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maio 5, 2021
Estado bruto no MAM, Rio de Janeiro
Fechado por 45 dias, MAM Rio reabre ao público no dia 6 de maio com a maior exposição de esculturas do acervo já montada pela instituição
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) será reaberto ao público no dia 6 de maio de 2021, com a exposição Estado bruto, que transforma a totalidade do Salão Monumental e algumas áreas do terceiro andar numa espécie de jardim de esculturas. Reunindo 125 obras tridimensionais do acervo, entre elas 24 peças não exibidas há mais de 20 anos, a mostra explora as possibilidades deste encontro e a unidade que dele resulta. O conjunto selecionado – de 106 artistas de diferentes épocas, geografias e linguagens – revela a abrangência e a diversidade das coleções do museu.
Com curadoria de Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente, a exposição assume a configuração de uma multitude e suscita reflexões sobre os processos de colecionismo, conservação e compartilhamento de arte por parte de instituições com seus acervos. A mostra dá continuidade ao processo de familiarização com as coleções do MAM Rio iniciado pela Diretoria Artística e Curadoria Adjunta incorporadas ao museu no final de 2020.
Diferentes poéticas de artistas como Amilcar de Castro, Alberto Giacometti, Auguste Rodin, Angelo Venosa, Celeida Tostes, César, Cildo Meireles, Constantin Brancusi, Franz Weissman, Lina Kim, Lydia Okumura, Lygia Clark, Márcia X, Maria Martins, Mestre Didi, Nelson Leirner, Nuno Ramos e Tunga se agrupam de modo a criar paralelos entre o espaço expositivo e a reserva técnica. Com a visão do conjunto, será possível apreciar o volume gerado pelos processos de acúmulo patrimonial, favorecendo a reflexão sobre os efeitos que esses processos têm na escrita ou no esquecimento de histórias sobre arte e cultura.
“Estado bruto é uma exposição que trata da materialidade escultórica e do ambiente das reservas técnicas de um museu. Aqui nos interessa evidenciar o acúmulo como ponto de reflexão e potencializar a imagem da multidão. A montagem nos possibilita vivenciar uma outra espacialidade entre espectador e obras, ao trazer grandes volumes escultóricos na altura do chão ou em agrupamentos por núcleos. As reservas do MAM Rio foram abertas para que obras pouco conhecidas do grande público, ou que não foram expostas há décadas, possam respirar e ser vistas”, avalia a curadora Beatriz Lemos.
Para Keyna Eleison, que divide a direção artística do MAM Rio com Pablo Lafuente, “a exposição propõe um encontro entre corpos diversos, incluindo aí o público, num momento em que os corpos precisam se afastar”. A diretora ressalta ainda a dinâmica contundente com a equipe de museólogas da instituição: “Nada seria possível sem essa troca direta, decisiva e definitiva. Não há espaço suficiente para identificar com toda a propriedade sua importância. Nomear a potência intelectual para que tudo nesta exposição exista é fundamental. As atitudes de permanência não seriam possíveis sem Cátia Loureiro, Manuela Pereira, Camila Pinho e Ana Beatriz Cascardo”, afirma Eleison.
Sobre o MAM Rio
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), fundado em 1948, está construído no tripé arte-educação-cultura. Seu acervo de cerca de 15 mil obras forma uma das mais importantes coleções de arte moderna e contemporânea da América Latina. O museu realizou inúmeras exposições que marcam até hoje as expressões e linguagens das artes visuais e abrigou múltiplos movimentos artísticos brasileiros.
O MAM Rio é uma instituição cultural constituída como uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos, apoiada por pessoas físicas e por empresas, que tem atualmente, como parceiro estratégico, o Instituto Cultural Vale e como patrocinador master o Grupo PetraGold, a Petrobras e a Ternium.
Desde janeiro de 2020, a nova gestão do MAM Rio, deu início a um processo de profunda transformação institucional envolvendo novas ideias, novos fluxos de trabalho e novas atitudes. As ações do processo de transformação buscam coerência com o projeto original do museu, pautado pelo tripé arte-educação-cultura. Um movimento de potencialização das ações já realizadas no museu, em consonância com seu histórico, e de acolhimento de todos que desfrutaram da efervescência dos diversos espaços do MAM Rio, incluindo públicos que nunca visitaram a instituição.