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fevereiro 12, 2020

Abre Alas 16 na Gentil Carioca, Rio de Janeiro

Sábado, 15 de fevereiro às 19h, a galeria A Gentil Carioca tem o prazer de apresentar os artistas selecionados para o Abre Alas 16, que nesta edição contou com Keyna Eleison, Pablo Leon de La Barra e Yhuri Cruz na comissão de seleção e curadoria da exposição.

Na décima sexta edição do Abre Alas teremos: André Niemeyer, Andréa Hygino, Darks Miranda, Fátima Aguiar, Gilson Andrade, Juliana dos Santos, Leka Mendes, m. morani, max wíllà moraes, Mulambo, Nathalia Favaro, Reitchel Komch, Val Souza, Yan Copelli.

A Gentil Carioca preparou uma programação baphônica para celebrarmos a primeira exposição de 2020, paralelo ao Abre Alas 16, inauguramos a 35ª edição da Parede Gentil por Ana Linnemann e o lançaremos a Camisa Educação nº 86, de Marcos Abreu.

A trigésima quinta Parede Gentil traz A Porta na Parede, de Ana Linnemann, que nos coloca diante de uma parede intransitável, de grandes proporções, onde se insinua uma ambígua porta, disfuncional e perturbável. A artista, reapresenta o trabalho, considerando a situação política atual que a remete à uma parede impenetrável. “O Trabalho reapareceu resignificado e talvez tenha ganhado, pelo momento que vivemos, a vocação de um trabalho público. Ele pode ser percebido ou não, e esse fato é uma característica e um comentário”.

A octogésima sexta Camisa Educação de Marcos Abreu, estampa uma bandeira geométrica preta com a imagem do livro Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. Desde 2019, Marcos começou a realizar trabalhos com as camisas do Colégio Pedro II e do Cap Uerj. Desta forma, para o artista, a camisa é uma bandeira de militância política, ainda mais quando o tema é educação.

Ao longo da noite e madrugada a dentro, na rua, na encruzilhada, no nosso lugar de celebração e luta, vai ter música, instalação e performance com:

• Aula de lambada com Darks Miranda
A Aula de lambada estranha (2020) consiste em uma aula de lambada & intervenção artística & política ao ar livre no formato fantasia

• DJ Galo Preto
Dj, produtor e idealizador do projeto Rebola - festa performática carioca que propõe uma dialogia entre arte contemporânea e cultura afro-brasileira-iorubá. Seus sets são como um Afoxé Eletrônico narrando os mitos da cultura nagô do Brasil

• Orquestra Voadora
O bloco vai balançar a Encruzilhada Gentil com uma deliciosa mistura de samba, maracatu, côco, afrobeats e jazz. Essa parceria também celebra o lançamento do videoclipe da música Technocirco, produzido e filmado nos espaços da galeria.

Além das atrações imperdíveis, faremos o nosso famoso Concurso de Fantasias Gentil, com direito a desfile. Caprichem nas fantasias e não deixem de garantir o contatinho, pois o vencedor do concurso ganhará uma cortesia para uma noite e meia de amores no motel Meu Cantinho.

Abram alas que 2020 chega fervendo na A Gentil Carioca!

SOBRE ARTISTAS E OBRAS

André Niemeyer
André Niemeyer, carioca, nascido em 1969, vive em São Paulo. Artista multidisciplinar, estudou desenho industrial, design de moda e pintura. Viveu entre Londres, Paris e Nova Iorque de 1994 a 2011.

Perucas Lady, 2019
óleo sobre tela/ oil on canvas
80cm x 80cm

Sinopse
Seu trabalho mais recente faz referência ao ativismo LGBTQ+, imigração e política social, usando a sátira e o kitsch em suas telas: apropria-se da linguagem de propaganda, ou remete a uma foto de grupo em baile de carnaval ou de coletivos queer, usando a camuflagem como metáfora para indivíduos que tentam, por necessidade, passar despercebidos pela sociedade em reflexão à teoria de C.G. Jung, na qual criamos nossas máscaras para o mundo e ao mesmo tempo dissimulamos nossa verdadeira natureza. Atua como agente cultural organizando as exposições do Centro Cultural Casa da Luz desde 2017.

Andréa Hygino
Andréa Hygino é artista e arte-educadora. Bacharela em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UERJ e Mestra em Linguagens Visuais pelo Programa de Pós-Graduação da Escola de Belas Artes da UFRJ. Sua pesquisa artística explora linguagens diversas: desenho, instalação, fotografia, performance, desenvolvendo interesse especial pela gravura. A artista frequentou os ateliês gráficos do Parque Lage e participa do projeto de extensão universitária Experiências Indiciais no ateliê de gravura da UERJ.

Das vezes que não foi à Lua, 2017-2019 (série/ series)
Frotagens sobre algodão cru / Frottage on cotton paper
Dimensões variáveis / Variable dimensions

Sinopse
A série Das vezes que não foi à Luaé parte de pesquisa iniciada em 2017 e que se desenvolve em estratégias arqueológicas. Quantas histórias inscritas, apagadas, soterradas, esquecidas e, sobretudo, sobreviventes já não foram encontradas por aquelxs que se põe a desvendar o solo? A investigação do chão como documento de memórias não contadas; coleta e inventário de fotografias e gravuras dessa superfície; enquanto reflexão sobre a forma como o arquivo é elaborado. Que interesses balizam o que deve integrar, ou não, o arquivo? O que deve ser lembrado? O que será apagado/esquecido? Quem tem direito à memória? Ou ainda, que tem direito sobre ela?

Darks Miranda
Autoficção e incorporação de forças obscuras e cômicas incontroláveis, Darks Miranda é uma entidade pastelão das trevas que equilibra frutas sobre a cabeça assombrada por suas antepassadas. Brota dos escombros mudos da modernidade, sem ginga, e desliza pelas camadas de lodo acumuladas no concreto através dos tempos. Em 2018 foi bolsista do programa de formação da EAV Parque Lage. Em 2019 teve sua primeira exposição individual, mulher desfruta, na Galeria Cândido Portinari.

Darks Miranda, Mulher desfruta, 2020
pôster de capa de revista fictícia /fictional magazine cover poster, 84 x 59,4 cm

Sinopse
Darks propõe mostrar versões de um imaginário brasileiro e gringo, feminino e drag, fetichista e frutífero, tristeza travestida de alegria e vice-versa. Com referência primeira na mulher fruta inaugural Carmen Miranda, Darks incursiona cultura de massa adentro, passando pelo imaginário já quase esquecido da lambada, pelas mulheres fruta dos anos dois mil e pelo flerte com a póspornografia e o animismo. Para isso, faz uso de diversas mídias e formatos, como vídeos, revistas, fotografias, lambe-lambe, performance, objetos e instalações. Os diferentes trabalhos se contaminam e completam, formando todos um universo próprio.

Fátima Aguiar
-22.938416, -43.248500

Asfaltitos, 2018
instalação com amostras antropomórficas coletadas em diferentes bairros /installation with anthropomorphic samples collected in different neighborhoods
dimensões variáveis / variable dimensions

Sinopse

Asfaltitos são amostras de rochas antropomórficas que cobrem grande parte da superfície terrestre e cujo valor e status são evidenciados nessa apresentação e catalogação. O valor agregado a cada amostra depende da quantidade de asfalto existente na cobertura do bairro em que se localiza, tornando uma amostra mais rara e cara do que outra. Os Asfaltitos são uma tentativa catalogação do presente e previsão de futuro.

Gilson Andrade
Gilson Andrade, Goiânia 1988. Vive e trabalha entre Goiânia e Rio de Janeiro. Artista visual e educador, mestrando em arte no Instituto de Arte da UERJ e aluno do Programa Formação e Deformação da EAV Parque Lage (2019).Tem especialização em Processos e Produtos Criativos realizada na FAV UFG (2016). É historiador pela Universidade Estadual de Goiás (2010).

Seus interesses estão relacionados à elaboração de programas sobre o processo criativo em arte e educação para instituições culturais. Investiga também o imaginário sobre o corpo negro e sua historicidadeem sua produção artística.As obras falam sobre histórias soterradas, escondidas ou que operam de forma subcutânea em nós; as obras falam de uma geografia que sempre atravessou sua pele conforme movia-se pelo mundo; as obras contam como transformamos água parada em água flutuante, mudando o estado do tempo; as obras fazem parte de um arquivo vivo que criam ficções para seu próprio passado; as obras carregam algo que não será visto.

Meridianos, 2019
ferro e couro / iron and leather
160 x 40 cm, cada uma das três partes/ each of the three parts

Juliana dos Santos
Juliana dos Santos, São Paulo, 1987. Artista visual e doutoranda em artes pelo Instituto de Artes da Unesp. Foi premiada em 3º lugarno 16ºSalão de Artes Visuais de Ubatuba e realizou uma exposição individual no Paço das Artes em 2019. Sua primeira individual foi em 2018 como artista/ docente convidada para residência artística na Academia de Belas Artes de Viena. Atualmente é artista residente no Instituto de Artes da Unesp.

Experiência Azul, 2017 -
pintura com flor de Clitoria Ternatea sobre papel algodão / painting with the Clitoria Ternatea flower on cotton paper
dimensões variáveis / variable dimensions
Foto de Hudson Rodrigues

Sinopse
Experiência Azul é um desdobramento da pesquisa Entre o Azul e que não me deixam/deixo esquecer,que vem sendo realizada desde 2017. Um processo de investigação sobre as possibilidades de abstração tendo a cor azul da flor da Clitoria Ternateacomo disparador de experiências sensíveis.Neste trabalho, a artista explora as possibilidades de tintura da flor num processo de aquarela orgânica.

Leka Mendes
Leka Mendes é graduada em Programação Visual na Faculdade de Belas Artes. Dentro do universo de suas pesquisas visuais, Leka está interessada na coleta de vestígios da cidade. Por isso, utiliza entulhos de caçambas, de restos de reformas, peças inteiras descartadas e detritos de variadas ordens produzidos pela construção civil em São Paulo. Com tais matérias-primas realiza trabalhos em diferentes linguagens que se unem com sua poética. Participou de diversas mostras coletivas e sua obra faz das seguintes coleções: Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil; The Fine Art Laboratory, FAL - Universidade de Arte de Musashino, Tokyo, Japão; MARGS, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS / Brasil; Fundacíon Luiz Seoane, La Coruña, Espanha; Museu de Artes de Britânia (MABRI), Britânia, Goiás.

Notas do Antropoceno (estandarte), 2018
detritos de construção carimbados sobre linho com acrílica /
160 x 100 cm

Sinopse
No trabalho Notas do antropoceno (estandarte), os escombros funcionam como suporte para transferir sua forma para um tecido. O fragmento é como uma imagem em si, transferindo para uma composição abstrata a memória de sua forma a fim de reivindicar a importância de cada uma daquelas partes que anteriormente compunham um todo. Visualmente, o resultado lembra a escrita rupestre ou simbólica e é inspirado nas nossas relações políticas, na falta de tolerância, de entendimento, de empatia e de comunicação.

m. morani
m. morani. Nascido em Nilópolis, BXD, RJ, 1997. Participa do Programa de Residência Internacional do Capacete (2019/2020). Graduado em História da Arte pela Escola de Belas Artes – UFRJ. Arte educador do Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Pesquisador do núcleo de Filosofia Africana do Geru Maa/UFRJ. Participação em exposições coletivas no Paço Imperial, EAV - Parque Lage, Caixa Cultural Rio de Janeiro, Atelier Organi.co, entre outros.

o impossível, 2019
impressão digital em papel fotográfico/ digital print on photographic paper
297 x 420 mm (cada) - díptico / 297 x

Sinopse
a visualidade do projeto colonial: premissas agônicas que se desvelam em paisagens fragmentadas, possibilidades violentamente des -configuradas em discursos da distopia. trabalho de transmutação: da dupla consciência >> à simultânea presença. entender-se parte do mistério espiralar da vida, desdobrar-se no tempo entre passado e presente, evocar anseios, ir de encontro ao desejo que escapa à linguagem e se faz impossível por não se reconhecer no discurso de nenhum mestre; somente em si mesmo. traçar outras perspectivas aos pontos de fuga: o futuro. (meu corpo é cais, mar e embarcação.)

max wíllà morais
max wíllà morais (1993) é artista, pessoa pesquisadora, educadora e mestranda do PPGE/UFRJ (2019-2021), com graduação em Artes Visuais /UERJ (2012-2016). Seu trabalho investiga histórias em acervos, situações geográficas e relações materiais/imateriais com pessoas e objetos, sobretudo referindo-se a vida diaspórica, aos encontros estranhos e familiares.

da série Língua dourada / Língua dourada series, 2019
fotografia 35mm/ photography 35mm
10x15cm

Mulambo
Mulambo, 1995, nasceu João e cresceu entre as cidades de Saquarema e São Gonçalo.
Trabalha pensando nas forças que constroem o existir periférico no Rio de Janeiro através de materiais do cotidiano como papelão, tijolo e fotos de redes sociais. Assim, procura encurtar as distâncias porque, antes de ser artista, é neto, filho e padrinho e faz arte para afirmar que não tem museu no mundo como a casa da nossa vó.

São Sebastião do Rio de Janeiro, 2019
pintura sobre pneus / painting on tires
fotografia: João Alves / photography: João Alves
170 cm x 100 cm

Sinopse
Gengiva é uma arcada dentária feita de tijolos. Esse trabalho é sobre o que estrutura uma mordida e o que sustenta a sua força. Se alimentar é construir.

Nathalia Favaro
Nathalia Favaro vive e trabalha em São Paulo, Brasil. É formada em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie e pela Universidad de Buenos Aires, Argentina. Foi artista residente no EKWC - European Ceramic Workcentre na Holanda, em 2017, no Gaya Ceramics na Indonésia e no Labverde, no Brasil, em 2018. Seu trabalho transita entre a escultura, o desenho e o vídeo, com temas relacionados ao Antropoceno, ao deslocamento e ao território.

Intervalo, 2018-2019
vídeo, 4’ 12’’

Sinopse
Intervalo é um registro de uma ação de caminhar pela Reserva Florestal Adolfo Ducke, em Manaus, Amazonas, com uma folha de papel em branco nas mãos em busca da luz que entra por entre as árvores nas primeiras horas da manhã. O trabalho também propõe um olhar para o Antropoceno, a era onde o homem é o maior agente transformador da natureza.

Reitchl Komch
Reitchl Komch, artista visual. De tendência neoexpressionista, atua em suportes diversos — com foco em revisões de mitologias ancestrais enquanto dispositivos para visibilidade de grupos historicamente marginalizados. Fez oficinas na EAV-Parque Lage a partir de 2010 e a Escola Sem Sítio desde 2017. Em 2019, fez Acompanhamento & Diálogo para Artistas com Daniela Name. Realizou a mostra individual Dos Gestos e do Tempo: uma Intersecção dos Olhares no Espaço Correios (Niterói, 2019). Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Trilhas para o Iroko (1), 2019
juta, meada, cabaça, ferro / jute, skein, gourd, iron
180 cm x 98 cm
[fotografia / photography: Roberto Bellonia]

Sinopse
Na tradição mitológica africana, o orixá Iroko é o tempo. Misterioso e libertário, agente do destino e dos desvios, ele se transfigura em um das quatro árvores sagradas para os povos iorubás: a milicia excelsa (correspondente no Brasil à gameleira). Mais visão do que revisionismo, antes longevidade e impermanência do que atemporalidade ou dogmatismo, suas pintura e esculturas cogitam desde emblemáticas narrativas da diáspora negra à paradoxais atualizações emocionais por resgate das origens.

Val Souza
Val Souza é uma artista cujo trabalho é desenvolvido predominantemente em performance. Vive entre São Paulo e Salvador.

Can you see it?!, 2018
fotografia [photography]
Série com 6 fotos
100 x 155 cm [39 3/8 x 61 1/8 in]

Sinopse
O que você enxerga ao ver uma mulher negra? É a provocação que a bailarina Val Souza convida ao colocar nas ruas o solo de dança can you see it?, com uma placa onde lê-se ‘piriguete R$ 2 reais’. A artista faz uma mixagem de discursos de direitos das mulheres em uma trilha que mistura ritmos das periferias brasileiras.
Ao passar pelas ruas com seu carrinho luminoso, a artista atua como um sound system ambulante, ou um baile ambulante, trazendo para próximo aquilo que a sociedade prefere esconder. Ao expor seu corpo e sua dança, questiona as lógicas de estereótipos de gênero calcados em modelos masculinos de poder.

Yan Copelli
Yan Copelli é um artista visual nascido no Rio de Janeiro. Vive e trabalha em São Paulo com pintura e escultura. É formado em Design Gráfico.Sua produção artística explora temas relacionados com a ontologia e a natureza dos objetos através de uma perspectiva queer e faz uma análise também do mercado de consumo, das relações de classe e de poder. Nascido em uma cidade de contrastes como o Rio de Janeiro, seu trabalho transfere as suas vivências para uma materialidade em estado de conflito: social, de uso, de permanência e de significado. Aí é onde a sua pesquisa acontece, com o intuito de entrar em sintonia com este universo ao subvertê-lo e dar-lhe novos significados. Realizou sua primeira exposição individual em 2018 e participou de diversas exposições coletivas no Brasil, Paris, Barcelona, Estados Unidos e Peru.

Desire Machine, 2019
focinheira de cachorro, ferro, vidro, espelho, plug anal e display led/ dog muzzle, iron, glass, mirror, anal plug and led display
68 x 20 x 54 cm

Posted by Patricia Canetti at 11:32 AM