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março 3, 2020
Bruno Munari na Bergamin & Gomide, São Paulo
Na primeira exposição do ano, entre os dias 7 de março a 18 de abril de 2020, a Bergamin & Gomide apresenta Bruno Munari: Sempre uma coisa nova, do artista italiano que rompeu os paradigmas entre arte e design. A exposição reúne cerca de 40 obras que compreendem o período de 1947 a 1995, dentre colagens, gravuras, desenhos, pinturas, esculturas, entre outras.
Bruno Munari (1907-1998) foi artista, designer gráfico e pedagogo. Constantemente versátil e inventivo, é considerado um dos maiores gênios do século XX. Grande parte de sua obra esteve associada ao interesse pedagógico e ao desejo de expandir a compreensão do homem sobre o mundo, através do desenvolvimento de novas formas de comunicação visual.
Serão apresentadas na exposição obras como a série “Negativo Positivo” (1950-1995), compostas por formas geométricas de cores vibrantes, onde o artista explora os princípios da Gestalt. Esta série foi o ponto de partida para trabalhos tridimensionais, esculturas cinéticas e fixas, como a série “Scultura da Viaggio” [Esculturas para Viagens] (1989). Criadas para aqueles que viajam com frequência - já que podem ser dobradas -, elas são feitas de materiais comuns, como madeira, fita, plástico, barbante e papelão cortado, e demonstram o interesse contínuo de Munari na ressignificação do objeto de arte. Munari também incorpora o metal nas esculturas, como na série “Macchina inutile sincron” [Máquina sincrônica inútil] (1956-1970).
Além disso, poderão ser vistas pinturas e colagens das séries “Curve di Peano” [Curva de Peano] de 1995 e “Studio di design” (1947), onde explorou a abstração e as relações espaciais na tela e no papel. A icônica série de Munari, “Forchette Parlanti” (1958), também será exibida. Em português, os “Garfos Falantes” são feitos de prata e dobrados propositalmente com o objetivo de distorcer a função do objeto, encorajando o expectador a fazer um exercício de imaginação. Aliás, a imaginação fértil foi uma característica presente ao longo de toda a trajetória deste artista singular, reconhecido por ser um espirituoso inventor incansável.
SOBRE O ARTISTA
Bruno Munari nasceu em 1907 em Milão, na Itália, e iniciou sua carreira ainda jovem, influenciado pela segunda geração do futurismo italiano. Em 1927, expôs pela primeira vez, enquanto já exercia atividades como diretor de arte e ilustrador. Embora Munari tenha se afastado rapidamente do futurismo nos seus vinte e poucos anos, os temas que desenvolveu durante esse período permaneceram presentes ao longo de sua produção artística, como a importância do toque, dos sentidos e das realidades imaginadas.
Ele foi um dos fundadores do Movimento Arte Concreta (1947) na Itália, o que aproximou seu trabalho da abstração. Após a Segunda Guerra Mundial, a prática de Munari se expandiu para incluir o design de produtos, layouts, bem como brinquedos e livros para crianças, pelos quais é mais conhecido pelo público em geral. Os livros de Munari, particularmente aqueles feitos para crianças, enfatizam sua crença nos potenciais pedagógicos da arte e do design.
Bruno Munari exibiu extensivamente ao longo de sua vida, participou de relevantes exposições internacionais como a Documenta 3 e Documenta 4 em Kassel (1964-1968), e de nove edições da Bienal de Veneza. Seu trabalho também foi exibido em instituições que incluem o MoMA em Nova York, o Museum Fridericianum em Kassel, o Stedelijk Museum em Amsterdã, entre outros.