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maio 5, 2021
Obra-Arquivo MAB: residência artística, mostra e mesas-redondas online
Catálogo com trabalhos de 18 artistas que participaram de residência artística realizada durante a reforma do Museu de Arte de Brasília com curadoria de Cinara Barbosa será lançado no aniversário da cidade. Os trabalhos serão apresentados em uma mostra virtual no Instagram do projeto com curadoria de Gisel Carriconde Azevedo e Mariana Destro
No dia 21 de abril de 2021, quarta-feira, às 11h, quando Brasília completa 61 anos, acontece o lançamento do catálogo impresso e a abertura da mostra Obra-Arquivo MAB, resultado da residência artística realizada em 2019, com a participação de 18 artistas visuais que moram e produzem em Brasília. Devido às medidas restritivas para o combate à pandemia, tanto o lançamento do catálogo como a inauguração da mostra coletiva dos trabalhos serão realizadas online pelo canal do projeto no Instagram @obraarquivomab. A mostra coletiva segue até 20 de maio, e como parte da programação serão realizadas mesas-redondas com os artistas, com transmissão pelo canal do Youtube do projeto. Os encontros ficarão gravados e poderão ser acessados após o fim das transmissões. O projeto Obra-Arquivo MAB tem patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura - FAC/ Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.
A residência artística do projeto Obra-Arquivo MAB propôs aos artistas o registro da obra de reforma do MAB, com o objetivo de criar um arquivo de memórias poéticas da transformação das ruínas em um espaço que seria entregue à população. Em 2019, durante o período das obras, os artistas foram divididos em três grupos para acompanhar por algumas semanas todo o processo de revitalização do espaço. Idealizado por Gisel Carriconde Azevedo, o projeto tem curadoria e acompanhamento crítico de Cinara Barbosa. Participaram da residência artística os artistas visuais Adriana Vignoli, Cintia Falkenbach, Gisel Carriconde Azevedo, Hilan Bensusan, Igu Krieger, Krishna Passos, Leci Augusto, Lino Valente, Lis Marina Oliveira, Luciana Ferreira, Mário Jardim, Matias Mesquita, Maurício Chades, Nivalda Assunção, Raísa Curty, Suyan de Mattos, Valéria Pena-Costa e Yana Tamayo.
De acordo com Cinara Barbosa, a curadoria do projeto assumiu novos parâmetros para criar um “livro-exposição”, que registra e preserva a memória por meio das linhas de pesquisa dos artistas em 2019. “A residência teve um caráter especial, uma vez que os artistas moram na cidade e experimentaram a vivência no espaço de reforma e construção do canteiro de obra no museu”, ressalta a curadora. O acompanhamento crítico buscou preservar a especificidade das linhas de pesquisa de um e de outro, uma vez que ao longo da residência os artistas se encontraram e produziram no mesmo espaço ao mesmo tempo. “No canteiro de obras, eles mergulharam na possibilidade do estranhamento com o espaço e do espaço com a cidade. Foi um processo de ativação de memórias de forma ampla”, diz a curadora.
Essa percepção é variada, uma vez que o grupo reúne artistas que já se relacionavam com o MAB a partir da sua abertura, os que conheceram durante o funcionamento, mas mais próximo ao período de fechamento, os que participaram da ocupação em 2017 e os que nunca estiveram no espaço. Para o catálogo, a curadora estabeleceu quatro blocos norteadores conceituais, aos quais chamou de Planos. Neles estão reunidos os artistas que compartilham alguma relação dinâmica arquivista entre suas produções.
O Plano Acesso abriga os trabalhos de Suyan de Mattos, Gisel Carriconde Azevedo, Hilan Bensusan, Luciana Ferreira e Lis Marina Oliveira. No Plano Guarda Provisória, estão as obras de Cintia Falkenbach, Nivalda Assunção, Raísa Curty e Igu Krieger. O Plano Amostragem reúne as obras de Leci Augusto, Adriana Vignoli, Valéria Pena-Costa, Krishna Passos. E o Plano Documento Público estão Lino Valente, Maurício Chades, Mário Jardim, Matias Mesquita e Yana Tamayo.
O catálogo impresso será lançado no dia 21 de abril, quarta-feira, às 11h, junto com a abertura da exposição virtual pelo Instagram @obraarquivomab. Vídeos da curadora geral Cinara Barbosa e da idealizadora do projeto e curadora da mostra virtual Gisel Carriconde Azevedo apresentarão o projeto de residência, o catálogo e a mostra virtual. A participação é gratuita e livre para todos os públicos. O vídeo ficará no IGTV do projeto e poderá ser acessado a qualquer momento.
Mostra coletiva, mesas-redondas virtuais
Com curadoria de Gisel Carriconde Azevedo e co-curadoria de Mariana Destro, a mostra coletiva virtual Obra-Arquivo MAB apresenta os trabalhos realizados ao longo das residências artísticas e os processos de produção das obras presentes no catálogo. A mostra virtual acontece no Instagram @obraarquivomab e poderá ser vista até o dia 20 de maio. Como parte da programação da mostra, serão realizadas três mesas-redondas onde os artistas apresentarão seus projetos e, com a mediação da curadora do projeto, Cinara Barbosa, farão uma avaliação dos seus processos artísticos e das residências. Com duração média de 1h30, as transmissões acontecem pelo canal do projeto no Youtube shorturl.at/pvxDH e terão tradução simultânea em libras
No dia 29 de abril, quinta-feira, às 19h30, acontece a mesa-redonda 1 com a participação dos artistas Adriana Vignoli, Igu Krieger, Krishna Passos, Lis Marina, Matias Mesquita e Hilan Bensusan. A mesa-redonda 2, no dia 6 de maio, quinta-feira, às 19h30, traz os artistas Luciana Ferreira, Mário Jardim, Maurício Chades, Valéria Pena-Costa, Lino Valente e Yana Tamayo. Na quinta-feira, 13 maio, às 19h30, Suyan de Mattos, Leci Augusta, Cintia Falkenbach, Nivalda Assunção, Gisel Carriconde Azevedo e Raísa Curty participam da mesa-redonda 3.
Sobre a curadora geral e coordenadora editorial
Cinara Barbosa é Professora Adjunta do Departamento de Artes Visuais (VIS) da Universidade de Brasília (UnB). É curadora e pesquisadora de arte contemporânea brasileira. Idealizadora e coordenadora do Plano das Artes, projeto voltado para o desenvolvimento e fortalecimento do sistema das artes envolvendo: circuitos por espaços autônomos de arte do Distrito Federal, formação de arte-educadores e produção artística. Foi diretora e curadora do Elefante Centro Cultural (DF). Homenageada pelo Prêmio Vera Brandt 2019. Membro do comitê de indicação do Prêmio Pipa 2019. Em suas pesquisas, interessa-se por produções artísticas de revisitação crítica à história da arte, poéticas arquivísticas, de coleção e memória. Entre as pesquisas mais recentes decorrentes de estudos curatoriais estão a mediação educativa em espaços expositivos associados às práticas institucionais.
Sobre a idealizadora e curadora da mostra virtual
Gisel Carriconde Azevedo trabalha com instalação, objetos e pintura e tem sua produção artística associada à curadoria. Formada em artes pela Universidade de Brasília (1992), com mestrado e doutorado na Universidade de Brighton (1997) e na Universidade do Leste de Londres (2012), respectivamente. Entre 2000 e 2016, trabalhou com design de exposição no Museu de Valores, onde o contato próximo com a museologia despertou sua atenção para as relações entre espaço, objeto e público. A partir de 2003 passou a trabalhar com instalação e a pensar o espaço expositivo como uma poética em si. Desde 2014 está à frente do deCurators, espaço de arte independente e não comercial dedicado a explorar novas maneiras de exibir, apreciar e discutir arte contemporânea.