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maio 19, 2021
José Patrício na Nara Roesler, São Paulo
A Nara Roesler São Paulo apresenta, de 22 de maio a 24 de julho de 2021, a mostra individual José Patrício: Potência criadora infinita, com curadoria de Paula Braga. A exposição reúne obras produzidas recentemente pelo artista pernambucano, que se consagrou pela utilização de procedimentos emprestados da matemática e de objetos retirados do cotidiano para a construção de composições hipnóticas.
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Desde o final da década de 1990, Patrício vem explorando metodicamente materiais do dia a dia, como bonecos de plástico, botões, dados e dominós. A aparente banalidade desses objetos poderia facilmente remeter à esfera lúdica do jogo e da fantasia infantil, contudo, o arranjo sistemático os esvazia de sua função, transformando-os em imagens surpreendentes.
Para além do gesto de apropriação e de deslocamento de objetos da esfera comum para o universo da arte, o serialismo e a reprodutibilidade são também elementos estruturantes de sua prática. Reunir, em uma mesma composição, uma vasta quantidade de um único elemento determina um movimento duplo. Assim, esse objeto pode tanto manter-se identificável em sua individualidade quanto ser descaracterizado, em função da abundância assombrosa de semelhantes unidos pela regularidade do gesto composicional.
Em sua sexta exposição na Galeria Nara Roesler, José Patrício se aprofunda na busca, já recorrente em sua prática, pelo potencial estético de objetos comuns modificando suas configurações de forma a ampliar suas possibilidades formais, fazendo transparecer, por exemplo, ritmos e cores.
O elemento eleito para suas composições são pequenas peças cúbicas de plástico, cuja tonalidade passa do branco ao preto, percorrendo uma ampla escala de cinzas. Contudo, a variedade dos 22 tons torna-se uma ferramenta econômica. Ao excluir a profusão cromática, a estrutura dos trabalhos fica ainda mais pronunciada e deixa transparecer as impressões de movimento, dinâmica e ritmo.
Esse fato mostra-se evidente nessa nova série, na qual os próprios títulos dos trabalhos – circuito tonal, trajetória sobre preto, trajetória sobre branco – ressaltam o caráter de fluxo que vibra em seus arranjos. O movimento está incorporado em sua prática não só como desenvolvimento de uma pesquisa artística, mas na abertura às possibilidades combinatórias, que não se esgotam. Mesmo utilizando poucos elementos, que, em cada quadro, recebem uma sequência fixa, a diversidade de arranjos não tem fim.
Segundo a curadora Paula Braga, essas composições excêntricas e concêntricas que capturam o olhar do público, mais do que o resultado da insistência do artista no processo criador, são uma reflexão sobre o próprio tempo, que, finito para nós, torna-se visível a partir da impossibilidade de esgotamento de todas as variedades combinatórias.
Sobre o artista
José Patrício nasceu em 1960, em Recife, onde vive e trabalha. Participou de bienais como a 22ª Bienal de São Paulo (1994) e a 3ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre (1994), ambas no Brasil,; e a 8ª Bienal de Havana, Cuba (2003). Participações recentes em exposições coletivas incluem: Ars Combinatoria, no Hong Kong International Art Fair, em Hong Kong (2012); Art in Brazil, no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas, Bélgica (2011); e Bahia, 50 anos de arte brasileira, no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, Brasil (2009). Suas mais recentes mostras individuais são: A espiral e o labirinto, na Galeria Nara Roesler, em São Paulo (2012); José Patrício: O Número, na Caixa Cultural, Rio de Janeiro (2010); e Expansão Múltipla, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2008), todas no Brasil. Suas obras fazem parte de coleções como a da Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris, França; Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães e Fundação Joaquim Nabuco, ambos no Recife; Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador; Banco Itaú S.A., São Paulo;, e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Coleção Gilberto Chateaubriand, todas no Brasil.
Sobre a galeria
A Nara Roesler é uma das principais galerias de arte contemporânea do Brasil, representa artistas brasileiros e latino-americanos influentes da década de 1950, além de importantes artistas estabelecidos e em início de carreira que dialogam com as tendências inauguradas por essas figuras históricas. Fundada em 1989 por Nara Roesler, a galeria fomenta a inovação curatorial consistentemente, sempre mantendo os mais altos padrões de qualidade em suas produções artísticas. Para tanto, desenvolveu um programa de exposições seleto e rigoroso, em estreita colaboração com seus artistas; implantou e manteve o programa Roesler Hotel, uma plataforma de projetos curatoriais; e apoiou seus artistas continuamente, para além do espaço da galeria, trabalhando em parceria com instituições e curadores em exposições externas. A galeria duplicou seu espaço expositivo em São Paulo em 2012 e inaugurou novos espaços no Rio de Janeiro, em 2014, e em Nova York, em 2015, dando continuidade à sua missão de proporcionar a melhor plataforma possível para que seus artistas possam expor seus trabalhos.
Galeria Nara Roesler | São Paulo is pleased to announce the opening of the exhibition José Patrício: Potência criadora infinita, a solo show curated by Paula Braga, on view from May 22 until July 24, 2021. The presentation will showcase the artist’s most recent production. For decades, the artist has dedicated his work to incorporating mathematical procedures in his compositions, using and organizing everyday objects into hypnotic designs.
Since the end of the 1990s, Patrício has continuously and methodically explored ordinary materials such as plastic figurines, buttons, dice and dominoes. These objects’ apparent banality conveys a certain playfulness, while the artist’s systematic compositions strips them from their function, redefines their purpose and transforms them into unusual images.
Apart from the act of re-appropriation of objects, shifting from the everyday to the universe of visual arts, the questions of seriality and reproduction are also key aspects of Patrício’s practice. Indeed, the artist assembles, within a single composition, huge quantities of the same object - as such, the item becomes both, identifiable in its singularity, and de-characterized by the abundance in numbers and the artist’s imposed compositional function.
On the occasion of his sixth exhibition at Galeria Nara Roesler, José Patrício has chosen to further his investigation into the search for and understanding of the potential beauty of everyday objects, creating configurations that seek to amplify the items’ formal possibilities by unveiling, often inherent, rhythms and colors.
Specifically, his most recent series consists of a body of works composed of small plastic cubes, whose colors vary from white to black, going through all the grays in between, totaling in twenty-two different tonalities. By focusing specifically on grayscales, and excluding other colors, the structure of the work becomes even more pronounced, with a sense of movement, dynamism and rhythm transpiring ever so strongly.
Patrício’s new works are titled so as to further emphasize the series’ focus on motion and cadence, with names such as circuito tonal [tonal circuit], trajetória sobre preto [black trajectory], trajetória sobre branco [white trajectory]. Ultimately, movement is incorporated into the artist’s practice, not only as a path for his artistic research, but also as a source of endless possibilities and combinations. Though the series uses very few elements, employing variations of the same object, each work presents a different sequence alluding to the idea that compositional options are infinite.
According to the curator Paula Braga, the fact that the eccentric and concentric compositions capture the public’s eye more effectively than the artist’s creative process, reveals that time becomes visible when showing the impossibility of exhausting compositional possibilities.
About the artist
José Patrício was born in 1960 in Recife, where he lives and works. Recent solo shows include: José Patrício: Algorithm in ‘Object Recognition’, at Pearl Lam Galleries (2018), in Hong Kong, China; Precisão e acaso, at Museu Mineiro (2018), in Belo Horizonte, and at Museu Nacional Honestino Guimarães (MUN) (2018), in Brasília, Brazil; Ponto zero, at Sesc Santo Amaro (2017), in São Paulo, Brazil; Explosão Fixa, at Instituto Ling (2017), in Porto Alegre, Brazil. He featured in biennials such as the 22nd Bienal de São Paulo (1994) and the 3rd Mercosul Visual Arts Biennial, in Porto Alegre (1994), both in Brazil; and the 8th Havana Biennial, in Cuba (2003). Recent group shows include: Ateliê de Gravura: da tradição à experimentação, at Fundação Iberê Camargo (FIC) (2019), in Porto Alegre, Brazil; Géométries Américaines, du Mexique à la Terre de Feu, at Fondation Cartier pour l’art contemporain (2018), in Paris, France; Asas e Raízes, at Caixa Cultural (2015), in Rio de Janeiro, Brazil; Le Hors-Là, at Usina Cultural (2013), in João Pessoa, Brazil. His work is included in the collections of: Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris, France; Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM) and Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), both in Recife, Brazil; Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), Salvador, Brazil; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Rio de Janeiro, Brazil.
About the gallery
Galeria Nara Roesler is a leading Brazilian contemporary art gallery, which represents established and prominent emerging Brazilian and international artists, with headquarters in São Paulo, Rio de Janeiro, and New York. Founded by Nara Roesler in 1989, the gallery has fomented the development and the diffusion of its artists’ work through a consistent exhibition program, solid institutional partnerships and constant dialogue with leading curators in the contemporary art scene.