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maio 27, 2021
Rodrigo Sassi na Central, São Paulo
A Central Galeria tem o prazer de apresentar Caminhos incertos, horizonte imprevisível de Rodrigo Sassi, sua primeira individual no espaço desde que passou a ser representado pela galeria em 2018. Testando os limites plásticos de materiais como concreto, madeira, ferro e pedras, os sete trabalhos tridimensionais que compõem a mostra exprimem o fluxo caótico das grandes metrópoles em sua essência viva e suscetível a transformações constantes.
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O trabalho de Sassi tem seu ponto de partida na relação com a arquitetura urbana e os processos da construção civil, ressignificando os fragmentos, rejeitos e ruínas que coleta em suas caminhadas pela cidade. O curador Marcos Moraes – que acompanha a trajetória do artista desde sua graduação há quinze anos – observa que os novos trabalhos, porém, demonstram uma mudança nesse processo. No texto criado para a exposição, Moraes discorre: “A impossibilidade de ir para as ruas e continuar a coletar materiais para o trabalho levou Rodrigo Sassi a desviar-se para a interioridade de seu ateliê e a valer-se de tudo o que estava nele disponível devido ao acúmulo de coisas, materiais, fragmentos e restos. Um ciclo de trabalho e de experimentações em condições com as quais está familiarizado se encerra; ambiguamente, porém, permite que outro de lá se erga.”
Nessa produção pandêmica, confinada no estúdio, Sassi emprega materiais diversos como extintores de incêndios, pedras de pavimentação e vergalhões de ferro. Moraes identifica ainda a água como um componente oculto desses trabalhos, fazendo-se presente em diversas etapas do processo – seja nas fôrmas de concreto, na oxidação do ferro ou na técnica de curvar as placas de madeira. Dessa forma, é a água que, a despeito da rusticidade dos materiais usados, traz contornos fluidos e orgânicos para a exposição, imbuindo uma dimensão poética à brutalidade da cidade.
Rodrigo Sassi nasceu em 1981 em São Paulo, onde ainda vive e trabalha. Graduado em Artes Plásticas pela FAAP (São Paulo, 2006), recebeu o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea (Brasília, 2013) e realizou diversas residências artísticas como Campo (Garzón, Uruguai, 2019), Sculpture Space (Utica, NY, 2016) e Cité Internationale des Arts (Paris, 2014/2015), entre outras. Dentre suas exposições individuais, destacam-se: Tríptico, FAMA (Itu, 2019); Esquinas que me atravessam, CCBB-SP (São Paulo, 2018); Mesmo com dias maiores que o normal, CCSP (São Paulo, 2017); Prática comum segundo nosso jardim, Caixa Cultural (Brasília, 2016); In Between, Nosco Gallery/Frameless Gallery (Londres, 2015) e MDM Gallery (Paris, 2015); Ponto pra fuga, MAMAM (Recife, 2012). Seu trabalho está presente em diversas coleções importantes como: MAR (Rio de Janeiro), MAB (São Paulo), FAMA (Itu), entre outras.
Além de sua exposição na Central, Sassi também inaugura neste mês uma obra pública na Ciclovia do Rio Pinheiros, em São Paulo, intitulada Escultura parcialmente funcional. Parte da iniciativa Ciclo Cultural, a obra está localizada entre as estações Jurubatuba e Socorro e é a primeira de uma série de três esculturas permanentes que o artista desenvolveu para a ciclovia. O projeto foi contemplado pelo ProAC, Lei Aldir Blanc, na categoria Prêmio por Histórico de Realização em Artes Visuais.
Central Galeria is pleased to present Caminhos incertos, horizonte imprevisível (Uncertain Paths, Unpredictable Horizon), Rodrigo Sassi’s first solo show at the venue since he’s been represented by the gallery in 2018. Pushing the aesthetic boundaries of materials such as concrete, wood, iron and stone, all seven pieces that comprise the exhibition express the chaotic flow of great metropolises at their lively core, open to constant change.
Sassi’s work stems from the relationship with urban architecture and construction processes, giving new meaning to fragments, debris and ruins he collects around the city. Curator Marcos Moraes – who keeps track of the artist’s path since his graduation, 15 years ago – notes the most recent works indicate a change in this process. In the exhibition essay, Moraes elaborates: “The impossibility of going out to collect materials for working have taken Rodrigo Sassi to a detour towards his studio interiority, and to make use of everything available there, from the accumulation of things, materials, fragments and remains. A work cycle ends, one of experimentation under conditions with which his acquainted, but it ambiguously allows for that other one there to rise”.
Confined in the studio, Sassi employs various materials on this pandemic production, like fire-extinguishers, paving stones and iron beams. Moraes also identifies water as a hidden component in these pieces, being there in many phases of the process – ranging from the concrete molds, through iron oxidation, to the bending technique applied to the wooden boards. Therefore, despite the rusticity of the materials employed, water is the one to bring fluid organic features to the exhibition, imbuing the brutality of the city with a poetic quality.
Rodrigo Sassi was born in 1981 in São Paulo, where he lives and works. BFA in Fine Arts at FAAP (São Paulo, 2006), he has been granted Prêmio Funarte de Arte Contemporânea (Brasília, 2013) and participated in many artistic residencies, such as Campo (Garzón, Uruguay, 2019), Sculpture Space (Utica, NY, 2016), Cité Internationale des Arts (Paris, 2014/2015), and others. Among his solo shows, stand out: Tríptico, FAMA (Itu, 2019); Esquinas que me atravessam, CCBB-SP (São Paulo, 2018); Mesmo com dias maiores que o normal, CCSP (São Paulo, 2017); Prática comum segundo nosso jardim, Caixa Cultural (Brasília, 2016); In Between, Nosco Gallery/Frameless Gallery (London, 2015) and MDM Gallery (Paris, 2015); Ponto pra fuga, MAMAM (Recife, 2012). His work is part of many important collections, such as the ones from: MAR (Rio de Janeiro), MAB (São Paulo), FAMA (Itu), among others.
In addition to his exhibition at Central, Sassi will also unveil a public work at Ciclovia do Rio Pinheiros, in São Paulo, titled Escultura parcialmente funcional (Partially Functional Sculpture). A part of Ciclo Cultural’s initiative, the work is placed in between Jurubatuba and Socorro stations, and it’s the first one from a series of three permanent sculptures the artist has developed for the cycle path. The project has been selected by ProAC, Lei Aldir Blanc, for its History of Achievements in Visual Arts.