Moderne de La Ville de Paris), Bienal de Veneza (1993) e Bienal do MERCOSUL (2005). O artista conta com várias esculturas públicas instaladas no país - em São Paulo, no Jardim do Parque Ibirapuera, acervo Museu de Arte Moderna e no Jardim da Luz, acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo.
angelovenosa.com
Agosto
5, 12 e 19/8 - Marcos Gallon (Curador convidado)
Graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Como bailarino e coreógrafo, trabalhou em várias companhias de dança em São Paulo. É diretor artístico da Verbo – Mostra de Performance Arte, plataforma anual criada pela Galeria Vermelho (São Paulo), em 2005. Organizador de Verbo – mostra de performance arte (Ed. Tijuana, 2015). Curador convidado na Clareira, Gallon apresenta os artistas Ana Amorim, DC e Elilson.
galeriavermelho.com.br/pt/verbo
5/8 - Ana Amorim
Graduada em Artes Plásticas (FAAP), com mestrado nos Estados Unidos (Ohio University) e estudos na Inglaterra e Nova Zelândia, a artista propõe como poética que a sua vida é arte e elege desenhar mapas mentais em livros, ao final de todos os dias, desde 1988, como evidência do seu estar viva. Essa rotina se desdobra em suportes distintos como registro de suas derivas pelo mundo. Grande tela (1989), Grande tela (1990) e O espectro de cor da minha vida (1989) integram o acervo MAC USP.
12/8 - DC
DC atua de maneira transversal no terreno das Artes Visuais. Há nove anos é mediadora em espaços expositivos em instituições de arte. Realizou palestras na Suíça, Vevey e Lausanne. Dedica-se ao projeto Seus filhos também praticam, no qual utiliza a prostituição como ferramenta de trabalho e investigação, aproximando-se de garotos com idade entre 18 e 25 anos, brancos, ricos e autodeclarados héteros. Nesse projeto, busca cultivar o diálogo e a escuta no domínio da raça, classe, gênero e sexualidade.
19/8 - Elilson
Artista e professor, graduado em Letras (UFPE), mestre em Artes da Cena – Performance (UFRJ). Recebeu bolsa do Programa de Formação e Deformação da EAV – Parque Lage (2018), premiado em Rumos Itaú Cultural e pelo EDP nas Artes do Instituto Tomie Ohtake. Como educador concebeu e supervisionou o Educativo da XII Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Publicou Por uma mobilidade performativa (Editora Temporária, 2017) e Mobilidade [inter]urbana-performativa (Rumos Itaú Cultural, 2019).
26/8 - Julián Fuks
A ocupação (Companhia das Letras, 2019). É autor de Histórias de literatura e cegueira (2007) e Procura do romance (2011), ambos finalistas dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom, e do romance A resistência (2015 , traduzido em cinco línguas e vencedor dos prêmios Jabuti de Livro do Ano de Ficção e Melhor Romance em 2016), Saramago (2017) e Anna Seghers (2018). Foi eleito pela revista Granta "um dos melhores jovens escritores brasileiros". Na Clareira fará leitura de trechos de A ocupação.