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dezembro 15, 2020
Desktop Aberto encerra o Ciclo III do Pivô Pesquisa 2020
Artistas residentes apresentarão propostas para os canais digitais do Pivô
O Desktop Aberto, versão online do evento Ateliê Aberto, encerrará o Ciclo III / Beck's do Pivô Pesquisa 2021 com uma série de propostas idealizadas pelos artistas residentes para os canais digitais do Pivô entre os dias 14 e 20 de dezembro de 2020. A programação apresentará desdobramentos das discussões e processos experimentados durante as 12 semanas de residência e conta com mostra de vídeos, podcast visual, oficina, conferência, um jogo e propostas para o blog e as redes sociais do Pivô.
O Ciclo III / Beck's, realizado em modo remoto entre 28 de setembro e 19 de dezembro, tem participação de Adriano Machado, Aline Martinez, Davi Pontes, Diego Crux, Estêvão Parreiras, Julliana Araújo, Kauam Pereira, Samuel Tomé, Val Souza e Yara Pina.
Durante as 12 semanas de residência, sob o acompanhamento curatorial de Thiago de Paula Souza, artistas apresentaram, discutiram e refletiram sobre suas produções em atividades coletivas e individuais, algumas delas abertas ao público. Jota Mombaça, Aline Motta, Amanda Carneiro, Vivian Crockett, Isabella Rjeille, Luiza Proença, Mário Llanos, Rafael RG, Paola Ribeiro e Dalton Paula participaram do ciclo como interlocutores convidados.
PROGRAMAÇÃO
Adriano Machado e Kauam Pereira
Podcast visual em capítulos apresentando mensagens de áudio trocadas entre os dois artistas desde o início da residência, além de diversas referências visuais. Os episódios tratam de temas como decolonialidade, processos criativos e devaneios distópicos pandêmicos.
Diego Crux
O que já nem lembramos por quase saber de cor é uma conversa-processo entre o artista e sua mãe que apresenta fragmentos de uma pesquisa sobre as cores de seus avós maternos, Rosa e Esmeraldo.
Estêvão Parreiras
O artista, que utiliza os cadernos enquanto linguagem de construção artística e poética, apresentará um pequeno recorte de imagens e textos produzidos durante os três meses de residência.
Julliana Araújo
AvulSo parte do exercício diário de organizar o acervo de vestuário da artista: "Pude notar semelhanças no processo de armazenar o acúmulo de materiais com a minha prática artística. Percebi que cuidar-curar desse material me propiciou conhecimento sobre acabamento, modelagem e tecnologia têxtil, mas também como essa proximidade constrói diálogos entre o produto como objeto escultórico e instalativo".
Samuel Tomé
A morte e a vida são dois espelhos que se olham apresenta desenhos e imagens da série Bicharal em formatos variados e técnicas mistas.
Val Souza
Tudo no sigilo, tá tudo no esquema é um jogo que revela e oculta conversas cruzadas e secretas dos participantes do Ciclo III / Beck’s do Pivo Pesquisa 2020. Ao apresentar as conversas realizadas durante o ciclo, a artista expõe a intimidade coletiva: "O que decidi cobrir e por qual motivo? Me estimula que essas conversas atravessem aqueles que as lerem e diante disso haja outros diálogos e vias de interpretação".
Quarta, 16/12, 16h
Paola Ribeiro e Rafael RG
Deixei as cartas na chuva
Partindo da obra "Pensamentos não ditos, então esquecidos" do artista holandês Bas Jan Ader, Paola Ribeiro e Rafael RG propõem uma reflexão poética sobre as vulnerabilidades da fala e do não dito, pensando principalmente no ofício do artista: falar, comunicar através de imagens, objetos, sons. O encontro traz desdobramentos de propostas elaboradas durante a oficina ministrada pela dupla para os participantes do Ciclo III / Beck’s do Pivô Pesquisa 2020.
Quinta, 17/12, 15h
Aline Martinez
Mineração de dados/Mineração da Vida
A oficina convida à reflexão sobre o acervo, coleção e curadoria de nossas informações no universo digital. Dados disponíveis online passam a ser colocados a serviço da exploração a partir da mineração e de análises algorítmicas de inteligência artificial, sendo utilizados para nos avaliar como seres sociais. Duração: 1h30. Número de participantes: 20
Quinta, 17/12, 17h
Davi Pontes
Conferência-coreográfica: Delirar o imaginário ou racial ↔ não-local
O artista investiga as condições de racialidade e a formação da coreografia, ambos como uma invenção peculiar da modernidade. A ação procura colocar a dança na posição de responder às suas próprias condições ontoepistemológicas de possibilidade: a primeira questão é apresentada pela filósofa Denise Ferreira da Silva e a segunda surge do professor André Lepecki. Duração: 40'
Sábado, 19/12, 18h30
Val Souza
Armadilha ou apenas a anunciação de um corpo em liberdade? Vocês estão prontos pro rolé? Vocês tão prontos pronto mesmo? Qualé que vai ser da ladaia? Ainnnn que gostoso, fala comigo! Eiiii, quando cê entrar liga a cam e fecha a porta! *Informação importante: os participantes devem trazer uma garrafa cheia da bebida preferida, que será usada durante o jogo. Duração: 40'-1h. Número de participantes: 20. Classificação indicativa: +18.
Kauam Pereira (feat. Adriano Machado)
Samba da saudade | 2020 | 2'22
Canção: Kauam Pereira
Vídeo e edição: Adriano Machado
Davi Pontes e Wallace Ferreira
Mata leão, Morto vivo | 2020 | 08’56
Mata leão, morto vivo são duas imagens utilizadas para tratar da violência sem se autodestruir. Pois além das grandes revoltas, teremos que ser capazes de pensar em revoltas menores, gestos de recusa e fuga.
Samuel Tomé
Caçadores | 2019 | 7'26
Diário de imagens criado a partir de mídias locativas, principalmente em territórios de socialização de indivíduos da comunidade LGBTQI+. A caça por sexo confunde-se com outros temas, numa atmosfera onde política, consumo de drogas, escatologias, selfies, filtros e gifs colaboram entre si numa atuação de desejos íntimos tornados parcialmente públicos.
Diego Crux e Gian Spina (com colaboração de Pedro Santiago)
Calabouço e os arrasamentos quando morro | 2020 | 19'16
O vídeo é uma colagem audiovisual que sobrepõe os significados da palavra-lugar "calabouço" nas penumbras de uma casa de tortura no período colonial, num restaurante estudantil cenário do assassinato de um jovem racializado durante a ditadura militar, nas atualizações dessas tecnologias de violência e nas semelhanças em suas práticas no presente. As vozes silenciadas e os gritos abafados nos aterramentos, nas peles alvejadas, nos braços que ardem.
Sobre o Pivô Pesquisa
O Pivô Pesquisa é o programa de residências artísticas do Pivô que está em atividade permanente desde 2013, sediado no edifício Copan, no centro de São Paulo. Ao longo dos anos, o Pivô Pesquisa acumulou ampla experiência na formação de artistas a partir do acompanhamento crítico de projetos e na facilitação de desenvolvimento de trabalhos, tendo estabelecido uma rede de profissionais que colaboram frequentemente com o programa. Mais de 150 artistas, entre brasileiros e estrangeiros passaram pela residência do Pivô. Em 2020 foi instituída a participação gratuita no programa, que se divide em 3 ciclos por ano, com duração de 12 semanas, recebendo até 12 artistas por ciclo. O acompanhamento curatorial dos residentes é conduzido por um um curador convidado a cada ciclo. O programa inclui uma série de atividades individuais e em grupo, como palestras, oficinas e conversas, algumas delas abertas ao público.
Sobre o curador
Thiago de Paula Souza (Taboão da Serra, SP), curador e pesquisador com formação em Ciências Sociais. Atualmente é membro da equipe curatorial da 3a edição de Frestas – Trienal de Artes de Sorocaba, organizada pelo SESC - SP. Participou do programa Propositions for Non-Fascist-Living, organizado pela BAK (base voor actuele kunst), em Utrecht. Na mesma instituição também foi responsável pela curadoria de Tony Cokes: To Live as Equals , a primeira exposição individual do artista nos Países Baixos. Com a curadora Gabi Ngcobo, criou a plataforma I've seen your face before, parte do projeto Ecos do Atlântico Sul, do Goethe-Institut. Foi educador do Museu Afro Brasil, em São Paulo, e membro da equipe curatorial de We don't need another hero, a 10a Bienal de Berlim. Sua prática curatorial e colaborativa está interessada em como a arte contemporânea pode articular plataformas de negociação, que mesmo de maneira efêmera contribuam para a reorganização da maneira como entendemos o mundo hoje.
Sobre o Pivô
Fundado em 2012, o Pivô é um espaço de arte autônomo que oferece uma plataforma para a experimentação artística e o pensamento crítico de artistas, curadores, pesquisadores e público em geral. O programa é composto por exposições, residências, palestras públicas e publicações de artistas locais e internacionais. A instituição já realizou mais de 150 residências nos últimos anos e os recentes comissionamentos incluem os artistas Katinka Bock, Eduardo Navarro, Erika Verzutti, Mário Garcia Torres, Letícia Ramos, Rodrigo Hernandez e a mostra coletiva “imannam” de Ana Maria Maiolino, Ana Linneman e Laura Lima. Devido à pandemia de covid-19, o Pivô suspendeu por tempo indeterminado todas as atividades públicas realizadas em sua sede no edifício Copan. Parte da programação foi adaptada para o ambiente digital, a exemplo do programa de residências Pivô Pesquisa que vem sendo conduzido em modo remoto.