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outubro 14, 2020
Tomie Ohtake: Poesia se medita + Vídeos #Juntos Distantes no Tomie Ohtake, São Paulo
Em Tomie Ohtake: Poesia se medita, exposição de longa duração que ocupa a sala especial dedicada à artista, a proposta curatorial relaciona a sua obra com a poesia oriental, sobretudo o haicai – poesia de síntese, a arte da forma elementar, dos gestos conscientes e objetivos. “Como na obra de Tomie, o haicai busca atingir a experiência pela essência da linguagem”, completa a curadora Luise Malmaceda, do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake.
O título da exposição "Tomie Ohtake: poesia se medita", foi retirado de um poema do Haroldo de Campos, em “Teoria e prática do poema”, 1952: “o Poema se medita/ como um círculo medita-se em seu centro/ como os raios do círculo o meditam/ fulcro de cristal do movimento”.
Segundo a curadora, foram selecionadas obras que se estruturam verticalmente, como nos haicais japoneses, gravuras e pinturas de gestos sintéticos e objetivos, que por vezes denotam traço caligráfico, e o álbum YU-GEN, com 12 gravuras (1997). Na série que compõe o álbum, a arte de Tomie é sobreposta com poemas concretos inspirados no Japão de Haroldo de Campos. Uma obra realizada a quatro mãos, em que o texto manuscrito pelo próprio poeta e reconhecido tradutor de poesia japonesa também vira imagem e contracena em equilíbrio com os desenhos impregnados pelas formas e cores da artista.
As gravuras reunidas na mostra refletem como Tomie soube inovar também nesta técnica, pela qual ganhou reconhecimento internacional a partir de 1972, quando foi convidada a participar da sala Grafica D’Oggi na Bienal de Veneza - exposição que contou com a presença dos mais importantes artistas do mundo, como os norte-americanos da Pop Art -, além de sua participação na Bienal de Gravura de Tóquio, em 1978, tradicional mostra internacional desta linguagem.
Vídeos #Juntos Distantes
Durante a pandemia, a convite do Instituto Tomie Ohtake, 40 dos mais influentes pensadores e artistas se engajaram gentilmente neste projeto que reuniu depoimentos sobre a questão do isolamento. Toda a semana, de abril a setembro, foram postados os vídeos e 3 a 6 minutos nas plataformas digitais do Instituto. O conjunto, que será projetado em uma das salas expositivas, é uma rara oportunidade de conferir a reflexão sobre este período sem precedentes no panorama mundial, de figuras da filosofia, da literatura, da música, do cinema, da dança e das artes visuais. Seguem os nomes por ordem das postagens: Agnaldo Farias; Muniz Sodré (2min56s); Regina Silveira (6min11s); Eliane Robert Moraes( 5min52s); Peter Pál Pelbart (2min58s); Bob Wolfenson ( 3min27s); Denise Stoklos (4min23s); Eliana Souza Silva (4min15s); Amir Labaki (6min14s); Ana Paula Simioni (6min); Leda Catunda (5min11s); Renata Carvalho (3min06s); Ismael Ivo (3min01s); Renato Janine Ribeiro (4min59s); Regina Parra (3min22s); Elisa Lucinda (5min14s);Rodolfo Stroeter (4min57s);Tata Amaral (4min38s); Renata Felinto (3min59s); Joice Berth ( 5min35s); Queila Rodrigues (6min41s); Fadzai Muchemwa (3min16s); Hélio Goldsztejn (5min44s); Maria Rita Kehl (5min02s); Cadu (2min58s); Lais Myrrha (3min30s); Tiago Mestre (4min57s); Andre Mehmari (3min43s); Janaina Leite (3min31s); Nino Cais (4min05s); Christian Cravo (3min04s); Ukhona Mlandu (4min57s); José Gregori (3min28s); Renata Bittencourt (5min09s); Walmor Corrêa (6min32s); Arrigo Barnabé (1min40s); Carmela Gross (5min32s); Danilo Ramos (3min25s); Mahfouz Ag Adnane (4min01s); Ricardo Ohtake (5min41s).