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janeiro 19, 2020
Visões Cotidianas do Brasil Moderno no BNDES, Rio de Janeiro
O Espaço Cultural BNDES, no Rio de Janeiro, inaugura dia 21 de janeiro, das 18h às 21h, a exposição Visões Cotidianas do Brasil Moderno. A mostra, sob a curadoria de Marcus de Lontra Costa, apresenta 40 obras da antiga Coleção Banerj que hoje integra o acervo do Museu do Ingá, em Niterói. Serão exibidas pinturas, aquarelas, gravuras e desenhos dos principais artistas do cenário modernista nacional, como Di Cavalcanti, Djanira, Lasar Segall, Goeldi, Iberê Camargo, Guignard, Fayga Ostrower, Rebolo, Anita Malfatti, Aldo Bonadei, Antonio Bandeira, Milton Dacosta, Burle Marx, Marcelo Grassmann, Carlos Scliar, Pancetti, Flávio Shiró, etc.
O recorte feito pela curadoria, dentre os 876 trabalhos que compõem a Coleção, busca revelar particularidades talentosas e também a possibilidade de contextualizar os procedimentos da arte moderna dentro de esferas culturais determinadas pela história. Serão exibidos juntos, pela primeira vez no Rio de Janeiro, os monumentais painéis Brasil em quatro fases, de Di Cavalcanti; Crônicas do Rio, de Emeric Marcier; e Cena campestre, de Enrico Bianco. As emblemáticas obras monumentais composta por enormes painéis, foram realizadas por encomenda do governador Carlos Lacerda, em 1965, para a festa do 4º Centenário da Cidade do Rio de Janeiro.
A Coleção Banerj, nome do extinto Banco do Estado do Rio de Janeiro, foi iniciada em 1964, quando Lacerda decidiu formar uma coleção para o BEG - Banco do Estado da Guanabara –, em comemoração aos 400 anos do Rio de Janeiro. Na época a cidade acabara de perder o status de Distrito Federal, entretanto, reafirmava-se como capital cultural do país. As primeiras aquisições tinham como objetivo embelezar as agências bancárias, porém, mais tarde, nos anos 1980, a iniciativa se transformou em política cultural da instituição que fundou a Galeria de Arte Banerj, na Av. Atlântica, em Copacabana. No final da década de 1990, por ocasião da liquidação do banco, foi firmado um convênio com a Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro para que a coleção ficasse sob a guarda do Estado e integrasse o acervo do Museu do Ingá. Esta iniciativa garantiu que as obras permanecessem no Rio – na época, uma grande preocupação dos artistas e produtores locais.
Para o curador Marcus de Lontra Costa, “a Coleção BANERJ é um patrimônio importante para a arte brasileira e a sua presença na cidade de Niterói - RJ, em meio a essa paisagem fundamental para a construção da linguagem moderna em nosso país, reafirma a importância da cidade para as artes, na qual a tradição caminha integrada com o contemporâneo”. “Resgatar a memória artística e apresentar um recorte dessa rica coleção de artes visuais na cidade do Rio de Janeiro, com entrada franca e classificação livre, permite o acesso igualitário do público ao patrimônio cultural e bens artísticos, hoje mantido e resguardado pelo Museu do Ingá”, completa o curador.
Os artistas integrantes da mostra são dos mais valorizados pintores e gravadores brasileiros e têm obras nas maiores coleções particulares e museus do Brasil e do mundo. São artistas apaixonantes de grande importância para a cultura nacional, considerados mestres da arte moderna no Brasil, e influenciam até hoje uma grande geração de novos talentos. Ainda que diferentes no que diz respeito às técnicas, suas obras em conjunto afirmam a construção da sua linguagem nacionalista, reunindo influências externas para criar uma arte autenticamente brasileira, partindo de imagens subjetivas, mas construindo suas obras objetivamente.
A exposição desta coleção no Espaço Cultural BNDES é de fundamental importância para a consolidação do corredor cultural das artes visuais entre o Rio de Janeiro e Niterói. O projeto foi selecionado através de concurso público promovido pelo BNDES, realizador da exposição.