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dezembro 14, 2020
Tá me vendo? Tá me ouvindo? Narrativas do digital na Casa Niemeyer, Brasília
Casa Niemeyer abre em dezembro a exposição digital Tá me vendo? Tá me ouvindo? Narrativas do digital
Exposição digital tem participação de mais de 30 artistas residentes no Brasil
A Casa Niemeyer, museu de arte contemporânea da Universidade de Brasília - UnB, abre em 16 de dezembro a exposição digital Tá me vendo? Tá me ouvindo? Narrativas do digital. A mostra, que tem curadoria de Ana Avelar, é composta por trabalhos de mais de 30 artistas estabelecidos no Brasil, que utilizam em suas produções suportes digitais e refletem sobre temas atuais que impactam a sociedade brasileira a partir da cibercultura e da arte digital. A exposição seguirá até julho de 2020 com diversas ativações educativas por meio das redes sociais da Casa Niemeyer. Todas as obras expostas passarão a fazer parte do acervo permanente de arte contemporânea da UnB.
A abertura digital da exposição será realizada no dia 16, às 20 hs, no Instagram da Casa Niemeyer. No evento, a equipe organizadora e artistas da mostra participarão de uma conversa aberta, que contará com ação performática do artista Bruno Kowalski. Na abertura também será apresentada a plataforma que hospedará a exposição e, para finalizar o evento, será exibida a obra resultado da primeira residência digital Transmetatlanticus: Residência Artística Internacional Oca, realizada em setembro de 2020 pela Casa Niemeyer, quando artistas estabelecidos no Brasil e em Portugal discutiram aspectos da comunicação entre ambos territórios.
A exposição Tá me vendo? Tá me ouvindo? Narrativas do digital nasce durante o período do isolamento social em virtude de pandemia de Covid-19, buscando refletir os atuais debates sobre o virtual e o digital, ao mesmo tempo que apontando novas perspectivas para museus, em especial no que tange à construção de expografias e à ação dos educativos no ambiente virtual diante da precariedade digital ainda presente em muitas instituições brasileiras dedicadas às artes. “Essa compreensão também nos demonstrou o lugar periférico conferido aos desdobramentos da chamada arte-mídia no cenário nacional, indicando-nos como essa vertente deveria constituir lugar privilegiado de nossas reflexões. Nesse sentido, Tá me vendo? Tá me ouvindo? Narrativas do digital apresenta uma nova coleção de arte-mídia da Casa Niemeyer, valorizando produções nem sempre visibilizadas pela arte contemporânea ao lado de linguagens mais presentes no cenário. Diante disso, reunimos videoarte à intervenção digital, arte digital ao design digital e à ilustração aos quadrinhos digitais", destacou Avelar.
Tá me vendo? Tá me ouvindo? toma partido a partir de conceitos apresentados pela pesquisadora argentina Paula Sibilia, que em sua obra O show do eu: a intimidade como espetáculo traz importantes provocações como a derrocada das narrativas e a ascensão da informação, a transformação de indivíduos em objetos de consumo (a partir das redes sociais) e a espetacularização das intimidades. Com esse, e outros aportes teóricos que serão apresentados ao longo da mostra, a exposição propõe uma reflexão sobre como nascem, sobrevivem e interagem as narrativas (artísticas ou não) do digital.
A mostra é composta por obras dos mais diversos formatos digitais: vídeos, ilustrações, fotografias, gifs, modelagem 3D, sites, áudios, entre outros. Participam da mostra artistas de diferentes regiões do país, gerações e realidades: Adriana Aranha, Aleta Valente, Arielle Martins, Bruno Kowaski, Caramurú Baumgartner, Carlos Monroy, Carol Ito, Cristina Elias, Motta&Lima, Helô D’Ângelo, Ilê Sartuzi, Laís Ezawa, Lia Chaia, Língua Fora, Lua Cavalcante, Luisa Callegari, Maurício Chades, Mavi Morais, Mulambö, Naiana Magalhães, Nídia Aranha, Orlando Maneschy, Paloma Barbosa, Paulo Bruno, PV Dias, Shima, Sonia Guggisberg, Verena Smit e Vitória Cribb.