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setembro 28, 2020

Livros e Arte na CRM, Rio de Janeiro

Mergulho gráfico: exposição reúne trabalhos de nove artistas contemporâneos em diálogo com obras gráficas artesanais de raro preciosismo, na Casa Roberto Marinho

A exposição Livros e Arte, que será inaugurada no dia 3 de outubro de 2020, na Casa Roberto Marinho, reúne 149 trabalhos de nove artistas, no andar superior do instituto. A curadoria de Leonel Kaz parte de livros de artista organizados pela UQ! Editions - parceria editorial entre Kaz e a designer Lucia Bertazzo - em publicações plásticas e/ou conceituais, acerca das obras de Antonio Dias, Ferreira Gullar, Frans Krajcberg, Leo Battistelli, Luiz Zerbini, Paulo Climachauska, Pedro Cabrita Reis, Roberto Magalhães e Wanda Pimentel. A mostra propõe um diálogo entre as obras gráficas e pinturas (sobre diferentes suportes), esculturas, desenhos, monotipias, fotografias, vídeos, instalação e outras linguagens. Sula Danowski assina o projeto cenográfico e o design.

De acordo com o curador, a exposição se desdobra em nove individuais: “Cada sala é consagrada a um artista e os livros exibidos evidenciam o envolvimento físico de todos eles, num processo extremamente artesanal. A mostra revela a reinvenção destes grandes criadores através da arte gráfica. Aliás, esta exposição celebra as mais diversas expressões da arte gráfica no Brasil”, afirma Kaz.

Lucia Bertazzo explica que os projetos da UQ! são adaptações da linguagem de cada artista em formato editorial: “O processo parte sempre de uma conversa, em que nada está pré-estabelecido, e os exemplares resultam dessa concepção parceira. É quase uma forma de pintar livros com os pincéis dos artistas”.

Livro-gaveta, livro-janela, livro-objeto, livro-escultura: os exemplares apresentados na mostra são, em si mesmos, peças de arte. O experimentalismo das publicações revela um percurso de linguagens artísticas muito variado, com técnicas múltiplas de impressão, encadernações artesanais primorosas e materiais que vão do bambu ao aço, passando pela cerâmica e pelo acrílico.

Extraídos da bananeira, vindos da China, de Nova York ou da Guatemala, os papeis são um capítulo à parte, de sofisticada artesania, que exalta a singularidade de cada edição. Os híbridos de livros e obras de arte desafiam a forma e se materializam em versões surpreendentes: são peças únicas, que se aproximam da obra original, com tiragem numerada.

Objetos de experimentação, com poéticas e discursos múltiplos, alguns livros poderão ser manuseados pelos leitores-espectadores em visita à exposição (a Casa Roberto Marinho vai oferecer luvas descartáveis). “Essa arte ao alcance das mãos permitirá ao público uma relação tátil e sensorial”, comenta Leonel.

Diretor da Casa Roberto Marinho, Lauro Cavalcanti observa que o instituto reabre seus espaços com a mostra alicerçada em duas grandes paixões de seu patrono: livros e arte. “Esta relação está no DNA da Casa”, revela.

VISITA GUIADA

Sala Luiz Zerbini

A sala de abertura de Livros e Arte, dedicada a Luiz Zerbini, ocupa o espaço que abrigava a antiga biblioteca de Roberto Marinho. Ao fundo, está o grande painel “Primeira Missa”, pintado em 2014, ladeado por 16 monotipias da série “Minhas Impressões” (56cm x 79cm), que originou o monumental livro de mesmo título. Com capa em bambu e uma profusão de intervenções e colagens manuais, o livro inclui pinturas originais do artista em tinta acrílica sobre papel.
O resultado da estreita colaboração entre o artista, os editores e o impressor João Sanchez, do Estúdio Baren, fez Zerbini mergulhar por cerca de dois anos no universo da arte gráfica. As técnicas vão da gravura em metal, xilogravura e monotipia ao recorte a laser impresso em papel marmorizado, passando pelo au pochoir (folhas pintadas manualmente e coladas no papel). O resultado é uma fusão entre natureza e artes gráficas. A sala inclui as matrizes originais de impressão.

Sala Antonio Dias (1944–2018)

Esta sala sintetiza as diversas faces de Antonio Dias, um artista múltiplo e inquieto: duas pinturas de galáxias, três guaches de sua “fase política” dos anos 1960, uma obra sobre papel do Nepal e um díptico sanguíneo, criado quase ao final de sua vida. É o mesmo artista multifacetado que emerge no vídeo de Antonio Carlos da Fontoura, também em exibição na mostra.
O múltiplo “galáxias” (50cm x 70cm), assinado por Haroldo de Campos e Dias, e idealizado pela dupla ainda nos anos 1970, é tema do livro realizado pela UQ! Editions, a partir de 100 protótipos. Trata-se de um sofisticado estojo em fibra de vidro revestida em tecido pintado pelo artista, contendo dez caixas menores, de onde saem 32 peças gráficas criadas simultaneamente com o famoso poema concretista ‘Galáxias’, escrito por Campos no início dos anos 1970.
A produção do livro envolveu uma série de artesãos que ajudaram a confeccionar os objetos que compõem o múltiplo concebido por Dias, como poemas em leque, jogos de espelho, plásticos com algodão e talco dentro, entre outros.

Sala Ferreira Gullar (1930–2016)

As delicadas peças plásticas de papel feitas pelo poeta Gullar eram por ele chamadas de “relevos”. Elas encenam o momento em que o papel, até então bidimensional, salta no espaço, tornando-se tridimensional. A sala expõe parte dos 60 originais em papel e os 17 relevos a que deram origem, em finíssimas chapas de aço com tinta automotiva, tão finas e bem acabadas que lembram o próprio papel em que foram produzidas.
Cada relevo de “A revelação do avesso - Colagens em relevo de Ferreira Gullar”, da UQ! Editions, vem numa bela caixa de madeira, acompanhado por um livro com as obras interpretadas pelo olhar da fotógrafa Nana Moraes. Uma vitrine exibe os “Poemas Espaciais”, da década de 1960, e, no texto de parede, o poema “Pintura”, presente no livro, sintetiza o ardor com o qual Gullar exprimia sua estética e sua poética.

Sala Pedro Cabrita Reis

Em visita ao ateliê de Pedro Cabrita Reis, numa antiga fábrica no bairro de Marvila, em Lisboa, os editores da UQ! propuseram ao artista português um desafio: interpretar o poema “Cântico Negro” (63 x 50 cm), de José Régio. Exultante, Cabrita aceitou: “Este sou eu; esta é a minha obra”. Artista de gestos grandiloquentes, entregou aos editores a missão de encontrar um papel para obras imensas que coubessem em livro. Um papel produzido a partir de fibra de bambu permitiu que 70 pinturas originais em acetona e pigmentos atingissem 2m de altura. Como o bambu dobra mas não quebra, as pinturas foram dobradas e acomodadas num estojo feito em Paris, pelo Atelier Dreieck, com tecido de linho e algodão em tom laranja (paixão do artista) e, no Rio, pela Palmarium. Ao lado das pinturas no estojo, o poema de Régio surge impresso em tipografia manual por João Sanchez, do Estúdio Baren, com relevo a frio e serigrafia. Nas paredes, há quatro cânticos emoldurados e duas pinturas a óleo sobre tela, características do artista.

Sala Wanda Pimentel (1943–2019)

A sala com obras de Wanda Pimentel foi montada na casa da artista, a partir de sua coleção pessoal. As telas foram colocadas lado a lado por ela mesma, poucos meses antes de partir. A ideia era recriar, na exposição, o ambiente de suas pinturas, borrando as fronteiras entre o espaço dentro e fora dos quadros.
Quatro esculturas da série Bueiros, de 1970, ocupam o centro da sala. Nas paredes, 17 trabalhos da série Envolvimento se relacionam com uma pintura da série Portas (1978). Bem em frente, outro conjunto, também da série Bueiros, forma um imenso painel dos chamados “anos de chumbo”.
Wanda realizou os nanquins da celebrada série Envolvimento na década de 1960, ano em que despontou na Nova Figuração brasileira. São desenhos que retratam ambientes domésticos, em estilo pop, com fragmentos de pernas e braços que nos sugerem a intimidade do corpo feminino com as coisas ao seu redor. Paredes, janelas, móveis e os objetos industriais que se tornaram parte desse idílio particular, indicam o aprofundamento da sociedade de consumo nos anos 1960: maços de cigarro, copos, chaleiras, chinelos, ventiladores… quase podemos ouvir o som da vitrola tocando.
Cada livro-objeto da UQ! traz um desenho desta série impresso sobre tela, com uma intervenção única realizada pela artista, em tinta acrílica colorida. O livro “Coleção Wanda Pimentel” (60m x 68cm) vem em caixa de acrílico que pode ser pendurada na parede, como um quadro. Abre-se a caixa como se abre uma janela…

Sala Frans Krajcberg (1921–2017)

Além de esculturas, a sala consagrada a Frans Krajcberg exibe obras que atestam a variedade de suas intervenções. Pinturas a óleo dos anos 1950 dialogam com a série Ibiza e seus magníficos papéis japoneses entrecortados. Uma “pintura” realizada com pedras de Minas Gerais ressalta a convivência do artista entre a tridimensionalidade da escultura e o universo plano de uma pintura, sempre plena de relevos. A mostra expõe também um raro conjunto de 12 fotos coloridas, feitas pelo artista em seus últimos anos de vida. As mesmas fotos estão no livro “Outra Natureza” (50cm x 60 cm), da UQ!, apresentado em caixa de bambu que tem a função de moldura ou estojo, cada uma trazendo uma foto diferente. Além das imagens feitas por Krajcberg, há outras seis que o fotógrafo Walter Carvalho fez do artista, nos anos 1980. Nelas, Frans aparece pleno de vitalidade, correndo com seus cães nas areias de Nova Viçosa, sul da Bahia, onde vivia recluso, próximo daquilo que mais amava: a natureza. O conjunto se completa com a foto feita por Nana Moraes, na qual Krajcberg surge assinando um exemplar do livro (as fotos emolduradas são assinadas com seu FK a fogo).

Sala Leo Battistelli

Um fio de contas desce do teto até quase tocar o chão, como uma chuva. Formas maiores e menores de cerâmica esmaltada, lembrando plantas de barro com gotículas de água, esparramam-se pelas paredes como se tivessem sido arremessadas nelas, respingando no espaço ao redor. O arranjo é orgânico e as cores são vivas, brilhando pela luz refletida que atravessa o esmalte. Mesmo estáticas, as peças nos transmitem a impressão de movimento e elasticidade. São tão visuais quanto táteis. Parecem úmidas e viscosas, estão grudadas na parede da mesma forma que as rãs grudam nas folhas. Assim é o site specific criado pelo ceramista e escultor argentino Leo Battistelli, para a exposição Livros e Arte.
“As esferas da percepção” (50 x 70 cm), editado pela UQ, é composto de uma base de acrílico que sustenta esferas em cerâmica colorida. Cada objeto é parte da estrutura molecular de plantas alucinógenas que, segundo o artista, expõem a similitude de estruturas químicas de plantas e humanos. Indo além, Battistelli imaginou, baseando-se no espectro de luz, quais seriam as cores de cada átomo — algo que nem os cientistas sabem. Completa o conjunto um livro com fotos de Nana Moraes e um fragmento de texto do físico Marcelo Gleiser.

Sala Roberto Magalhães

É preciso ativar a imaginação para ouvir o que as cabeças retratadas por Roberto Magalhães, nas mais diversas técnicas (guache, aquarela, grafite, lápis de cor, aguada de nanquim, ecoline ou pastel oleoso), têm a nos dizer. A sala reúne 34 trabalhos do artista carioca que, em março, completou 80 anos.
A edição da UQ! foi concebida com base em alguns desenhos. Para contemplar o universo de Magalhães foram criados objetos lúdicos e manipuláveis, como um convite à curiosidade: caixas de acrílico colorido que se abrem como gavetas e remetem a pinturas de Mondrian, em seu design geométrico. Em cada moldura de “Sem pé nem cabeça” (50cm x 70cm), um original e dois estojos: um deles abriga o livro; o outro, um “pergaminho” místico, escrito numa língua inventada pelo artista, sublinhando a proximidade de Roberto Magalhães com o esoterismo. Não há uma moldura igual à outra na combinação de cores. A sala se completa com uma vitrine que exibe os manuscritos imaginosos do artista e, ainda, um vídeo de Antonio Carlos da Fontoura.

Sala Paulo Climachauska

Encerrando o percurso, a sala do paulistano exibe o conjunto de objetos que saíram do livro “Galpão Gaveta” (40cm x 50cm), realizado por Climachauska e pela UQ!, com a colaboração de Anastacia Hatziefstratiou. São esculturas e pinturas em pequeno formato, fac-símiles, rascunhos gráficos, gravuras e desenhos de galpões em perspectiva. Todos os objetos são ligados por um fio comum, em que a ideia do “galpão”, que dá nome à peça, remete ao mundo da fábrica, da produção e da mercadoria.
O livro foi criado a partir de uma caixa laranja em aço inox, que o artista decidiu habitar com “uma compilação de trabalhos ligados ao universo da economia”, em suas palavras. As perspectivas maiores baseiam-se na série de desenhos feitos sobre galpões industriais de estocagem e na ideia de construção por subtração. Já as pinturas coloridas (cada livro-galpão inclui uma) são baseadas em gráficos econômicos. Completa o conjunto o ‘Livro de Areia’, revestido em tecido, com rascunhos gráficos do artista, que tem a obra do argentino Jorge Luis Borges como fonte de inspiração; e o ‘Livro dos espelhos’, que se entreabre num firmamento de números, com espelhos evocando a ideia da multiplicação vertiginosa das coisas e revelando o fascínio de Climachauska pelas relações entre arte, economia e sociedade. Na sala, há também pinturas, um vídeo do próprio artista e uma escultura: um ovo em mármore.

VISITAÇÃO

Link para ingressos (o agendamento prévio é obrigatório): www.casarobertomarinho.org.br

Visitação: terça a domingo, das 12h às 18h (entrada até às 17h15)
(Aos sábados, domingos e feriados, a Casa Roberto Marinho abre a área verde e a cafeteria a partir das 9h.)

Ingressos: R$ 10 (inteira) / R$ 5 (meia entrada)
Às quartas-feiras, a entrada é franca.
Aos domingos, “ingresso família” a R$ 10 para grupos de quatro pessoas. A CRM respeita todas as gratuidades previstas por lei.

Material de imprensa realizado por Mônica Villela Companhia de Imprensa

Posted by Patricia Canetti at 10:40 AM