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fevereiro 27, 2020

Cássio Vasconcellos na Nara Roesler, Rio de Janeiro

A Galeria Nara Roesler | Rio de Janeiro tem o prazer de inaugurar seu calendário de 2020 com Dríades e Faunos, individual do fotógrafo paulista Cássio Vasconcellos. Essa é a primeira mostra do artista na galeria, que o representa desde 2019. Em sua estreia, o fotógrafo apresenta sua mais recente série de trabalhos, que versa tanto sobre a potência expressiva da natureza quanto sobre a relação entre pintura e fotografia.

[scroll down for English version]

Dríades e Faunos (2019-2020), série cujo nome também dá título à exposição, é um desdobramento da pesquisa iniciada em 2015 com Viagem pitoresca pelo Brasil (2015 – atual), baseada nas expedições artísticas e científicas que ocorreram no Brasil durante o século XIX. Esses empreendimentos reuniam artistas e cientistas de diferentes especialidades com o objetivo de percorrer e se embrenhar em nosso território, ainda pouco conhecido na época, a fim de explorá-lo e mapeá-lo.

A expedição Langsdorff, de 1825, por exemplo, trazia em sua comitiva o botânico Ludwig Riedel, tataravô de Vasconcellos. Esse elo pode nos sugerir um fascinío, herdado no âmbito familiar, pelo mistério da natureza como motivo, o que talvez tenha levado o fotógrafo a se interrogar sobre a impressão que a vastidão das nossas matas produziu nos artistas e cientistas daquela época. Mais do que alcançar o mesmo resultado das imagens do período, ele busca um efeito similar. Para isso, ele altera a sensibilidade e o intervalo de exposição da câmera para produzir uma fotografia que também será editada digitalmente.

Nas imagens capturadas, pode-se observar a exuberância das florestas brasileiras, em especial da Mata Atlântica, que permeia a costa leste brasileira e, principalmente, a região sudeste. O público irá se deparar com paisagens que compõem o cenário da cidade do Rio de Janeiro e seus arredores, tais como a Floresta da Tijuca, a Serra dos Órgãos e o Parque Nacional do Itatiaia, assim como de outros lugares do país. Muitas das viagens realizadas por Vasconcellos para capturar as imagens foram feitas em companhia do seu amigo, o botânico Ricardo Cardim. Inclusive, foi o pesquisador que sugeriu o nome Dryads para a série que começou a surgir no ano passado.

O nome tem origem na mitologia grega, em que as Dryads, ou Dríades, em português, são divindades que nascem junto a uma árvore, passando a viver nela, ou em seus arredores. A vida de ambas estaria entrelaçada de tal modo que, se a árvore morresse, o mesmo acontecia com a entidade. Cardim, ao observar que nas paisagens de Vasconcellos também habitavam figuras de nus femininos em harmonia, logo se lembrou da lenda. Quando passou a acrescentar também figuras masculinas, o fotógrafo recorreu a outra referência proveniente do mesmo imaginário, os Faunos.

As figuras humanas que habitam as composições de cenas idílicas de Vasconcellos foram retiradas de pinturas acadêmicas do século XIX de autoria de mestres como Jacques Louis David, William Adolphe Bouguereau e Jean-Baptiste Camille Corot. Essa é a primeira vez que o fotógrafo se apropria de imagens de outros artistas para criar seu trabalho. Reitera-se, com esse gesto, a relação entre pintura e fotografia, ali aproximadas: não é só a fotografia que se assemelha à pintura, pelo seu tratamento, mas também as figuras retiradas dos quadros se parecem com fotos.

Os nus foram eleitos enquanto forma atemporal de representação do corpo, pois não apresentam roupas que possam marcar uma época ou classe social. Vasconcellos busca instaurar um tempo em suspensão em que possa se sobressair a relação do indivíduo com a natureza, a procura por um certo equilíbrio harmônico entre ambos. A atmosfera romântica das imagens não deixa de nos remeter, ainda que indiretamente, as discussões sobre o impacto ecológico humano, tendo em vista a série de catástrofes com as quais nos deparamos atualmente.

Cássio Vasconcellos nasceu em São Paulo, Brasil, em 1965, onde vive e trabalha, e iniciou sua carreira de fotógrafo no começo dos anos 1980. Apesar de ter vasta experiência como fotojornalista, sua produção artística se destaca pela criação de espaços imaginários e de ficções a partir de elementos da realidade. Seu trabalho ultrapassa os métodos tradicionais da fotografia documental, criando uma linguagem experimental voltada à crítica da sociedade contemporânea. A predileção pela fotografia aérea auxilia na criação de imagens impactantes, que jogam, a partir da escala, com a nossa percepção do mundo. Vasconcellos publicou diversos livros reunindo essa produção, como Brasil visto do céu (Editora Brasileira, 2017), Panorâmicas (DBA, 2012) e Noturnos São Paulo (2002), entre outros.

Nas suas fotos, podemos nos encontrar diante do excesso de produtos disseminados no nosso cotidiano, assim como da regularidade das formas arquitetônicas que parece se expandir infinitamente, figurações que aparecem como emblemas de nossa cultura. Ou nos deparamo com a exuberância incomensurável da natureza, traduzida em paisagens, tal como na série Viagem pitoresca pelo Brasil (2015), em que o artista se baseia e se inscreve na longa tradição de artistas que buscaram capturar o interior de nossas florestas. Percebe-se, então, que subjaz algo de sublime ao trabalho de Vasconcellos, tendo em vista que suas fotografias nos colocam em contato com aquilo que é demasiadamente vasto.

seleção de coleções permanentes
• Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo, Brasil
• Museo Nacional de Bellas Artes, Buenos Aires, Argentina
• Bibliothèque Nationale, Paris, França
• Museum of Fine Arts Houston (MFAH), Houston, EUA

seleção de exposições individuais recentes
• Collectives, St Georges’s Gate (Castle of Ioannina), Ioannina, Grécia, 2019
• Viagem pitoresca pelo Brasil, Pequena Galeria 18, São Paulo, Brasil, 2015
• Aéreas do Brasil, Paço das Artes, São Paulo, Brasil, 2014
• Coletivos, Today Art Museum (TAM), Beijing, China, 2019; Art + Shanghai Gallery, Shanghai, China, 2013

seleção de exposições coletivas recentes
• Trees, Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris, França, 2019
• Civilization: The Way We Live Now, National Museum of Modern and Contemporary Art (MMCA), Seul, Coréia do Sul, 2018
• Past/Future/Present: Contemporary Brazilian Art from the Museum of Modern Art of São Paulo, Phoenix Art Museum, Phoenix, EUA, 2017
• Aquí nos vemos - Fotografía en América Latina 2000-2015, Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires, Argentina, 2015


Galeria Nara Roesler | Rio de Janeiro is pleased to inaugurate its 2020 program with Dryads and Fauns, a solo show by photographer Cássio Vasconcellos from São Paulo. The exhibition will be the artist’s first presentation at the gallery since it started representing him in 2019. The photographer will be showcasing his most recent work, addressing both the expressive potency of nature, as well as the relationship between painting and photography.

Dryads and Fauns (2019-2020), is both the title of the exhibition and that of the series, which the artist derived from research he began undertaking in 2015 for the project Viagem pitoresca pelo Brasil [Picturesque Voyage through Brazil] (2015-present). The research is based on a series of artistic and scientific expeditions that took place in Brazil during the nineteenth-century. These ventures brought together artists and scientists with a variety of specialties, to wander through and take in the country’s still then very much unknown territories, in order to explore, record and map them.

Interestingly, the 1825 Langsdorff expedition included in its committee, the Botanist Ludwig Riedel who also happens to have been Vasconcellos’ great-great-grandfather. One can therefore trace the fascination for the mystery of nature back several generations. The family history may have therefore triggered the photographer to become intrigued by the possible impressions and awes that the scientists and artists of the time must have felt before the country’s immensely vast forests. Rather than attempting to create the same type of images produced at that time, the artist seeks a similar effect in his photography by altering the camera’s sensitivity and exposition, as well as editing the images digitally.

Cássio Vasconcellos’ works captures the exuberance of Brazilian forests, especially that of the Atlantic Forest, which spreads across the Brazilian east coast and the southeast region. The exhibition will present landscapes and sceneries from the city of Rio de Janeiro and its surroundings, including that of the Floresta da Tijuca, the Serra dos Órgãos and the Parque Nacional do Itatiaia amongst others. Many of the artist’s trips were done along with his friend and botanist, Ricardo Cardim who in fact, was the one to suggest the term Dryads as the series began to emerge last year.

The title originates from Greek mythology, where Dryadsdesignate divinities that are born with trees, and then live in or around them. The life of both entities is said to be intertwined so that if the tree were to die, so would the Dryad. When looking at Vasconcellos’ landscapes, Cardim discovered the artist had included nude female figures also living in harmony with nature and soon recalled the Greek myth. As he began to include male figures as well, Vasconcellos chose to add another term from the same imaginary lexicon, Fauns.

The human figures that feature in Vasconcellos’ idyllic sceneries were taken from paintings from the nineteenth century created by masters such as Jacques Louis David, William Adolphe Bouguereau and Jean-Baptiste Camille Corot. It is the first time that the photographer has re-appropriated imagery from other artists as a means of creating his own. Through this act, Vasconcellos re-emphasizes the intertwinement between painting and photography: it is not only the photograph that resembles the painting, with its edits, but also the figures taken from the paintings that come to bear resemblance with photographs.

The nudes were selected for their timeless representation of the body, lacking clothes that could indicate a certain time or social class. Vasconcellos seeks to create a space suspended in time where the individuals’ relationship to nature and the search for harmonious equilibrium between both could become the focus point. Though his images evoke romantic atmospheres, they simultaneously and indirectly raise questions about the human ecological footprint, considering the series of natural catastrophes which we are currently facing.

Cássio Vasconcellos was born in 1965 in São Paulo, Brazil, where he lives and works. He began his career as a photographer at the beginning of the 1980s. Though he previously gathered extensive experience as a photojournalist, his artistic work is characterized by fictional imagery, which he derives from elements of reality. His work blurs the boundaries of photography as a genre, creating, instead, an imaginary iconographic vocabulary geared towards a critique of contemporary society. Notably, the artist’s use of aerial photography allows for the manipulation of scale and image, which he uses to challenge the viewer’s perception of reality. Vasconcellos has published several monographs of his work, including Brasil visto do céu [Brazil seen from the sky], Editora Brasileira, 2017; Panorâmicas, DBA, 2012 and Noturnos São Paulo [Nocturnes São Paulo], 2002.

Cássio Vasconcellos’ photography highlights our society’s excessive consumerism, the abundance of products that flood our everyday-life, the uniformity of architectural structures that surround us and the elements that have become emblematic of our culture. Alternatively, his work also explores the magnificence of nature with landscape images like those from the series Viagem pitoresca pelo Brasil (2015), with which he joins the long-standing tradition of artists who have attempted to capture the grandiosity of Brazilian flora. His works embody the mysticism of the country’s sublime, untamed jungles, creating images that confront the spectator with a reality that is too large for us to comprehend.

selected collections
• Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo, Brazil
• Museo Nacional de Bellas Artes, Buenos Aires, Argentina
• Bibliothèque Nationale, Paris, France
• Museum of Fine Arts Houston (MFAH), Houston, USA

selected solo exhibitions and projects
• Collectives, St Georges’s Gate (Castle of Ioannina), Ioannina, Greece, 2019
• Viagem pitoresca pelo Brasil, Pequena Galeria 18, São Paulo, Brazil, 2015
• Aéreas do Brasil, Paço das Artes, São Paulo, Brazil, 2014
• Coletivos, Today Art Museum (TAM), Beijing, China, 2019; Art + Shanghai Gallery, Shanghai, China, 2013

selected recent group exhibitions
• Trees, Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris, France, 2019
• Civilization: The Way We Live Now, National Museum of Modern and Contemporary Art (MMCA), Seoul, South Korea, 2018
• Past/Future/Present: Contemporary Brazilian Art from the Museum of Modern Art of São Paulo, Phoenix Art Museum, Phoenix, USA, 2017
• Aquí nos vemos - Fotografía en América Latina 2000-2015, Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires, Argentina, 2015

Posted by Patricia Canetti at 11:29 AM