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abril 1, 2021
Marcos Chaves no MAM, Rio de Janeiro
Marcos Chaves: as imagens que nos contam - Primeira individual do artista carioca no MAM Rio reúne objetos, imagens e instalações criados desde a década de 1980, incluindo trabalhos inéditos
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) apresenta a exposição Marcos Chaves: as imagens que nos contam, que reúne cerca de 70 obras do artista carioca, das últimas quatro décadas. Ocupando grande parte das galerias do Bloco Expositivo, a mostra oferece um panorama da obra de Chaves e revela as diversas facetas de sua prática, desde a fotografia e o vídeo a grandes instalações e objetos modificados. Com abertura confirmada para o dia 20 de março, às 10h, a individual reúne criações provenientes de acervos privados e da coleção do artista. A curadoria é um projeto conjunto da equipe curatorial do museu, com Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente.
“É a minha primeira individual no MAM, um panorama amplo da minha trajetória, que exibe todo o conjunto de objetos criados desde a década de 1980. Apesar de incluir trabalhos antigos, é uma mostra bastante fresca, com obras de pouca circulação. A curadoria foi muito presente na seleção, privilegiamos objetos e instalações, além de fotografias que se relacionam com o entorno. A exposição me fez revisitar trabalhos antigos que me levaram a criar objetos novos: alguns têm relação com a pandemia, mas nada literal. Como a área expositiva é toda aberta, com vista livre para o Aterro e a Baía de Guanabara, a cidade entra na mostra, numa relação física e direta”, adianta Marcos.
A grande galeria do segundo andar do museu está estruturada por duas paredes lineares, de aproximadamente 30 metros cada, que atravessam o ambiente longitudinalmente, servindo de plataforma para objetos, esculturas, fotografias e vídeos. O espaço expositivo com vidraças descobertas permite conectar diretamente as obras de Chaves à cidade do Rio, tema recorrente em seu trabalho. A montagem - que resgata os painéis originalmente projetados para o MAM pelo designer alemão Karl Heinz Bergmiller - libera a visão do público e conduz os movimentos, agrupando trabalhos e criando narrativas não cronológicas.
A exposição inclui quatro grandes instalações, entre elas a Comfundo (1990), que ergue colunas construídas a partir de sacolas de supermercado. Exibido uma única vez no Rio, o trabalho revela a preocupação ecológica do artista, há mais de 30 anos. Outro destaque é a obra minimalista sem título criada nos anos 1990 especialmente para o MAM Rio: em metal, fibra de vidro e fio de nylon, a instalação dispõe postes organizadores de fila, como um circuito ou labirinto. A série Pontos de Fuga (2008), uma sobreposição de fotografias em 3D, e vários trabalhos em vídeo são parte da panorâmica. Outros trabalhos mais conhecidos do público, como o vídeo Eu só vendo a vista e a série Buracos, também integram a seleção.
As obras, sejam fotográficas, escultóricas, vídeos ou instalações, podem ser pensadas como imagens que capturam aspectos fundamentais das paisagens que o artista habita e dos lugares por onde circula. Seu olhar foca em aspectos frequentemente ignorados que, em suas obras, tornam-se profundamente reveladores. Elementos irrelevantes para outros olhares, erros ou desleixos nos quais Chaves repara e captura, dando a atenção devida às coisas que existem, permitindo que se mostrem em sua singularidade.
“Desde o final dos anos 1980, Marcos Chaves é responsável por uma produção artística que nos permite enxergar de perto objetos e situações que conformam o mundo que habitamos. Por meio de suas imagens, podemos nos aproximar da cidade do Rio de Janeiro, em suas paisagens exuberantes e cantos escondidos; mas também de lugares imaginados ou distantes. E através dos objetos do presente e do passado, apresentados muitas vezes em diálogos inesperados, nos iluminamos com histórias que falam, em última instância, sobre nós mesmos”, analisa Pablo Lafuente, diretor artístico do MAM Rio.
A exposição fica em cartaz até 13 de junho de 2021, com visitação de quinta a domingo e feriados, e agendamento on-line através do site do MAM Rio.
Sobre Marcos Chaves
Marcos Chaves nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 1961. Formado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Santa Úrsula (RJ), estudou arte no MAM Rio e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O artista se apropria de imagens e objetos cotidianos encontrados em suas constantes andanças pela cidade e com eles realiza combinações inesperadas, promove deslocamentos de sentidos ou injeta uma dose de paródia. O resultado surge em fotografias, vídeos, objetos ou instalações. Chaves expôs em museus e galerias no Brasil, na Europa, nos EUA e no Japão. Participou da Manifesta 7, na Itália; das bienais de São Paulo; Mercosul, em Porto Alegre; Cerveira, Portugal; e Havana, Cuba. Obras suas fazem parte de coleções de museus no Brasil, EUA, Itália e Espanha.
Sobre o MAM Rio
O MAM Rio é uma instituição cultural constituída como uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos, apoiada por pessoas físicas e por empresas, que tem atualmente, como parceiro estratégico, o Instituto Cultural Vale e como patrocinador master o Grupo PetraGold, a Petrobras e a Ternium.
Desde janeiro de 2020, a nova gestão do MAM Rio, deu início a um processo de profunda transformação institucional envolvendo novas ideias, novos fluxos de trabalho e novas atitudes. As ações do processo de transformação buscam coerência com o projeto original do museu, pautado pelo tripé arte-educação-cultura. Um movimento de potencialização das ações já realizadas no museu, em consonância com seu histórico, e de acolhimento de todos que desfrutaram da efervescência dos diversos espaços do MAM Rio, incluindo públicos que nunca visitaram a instituição.