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novembro 29, 2020
Rafael Alonso na Athena, Rio de Janeiro
A Galeria Athena tem o prazer de apresentar Olho Grande, a primeira mostra individual de Rafael Alonso na galeria. Ocupando toda a Sala Cubo, a exposição conta com um conjunto de pinturas, instalações, itens de trabalho e objetos pessoais de Alonso que fazem parte do seu ateliê no Rio de Janeiro e foram transportados para dentro da Galeria. Ao propor tal deslocamento, a intenção do artista foi mudar e moldar o ambiente expositivo para um lugar ativo ao longo do período da exposição. Ou seja, a cada momento a mostra se tornará outra na medida em que novos trabalhos e novas ações vão sendo desenvolvidos.
Olho Grande reflete os devaneios e os pensamentos de Alonso. Desde a fachada da galeria, ocupada por um "sol" de compensado, passando pelo mural pintado sobre o portão, como um outdoor, tudo possibilita ao espectador a sensação de se inserir no trabalho do artista.
Ao entrar no espaço expositivo, tem-se a dimensão da proposta de Rafael Alonso: paredes ocupadas pelo excesso de pinturas, em montanhas de cores. De um lado, uma pintura mural, que traz cor à parede branca do espaço, de outro, pinturas penduradas uma sobre a outra, numa escada crescente até Sudorese Excessiva, obra que se encontra no topo, a cerca de 6 metros de altura. A presença da pintura mural é incorporada por outros acontecimentos e trabalhos do artista, que provocam uma troca ou atrito cromático e formal entre as obras: “é como algo que engolisse e fosse engolido ao mesmo tempo”, diz Alonso.
Além das abstrações coloridas já conhecidas da produção de Rafael Alonso, os temas das pinturas propostos para Olho Grande são paisagens a um primeiro olhar banais, comumente associadas à representação dos trópicos. Araras, folhagens, montanha e natureza nos remetem ao olho acostumado, apaziguador mas também ilusório e idealizado. Fazendo uso desses símbolos e ícones, Alonso dialoga com a tradição da pintura de paisagem, sem perder o tom crítico de uma natureza ideal. Sua pesquisa aqui nos sugere refletir a crise de uma certa ideia de “realidade”. Nas palavras do próprio artista: “Um pintor de paisagens idílicas sozinho reproduz incansavelmente a mesma cena que outrora diziam ser corriqueira em Olho grande (...), através de um amontoado de memórias e projetos despejados por suas ruas quadriculadas.”
No decorrer da mostra, novos trabalhos serão adicionados aos demais. A sua proposta é transformar o espaço expositivo em um espaço de ateliê, ativo, produzindo obras novas, promovendo colaborações artísticas entre outras ações que possam ser registradas e acompanhadas pelo público.
Sobre o artista
Rafael Alonso (Niterói, 1983) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Dentre suas exposições individuais importantes estão: 2017 - Don´t you (forget about me) (Museu de Arte Contemporânea de Niterói - Niterói, Brasil); 2012 - A origem mística de Portugal vista do Brasil (Paço Imperial - Rio de Janeiro, Brasil); 2011 - Espólio (Paço das Artes - São Paulo, Brasil); 2006 - Rafael Alonso (Centro Cultural São Paulo - São Paulo, Brasil).
Participou de diversas mostras coletivas, entre as quais: 2019 - Colapso (Galeria Athena - Rio de Janeiro, Brasil); 2018 - The Sun – Living with Our Star (Science Museum - Londres, Reino Unido); 2017 - Swype, Baby Swype (Tech Art Lab - Cascais, Portugal); 2016 - Artes Visuais em Revista (Espaço Cultural BNDES - Rio de Janeiro, Brasil); Alster Kunstsalon (Merck Finck & Co. - Hamburgo, Alemanha); 2015 - X Bienal do Mercosul (Porto Alegre, Brasil); Cariocas (Maison Folie Wazemmes - Lille, França); 2011 - Caos e Efeito (Itaú Cultural - São Paulo, Brasil); 2010 - Converging Trajectories (Modified Arts - Phoenix, E.U.A.); 2009 - Trilhas do Desejo, Itaú Rumos Artes Visuais (Paço Imperial - Rio de Janeiro, Brasil), entre outras.
Recebeu o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea (Rio de Janeiro, Brasil) e o prêmio SIM de Artes Visuais da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Belém, Brasil). Foi finalista da Bolsa Iberê Camargo (Porto Alegre, Brasil).