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junho 2, 2021

Arnaldo de Melo na Fundação Iberê, Porto Alegre

O alfabeto particular de Arnaldo de Melo

Um artista com a alma inquieta, crispada e ruidosa. Três virtudes do paulistano Arnaldo de Melo, 60 anos, que extravasam em seu ateliê localizado no distrito da Sé. As obras expostas são como um presente para o público. Apesar de ter uma trajetória precoce, com a participação em exposições desde 1979, no Brasil e na Alemanha, foi em 1990 que realizou sua primeira individual, na então recém-inaugurada Galerie Roepke, em Berlim.

Agora, pela primeira vez na Fundação Iberê, Arnaldo apresenta vinte e seis pinturas de grandes dimensões, a maioria realizada em 2019, e outras tão expressivas produzidas nos anos 1980, quando viveu em Nova York e em Berlim. “O Gesto Crispado” foi minuciosamente pensado para acompanhar os ambientes projetados pelo arquiteto português Álvaro Siza, de forma a usufruir de suas perspectivas abertas, voltadas ao vão livre interno e aos visitantes que chegam ao terceiro piso através das rampas.

Numa das salas de acesso, chama a atenção o conjunto de papéis sequenciados nos quais os traços largos, feitos com vassoura embebida em tinta acrílica, definem sinuosidades e contrações até os seus limites espaciais. “A esse conjunto de vinte e seis papéis, cada qual correspondendo a uma letra do alfabeto, o artista sugere uma ordenação visual e intencionalmente avessa ao alfabeto latino do qual deriva nossa escrita fonética. O alfabeto desta exposição apresenta as vogais como norteadoras para uma escrita, para logo se dispersar como que se esbarrando ou pedindo licença poética aos gestos que caracterizam a caligrafia oriental. Uma escrita-pintura no sentido de explicitar o seu apreço pelo gesto que se quer formativo enquanto disforme, tão preciso quanto ao mesmo tempo fugaz e desinteressado, em sintonia com o momento que vivemos”, escreve o curador Agnaldo Farias, que segue:

“Ao passo em que serve de pórtico para o ingresso ao seu universo poético, declara de saída seu tributo à caligrafia oriental, à caligrafia dispensada da significação unívoca, celebrando sua condição selvagem. O caminho trilhado por nosso artista assemelha-se ao de todo artista que escapa de estruturas convencionais por entendê-las como subsumidas a princípios éticos, a sistemas comunicativos responsáveis por soluções cristalizadas, que não avançam, ao contrário, reafirmam sensibilidades e formas de expressão determinadas. O artista tenta escapar desse cerco por entendê-lo como mais do que restrito, pela promessa de apaziguamento que ele proporciona, pelo modo como induz as pessoas a preferirem aquilo que já conhecem. Mas a vida pertence à mudança, ao movimento contínuo, a crises sucessivas, discretas ou ostensivas, como se nota tão logo se coloca o pé na rua, e não será necessário viver sob o peso de pandemia para reparar nisso. A menos que se esteja definitivamente amortecido”.

Entre 1987 e 1990, Arnaldo de Melo frequentou a Hochschule der Künste Berlin (hoje Universität der Künste) com bolsa DAAD (sigla para Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico). Durante esse período na então West-Berlin, recebeu orientação por parte do artista Karl-Horst Hödicke, um dos primeiros pintores que firmaram a escola neoexpressionista na Alemanha, ou a chamada Wild Malerei (Pintura Selvagem).

Antes, em 1984 e 1985, morou e trabalhou com pintura em Nova York, seguindo de forma autodidata sua escolha pela pintura abstrata expressionista, de evidente destaque nos grandes museus americanos. Ainda em Nova York, dedicou atenção especial à explosão da pintura neoexpressionista, que já adentrava os museus e trazia vigor às galerias de arte. Em simultâneo, recebeu forte influência dos grafites e dos artistas “de rua” que iniciaram suas carreiras naquele período.

Posted by Patricia Canetti at 4:23 PM