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outubro 10, 2020
Dirnei Prates na Adelina Instituto, São Paulo
Projeto Perímetros 4 recebe a mostra Filme-fátuo de Dirnei Prates - Programa foca em artistas visuais fora do eixo de SP
O artista visual gaúcho Dirnei Prates apresenta a exposição Filme-fátuo, a partir de sábado, 10 de outubro de 2020, às 14h, no projeto Perímetro, organizado e curado por Mario Gioia (ler texto curatorial), na Adelina Instituto, em Perdizes, em São Paulo. A mostra é a primeira solo do artista na capital paulista.
As obras que formam o conjunto da mostra traçam, entre a aguda urgência e o exercício contemplativo, um percurso vigoroso, não linear e permeável ao risco. Transformações mínimas e cotidianas são um dos focos da sua produção, que dialogam com a História da Arte, como as pinturas do italiano Michelangelo Merisi "Caravaggio" [1571-1610] e as fotografias do carioca Alair Gomes [1921-1992], usando personagens comuns como modelos, obtidas de forma voyeurística em chats de relacionamento gay.
Na produção mais recente, os animais assumem um certo protagonismo, como no Museu de História Natural, usados como um pretexto para discutir as contradições, descasos e inaptidões cada vez mais presentes no cotidiano. As relações entre pintura, fotografia e cinema também estão presentes em boa parte dos seus trabalhos. A série Júpiter, Netuno e Plutão, apresentada na mostra, é inédita em São Paulo.
Programação paralela
A mostra também terá uma programação paralela, com oficinas e palestras, todas com inscrições gratuitas e que exploram de diversas maneiras características da produção artísticas de Dirnei Prates. A programação estará disponível no site do Adelina Instituto.
Sobre o projeto Perímetros
Com organização e curadoria de Mario Gioia, o projeto Perímetros visa aproximar artistas emergentes de produção consistentes fora da cidade de São Paulo ao circuito paulistano através de exposições individuais. A seleção de artistas busca variedade de linguagens, origens e abordagens, porém sempre dando prioridade ao ineditismo e verticalidade do que é exposto.
Sobre o artista
Dirnei Prates (Porto Alegre, 1965)
Vive e trabalha em Porto Alegre. Desde 2007, utiliza apropriações em seus trabalhos em vídeo e fotografia, procurando nestas imagens, absorvidas quase sempre do seu entorno imediato, alguns padrões que evidenciem suas contradições, suas possibilidades de subleituras e interpretações pessoais. Desde 2006, atua no coletivo Cine Água em parceria com o artista Nelton Pellenz.
Participa do MAC Encontra os Artistas, promovido pelo grupo de estudos em crítica e curadoria do Departamento de Artes Plásticas da USP, recebe indicação ao Prêmio PIPA, e é um dos dez artistas destaque da Bolsa Iberê Camargo 2012. Em 2017, publica olhos vermelhos através da Editora Moinho Edições Limitadas. Em 2018, realiza a residência artística Torus, em Caxias do Sul/RS. Entre as exposições coletivas, participou da 10ª Bienal do Mercosul-Mensagens de uma Nova América- Santander Cultural/RS, Caixa Preta - Fundação Iberê Camargo/RS, 32ª e 33º Salão Arte Pará, Museu do Estado do Pará/PA, entre outras. Representado pela galeria Gestual.
Sobre o curador
Mario Gioia (São Paulo, 1974)
Curador independente e crítico de arte, é graduado pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo).
Em 2016, a mostra Topofilias, com sua curadoria, no Margs (Museu de Arte do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre, foi contemplada com o 10º Prêmio Açorianos, categoria desenho. De 2011 a 2016, coordenou o projeto Zip'Up, na Zipper Galeria, destinado à exibição de novos artistas e projetos inéditos. Na feira ArtLima 2017 (Peru), assinou a curadoria da seção especial CAP Brasil, intitulada Sul-Sur, e fez o texto crítico de Territórios forjados (Sketch Galería, 2016), em Bogotá (Colômbia). Em 2018, assinou a seção curatorial dedicada ao Brasil na feira Pinta (Miami, EUA) e a curadoria de Esquinas que me atravessam, de Rodrigo Sassi (CCBB-SP). Em 2019, iniciou o projeto Perímetros no Adelina Instituto, em SP, dedicado a artistas ainda sem mostras individuais na cidade, que contou com exposições de João Trevisan (DF), Lara Viana (BA) e Claudia Hamerski (RS).
É colaborador de periódicos de artes como Select e foi repórter e redator de artes visuais e arquitetura da Folha de S.Paulo de 2005 a 2009. Integrou o grupo de críticos do Paço das Artes desde 2011, instituição na qual fez o acompanhamento crítico de Luz Vermelha (2015), de Fabio Flaks, Black Market (2012), de Paulo Almeida, e A Riscar (2011), de Daniela Seixas. Foi crítico convidado de 2013 a 2015 do Programa de Exposições do CCSP (Centro Cultural São Paulo) e fez, na mesma instituição, parte do grupo de críticos do Programa de Fotografia 2012. Em 2015, no CCSP, fez a curadoria de Ter lugar para ser, coletiva com 12 artistas sobre as relações entre arquitetura e artes visuais.
Já fez a curadoria de mostras em cidades como Brasília (Decifrações, Espaço Ecco, 2014), Porto Alegre (Ao Sul, Paisagens, Bolsa de Arte, 2013), Salvador (Fragmentos de um discurso pictórico, Roberto Alban Galeria, 2017) e Rio de Janeiro (Arcádia, CGaleria, 2016), entre outras.
Sobre o Adelina Instituto
O Instituto existe desde 2017 e fica no bairro Perdizes, em São Paulo. Com ampla atuação no circuito de arte e educação contemporâneas, o projeto promove a difusão, produção e compartilhamento de conhecimento, por meio de encontros, debates, oficinas, publicações, além de cursos interdisciplinares, exposições de artistas contemporâneos e ações extramuros. O objetivo do projeto é firmar-se como um espaço para a concepção, formação e difusão da arte. Em suas muitas ações, a ideia é atingir os mais diversos perfis, favorecendo o intercâmbios entre artistas, curadores e amantes da arte. Desde a sua fundação, a Adelina pretende aproximar a arte e educação, como um apoio e de forma colaborativa na formação livre de públicos variados, entre os quais estão professores da rede de ensino público, estudantes, crianças, adolescentes e idosos.