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novembro 28, 2020
Tomie Ohtake – A cor do invisível no Tomie Ohtake, São Paulo
A exposição Tomie Ohtake – A cor do invisível marca o aniversário da artista, que no dia 21 de novembro faria 107 anos (Quioto, 1913 – São Paulo, 2015), e também do Instituto Tomie Ohtake, fundado em 28 de novembro de 2001.
Diante do compromisso de estar sempre próximo à obra da artista que lhe empresta seu nome, o Instituto Tomie Ohtake tem, desde 2014, dedicado um espaço permanente a ela com exposições de longa duração. As ocupações propostas acerca da obra da artista brasileira nascida no Japão visam dar ao público acesso à sua vasta produção, além de atualizar continuamente as pesquisas sobre sua trajetória, ressaltando aspectos específicos de suas incursões pela pintura, gravura e escultura, relacionando-as com outras áreas do conhecimento.
Com curadoria de Luciara Ribeiro e Luise Malmaceda, a exposição é um ensaio visual centrado na ousadia das cores utilizadas por Tomie Ohtake. Conforme apontam as curadoras, o conjunto de trabalhos – cinco pinturas, seis gravuras e um estudo para a empena de edifício na Ladeira da Memória em São Paulo –, produzido entre os anos 1970 e o início da década seguinte, apresenta combinação de cores enfática, onde a fluidez do gesto dá lugar a construções mais sólidas, ainda que não completamente rígidas. “São os jogos de luz, sombra e nuances que se destacam e, justamente, marcam a singularidade de Tomie como artista”.
Segundo as curadoras ainda, em traços firmes e cromatismo vibrante, essas obras ganham caráter atmosférico, a geometria parece querer ir ao encontro do seu oposto, ao onírico. “Tomie Ohtake – A cor do invisível nos convida a observar, a leveza e a força dos gestos que a artista balanceia, sempre desprovidos de régua e compasso, e o jogos cromáticos luminosos que arranjou nas mais diversas técnicas”.
A mostra enfatiza que foi o brilho da incidência solar nos trópicos a impressão que marcou a chegada de Tomie Ohtake ao país, em 1936. “Uma lembrança amarela que é anedota recorrente na história da artista e símbolo último de sua profunda ligação com o Brasil. A ousadia no uso das cores e a presença fundante do amarelo vivo são, para muitos críticos, características de uma trajetória construída por ela no país, ainda que sua obra tenha negociado amistosamente aspectos da cultura japonesa no interior dos debates das vanguardas nacionais”, completam Ribeiro e Malmaceda.