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setembro 3, 2020
Wisnik e Kaz conversam sobre Burle Marx na Almeida e Dale, São Paulo
O curador da mostra Guilherme Wisnik conversa com Leonel Kaz sobre Roberto Burle Marx. A transmissão acontece no instagram @almeidaedale e será disponibilizada posteriormente no canal da galeria no youtube.
3 de setembro de 2020, quinta-feira, às 17h
Sobre a mostra que fica em cartaz até 31 de outubro de 2020
A exposição Burle Marx: paraísos inventados, na Galeria Almeida e Dale, em São Paulo, apresenta um recorte da produção pictórica, gráfica, escultórica, objetual e paisagística de Roberto Burle Marx (1909-1994). Reconhecido mundialmente como um dos paisagistas mais importantes do século XX, Burle Marx não concebia diferença entre seus projetos de jardins, suas pinturas e seus desenhos. Influenciado pelo Cubismo, combinou o geometrismo e o organicismo de modo ímpar, criando uma poética identificada ao hedonismo lírico da cultura tropical, hoje associada ao termo “Sul Global”. Sua adoração pelas potências da natureza, numa época dominada pelo racionalismo cientificista, faz de Burle Marx um artista pioneiro, muito importante no contexto de um mundo que revê criticamente a ideia cartesiana e iluminista de separação estanque entre natureza e cultura, à luz do conceito de Antropoceno.
Respeitando a cronologia de uma obra que se desenvolve dos anos 1930 aos 1990, a exposição não separará de forma estanque seus trabalhos conforme o medium. Ao contrário, buscará uma aproximação entre as linguagens, relacionando, por exemplo, projetos de jardins, desenhos e pinturas, de modo a explicitar a unidade do seu pensamento.
O título da exposição alude à liberdade com que o artista trabalhava, formulando mundos edênicos em suas obras. Mundos transbordantes de potência criativa, nos quais a lógica geométrica da composição não se opõe à curva orgânica da natureza, muito ao contrário.
Sobre os palestrantes
Leonel Kaz é curador e editor de UQ! Editions e foi Secretário de Cultura e Esportes do Estado do Rio. Foi o editor do livro “Debret Flowers and Fruits” com texto de Burle Marx e escreveu a introdução do livro “Burle Marx”, de Renato Kemp. Curador de várias exposições, entre as quais VIK MUNIZ, no MAM-Rio, MASP, MON-Curitiba; Provocando o olhar, no MASP; O Colecionador – Arte Brasileira e Internacional na Coleção Boghici, no MAR-Museu de Arte do Rio; A Inusitada Coleção de Sylvio Perlstein, no MAM-Rio e no MASP, Arte e Ousadia - O Brasil na Coleção Sattamini no MASP. Como profissional de comunicação foi diretor de publicações em Bloch Editores e Editora Abril, assim como editor em O Globo e é co-autor do livro Museus do Brasil (editora Atlântica).
Guilherme Wisnik é professor da FAU-USP e autor de livros como Lucio Costa (Cosac Naify, 2001), Oscar Niemeyer (Folha de S. Paulo, 2013), Espaço em obra: cidade, arte, arquitetura (Edições Sesc SP, 2018, com Julio Mariutti), publicou ensaios em diversos livros e revistas, tais como Artforum, Architectural Design, Domus, Arch +, Baumeister, Urban China, Plot e Monolito.
É membro da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte e foi Curador Geral da 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo (Instituto de Arquitetos do Brasil, 2013).