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março 11, 2020
7 Etnógrafos na dotArt, Belo Horizonte
A dotART galeria dá início à programação 2020 com três exposições e o lançamento de um livro, ressaltando artistas e obras contemporâneas. A partir do dia 14 de março, entra em cartaz a coletiva 7 X Artistas – Novas Pinceladas, em que os pintores participantes são personagens do livro homônimo a ser lançado e distribuído gratuitamente na ocasião de abertura. O público poderá apreciar, ainda, a mostra individual Reinventando Paisagens, de Laura Villarosa, e a exposição coletiva 7 Etnógrafos, ambas com curadoia do artista Efraim Almeida.
Todas as obras expostas, mesmo que em mostras diferentes, permitem que o visitante conheça um pouco da produção artística brasileira atual. Todos os autores das telas são brasileiros, mas com estilos e técnicas muito distintos, mostrando a pluralidade e versatilidade da arte contemporânea. O lançamento, que acontece no dia 14, das 11h às 16h, conta com presença de alguns dos artistas cujas obras estão expostas.
7 ETNÓGRAFOS
Na galeria 1, estreia a mostra coletiva inédita 7 Etnógrafos, com novas obras dos artistas Igor Nunes, Reitchel Komch, Vanessa Rocha, Cláudia Lyrio, Ana Tereza Prado Lopes, Katia Politzer e Danielle Cukierman.
Com curadoria de Efrain Almeida, que acompanha o trabalho realizado por eles há dois anos, a mostra faz uma releitura artística do significado de etnografia, comum na antropologia. Na ciência, esse é o método utilizado para estudar povos e civilizações.
Nesse caso, os artistas observaram sua própria vida, numa espécie de etnografia pessoal. “Cada peça criada vai ao encontro da própria história do artista. Eles levaram em consideração o contexto existencial, a biografia, experiências e suas histórias, expressando isso pinturas, instalações e composições”, explica o curador.
Cada trabalho é uma atitude diferente baseado na ideia de etnografia. Igor Nunes, por exemplo, carrega consigo toda a bagagem de sua experiência com o grafite e traz para suas obras o retrato de grafiteiros parceiros. O artista, inclusive, utiliza um caderno de pesquisa de campo em seu dia a dia.
As obras apresentadas por Reitchel Komch buscam conectar com a mitologia africana, com Iroko e as árvores sagradas. Já Ana Tereza Prado Lopes incorpora os relevos arquitetônicos às suas obras, fazendo com que os espaços em que convive diariamente sejam transpostos às telas.
Relacionamentos diversos são retratados por Vanessa Rocha em aquarelas em formatos de postais, congelando-os em momentos sem monotonia e sem o desgaste do tempo. Cláudia Lyrio transforma visitas a museus de história natural em registros de pássaros, dando um novo sentido a eles.
Katia Politzer conecta as mulheres da sua família. Misturando tecidos que carregam memória afetiva, fotos e bordados que entrelaçam as relações. A utilização de linhas e tecidos também é visto no trabalho da artista Danielle Cukierman, que apropria sinalizações cotidianas que geram confusão de informação e dá um novo significado em tecido e bordado.