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abril 23, 2021

Luiz Zerbini no Fortes D’Aloia & Gabriel - Galpão, São Paulo

A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de apresentar uma exposição de trabalhos emblemáticos dos anos 1990 do artista paulista Luiz Zerbini. O segundo espaço expositivo do Galpão é ocupado por quatro trabalhos que têm em comum uma narrativa pessoal marcante e exploram o conceito do autorretrato, gênero clássico no cânone da história da pintura.

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Ao explorar o conceito do autorretrato, Luiz Zerbini passa para a tela algo que simbolize a pessoa e não necessariamente sua semelhança em traços hiper-realistas. Neste contexto, a figura da caveira é recorrente como forma de representar o outro e a si próprio, uma referência direta ao momento mori, argumento icônico cuja expressão do latim significa algo como “lembre-se de que você é mortal”. Nas obras Eu e a brisa (1997) e Iai Brother (1997), por exemplo, um esqueleto humano encara o espectador.

A figura do artista aparece também em diálogo com a paisagem, relação que fica evidente em Brasil Colônia (1993). A tela de mais de 6 metros revela o cotidiano de Zerbini durante uma viagem à feira de Colônia, Alemanha, marcando um momento de inflexão em sua carreira. O título da obra tem duplo sentido e ecoa seu sentimento à época, quando visitava a sua primeira feira de arte internacional. Durante os dias que esteve na cidade, o artista estabeleceu uma rotina de caminhadas e visitas a museus. Ele se baseou em fotos tiradas então para reconstruir o panorama que vemos, misturando aspectos do seu dia a dia que hoje ganham um viés histórico.

O retrato e as narrativas cotidianas se desdobram nas pinturas figurativas de alta saturação e intensidade apresentadas em mostras recentes -- Amor (MAM Rio de Janeiro, 2012), Amor lugar comum (Inhotim, 2013-2018) e sua apresentação solo na coletiva Nous les Arbres (Fondation Cartier pour l'art contemporain, 2019). Objeto da exposição que ocupa o Galpão, o repertório do autorretrato permeia todos esses estilos pictóricos e é ainda hoje elemento recorrente em seus trabalhos, como visto em Suicida alto astral (2006) e Pau D’água (2019), obras atuais nas quais vestígios de seu próprio corpo são inseridos em meio a composições geométricas.

Luiz Zerbini (São Paulo, 1959) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Entre suas principais exposições estão: Fire, Stephen Friedman Gallery (Nova York, 2021); Nous les Arbres na Fondation Cartier pour l’art contemporain (Paris, 2019); Intuitive Ratio na South London Gallery (2018); Amor lugar comum, Inhotim (2013-2018); Amor, MAM Rio de Janeiro (2012).


Fortes D’ Aloia & Gabriel is pleased to present an exhibition of iconic artworks from the 1990s by São Paulo artist Luiz Zerbini. The second gallery at Galpão hosts four pieces that share a remarkable personal narrative and explore the concept of self-portrait, a classical genre from the history of painting.

As he delves deep into the theme, Zerbini seeks to bring something that utterly represents the sitter, though not necessarily in a hyper-realistic style. In this context, the skull is a recurrent way to picture others and himself, a direct reference to memento mori, another iconic concept whose Latin adage stands for something like “remember you are mortal.” For instance, Eu e a brisa (1997) and Iai Brother (1997) each feature a skeleton that stares back at the viewers.

The artist also dialogues with the landscape, a connection that becomes evident in Brasil Colônia (1993). The 20 ft wide canvas reveals Zerbini’s routine during a trip to the Art Cologne, in Germany, marking a turning point in his career. The title is a pun that echoes his feelings during his first visit to an international art fair. In the days he was in town, the artist established a routine of long walks and visits to museums. He then used the photos he took to reconstruct the landscape displayed, combining aspects from his daily routine that now gain a historical bias.

Those portraits and the figurative paintings presenting narratives of daily life have since developed into intense, highly saturated figurative paintings. The works were shown in recent exhibitions – Amor (MAM, Rio de Janeiro, 2012), Amor lugar comum (Inhotim, 2013-2018), and his solo presentation in the group exhibition Nous les Arbres (Fondation Cartier pour l’art contemporain, 2019). Self-portraiture, which is the primary focus of the current exhibition, remains a recurrent element in the work of Zerbini. Suicida alto astral (2006) and Pau D’água (2019) are examples of more recent paintings where traces of the artist’s body appear among geometric compositions.

Luiz Zerbini (São Paulo, 1959) Lives and works in Rio de Janeiro. Recent important exhibitions include Fire, Stephen Friedman Gallery (London, 2021); Nous les Arbres, at Fondation Cartier pour l’art contemporain (Paris, 2019); Intuitive Ratio, South London Gallery (2018); Southern Geometries, from Mexico to Patagonia (2018), at Fondation Cartier Pour L’Art Contemporain in Paris; Amor lugar comum, Inhotim (2013-2018); Amor, MAM Rio de Janeiro (2012).

Posted by Patricia Canetti at 5:47 PM