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setembro 3, 2020
O Real Resiste nas ruas, becos, avenidas e vielas do Rio de Janeiro
Saulo Nicolai (Favelagrafia, Morro do Fogueteiro)
A partir de 29 de agosto, mais de cem lambe-lambes vão pousar nas paredes e muros do Rio de Janeiro. O Real Resiste, título de uma canção de Arnaldo Antunes, é uma ocupação urbana concebida por Manuela Muller e Maneco Muller, com cartazes de 2 X 3 metros que despejarão ideias, desejos, gritos — seja lá o que for — em fotografias, poesias, desenhos, grafias e pinturas.
O gesto nasce em contraponto a um processo de demolição da cultura, de amplificação dos negacionismos, do poder punitivo e sua escalada sem fim, da mediocridade, do preconceito, do desrespeito a República, da banalização de tantas mortes que poderiam ser evitadas.
Artistas participantes: Ana Calzavara, Cabelo, Carlito Carvalhosa, Carlos Vergara, Casa Voa com Bernardo Vilhena, Antonio Bokel, Carolina Kasting, Clarice Rosadas, Maria Flexa, Marcelo Macedo e Mateo Velasco, Chelpa Ferro (Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler), Criola, Elvis Almeida, João Sánchez, Marcos Chaves, Pedro Sánchez e Raul Mourão. Entre os poetas, Catarina Lins, Gabriela Marcondes e Marina Wisnik. Entre os fotógrafos, Anderson Valentim (Favelagrafia, Morro do Borel), Elana Paulino (Favelagrafia, Morro Santa Marta), Josiane Santana (Favelagrafia, Complexo do Alemão), Joyce Piñeiro (Favelagrafia, Morro da Providência), Omar Britto (Favelagrafia, Morro da Babilônia), Rafael Gomes (Favelagrafia, Rocinha), Saulo Nicolai (Favelagrafia, Morro do Fogueteiro) e Walter Carvalho. Entre os músicos, Arnaldo Antunes e Leo Gandelman.