|
fevereiro 12, 2020
Marcia Pastore na Kogan Amaro, São Paulo
Intitulada Arapuca, mostra reúne três poéticas que sugerem atos da artista para ocupação do espaço arquitetônico
Marcia Pastore investiga a convergência entre as artes plásticas e a arquitetura em sua trajetória. Ela enfatiza as relações poéticas da força e do espaço a partir da interação da matéria com um determinado local e, preenchendo o vazio, a artista evoca a corporalidade de materiais, cria mecanismos e questiona o equilíbrio em uma produção pensada em três atos. É o que ela exibe na exposição Arapuca, em cartaz a partir de 15 de fevereiro, na Galeria Kogan Amaro, com curadoria de Ricardo Resende.
"Não são esculturas como pedras esculpidas, são trabalhos de superfícies, de movimento, de articulações, das engrenagens, dos mecanismos, de organicidade controlada e das relações de corpos no espaço arquitetônico”, explica o curador. “As esculturas, se é que poderíamos chamá-las assim, simulam forças sobre si mesmas”, conclui.
A exposição é dividida em três líricos: memória do gesto, movimento e tensão. Em Arapuca (2020), obra que nomeia a exposição, Pastore tensiona redes de pesca através de cabos de aço, anzóis e lastro de pedra, criando uma arapuca espacial.
Em Experimento 1: bolas sobre gesso (2019), a ação sobre uma superfície de gesso é registrada numa série de sete fotografias que lembram paisagens cósmicas. As fotos foram feitas após a ação ter sido captada em vídeo. Serão mostradas duas imagens da série. Em Arrastão (2020), a junção de blocos grafite, carretilhas, cabo de aço, aço e abraçadeiras resulta numa máquina que imprime na parede, as marcas de sua movimentação.
“Nos trabalhos de Marcia Pastore, é a pessoa que observa quem faz o acesso à obra, revelando a sua natureza e exprimindo a si mesma. A obra mostra-se como modo de pensar”, finaliza Ricardo Resende.
Marcia Pastore nasceu em São Paulo, em 1964. A Pinacoteca de São Paulo mostra até 6 de abril, retrospectiva da obra da artista. Em 2019, a escultura Transposição inaugurou o novo espaço da Fundação Marcos Amaro dedicado a projetos de grande dimensão ao ar livre. Expôs por duas vezes no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (1993/2010) e no Centro Cultural Maria Antônia (2002/2010); uma vez no Museu de Saúde Pública Emílio Ribas (2010), no Centro Cultural São Paulo [2000], no Museu de Arte Contemporânea da USP (1990), na Caixa Cultural de Fortaleza (2012), na Funarte de São Paulo (2012), na Biblioteca Mario de Andrade (2015) e no MuBE (2017). Integrou importantes exposições coletivas no Museu de Arte Contemporânea da USP (1992), no Museu de Arte Moderna de São Paulo [1990] e no Palácio das Artes (BH, 1990). Em 1998 e 2000, participou da Arco Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madrid, e em 2004 da inauguração do Vestfossen Kunst Laboratorium (Oslo, Noruega). Seus trabalhos estão nas principais coleções do país como na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Pinacoteca Municipal de São Paulo no Museu de Arte Contemporânea da USP, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Instituto Figueiredo Ferraz (Ribeirão Preto, SP).