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abril 24, 2021

Roberto Magalhães na Silvia Cintra + Box 4, Rio de Janeiro

É com enorme satisfação que a galeria inicia seu calendário de 2021. A primeira exposição individual do ano marca também a estreia de Roberto Magalhães na galeria. Para a mostra, foram selecionadas apenas obras inéditas deste grande artista brasileiro, que acaba de completar 81 anos.

Roberto Magalhães desde muito jovem já mostrava uma inegável vocação para o desenho, mas aos 20 anos decidiu abandonar de vez os estudos para se dedicar exclusivamente a essa prática. Surgiram aí os primeiros trabalhos profissionais, como rótulos de garrafas e pequenas peças promocionais feitas à mão. Em seguida vieram as capas de discos, livros, logomarcas e anúncios.

Paralelo a estes trabalhos, Roberto também desenvolvia uma série de desenhos em nanquim, que retratavam seu universo de sonho, fantasia e simbolismo. Esses desenhos só foram exibidos em 1962 na galeria anexa ao Museu Nacional de Belas Artes, quando o artista se aproximou pela primeira vez do universo das artes plásticas.

A partir desse momento, Roberto se aproximou de diversos artistas e participou de várias mostras, até que veio a revolucionária exposição “Opinião 65” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Ao lado de artistas como Antonio Dias, Rubens Gerchman e Carlos Vergara, Roberto foi responsável por inaugurar uma nova linguagem na arte brasileira, a Nova Figuração.

Apesar do reconhecimento de seu trabalho, em 1969, Roberto decide abandonar a produção artística e se dedica a meditação e ao budismo, sendo inclusive um dos fundadores da Sociedade Budista do Brasil. Após 4 anos dedicados a funções administrativas do Centro, que pouco condiziam com seu temperamento introspectivo, Roberto decide voltar para seus desenhos e pinturas, que passam a trazer reflexos e influencias de sua experiência mística.

É também nesse período que o artista inicia a produção de cadernos manuscritos e ilustrados onde registra seus estudos sobre homeopatia, plantas medicinais, cabala e alquimia. Esses registros continuam a ser feitos até os dias de hoje.

A partir da década de 80, Roberto passa a se dividir entre a vida urbana e longos períodos de reclusão nas montanhas de Visconde de Mauá, onde continuou a produzir ininterruptamente ao longo das décadas seguintes. Nos anos 2000, além das suas conhecidas figuras, vasos de flores e cenas fantásticas, começam a surgir na sua obra também um mundo de imagens abstratas que segundo o artista se acumulavam em seu interior desde sempre.

São essas imagens, pouco conhecidas ainda do público que acompanha sua obra, que poderão ser vistas na exposição da galeria. Ao todo serão 12 guaches e 3 pinturas feitos especialmente para a mostra.

Também fará parte da mostra o filme “Ver Ouvir Roberto Magalhães”, do cineasta Antônio Carlos da Fontoura. Em 26 minutos, o filme faz uma retrospectiva sobre a obra de Roberto Magalhães, conduzindo o espectador ao cotidiano fantástico do artista.

Roberto Magalhães, ao longo dos seus 60 anos de carreira, participou de inúmeras mostras no Brasil e no exterior. Considerado um dos principais artistas históricos nacionais, suas obras fazem parte do acervo das principais coleções e museus brasileiros.

Posted by Patricia Canetti at 5:25 PM