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janeiro 8, 2020
Tangerina Bruno na Kogan Amaro, São Paulo
O duo de artistas Tangerina Bruno apresenta pesquisa recente na qual investigam narrativas rotineiras
Capturar a fugacidade dos episódios cotidianos é o que move o duo Tangerina Bruno. Os irmãos gêmeos compartilham o encantamento pela expressividade impressa nas cenas corriqueiras que parecem dizer muito sobre a existência humana. É essa pesquisa que eles apresentam a partir de 11 de janeiro na mostra Estados Cotidianos, na Galeria Kogan Amaro.
A dupla iniciou sua carreira em 2013 em Porto Ferreira, interior de São Paulo, centralizando sua produção artística na pintura. De 2018 em diante os irmãos passaram a fazer experimentos com outras linguagens como fotografia, desenho, escultura e objeto.
Com curadoria de Ana Carolina Ralston, a exposição reúne cinco telas inéditas que trazem narrativas rotineiras do âmbito doméstico. “É possível receber as vibrações dos gestos dos personagens não só pelo que a cena nos induz, mas também ao nos debruçarmos nas micronarrativas que acontecem em detalhes da tela, pintadas em uma colcha de cama desarrumada ou num móvel que compõem a sala”, reflete Ralston.
Em Rosa dos Ventos (2019), os artistas retratam o ritual de acrescentar uma pitada de sal de maneira tão precisa que remete a um frame fotográfico ou storyboard de uma peça audiovisual. Já a tela As cores primárias são as cores do fogo (2019) convida o espectador a completar a narrativa mentalmente.
As quatro mãos e duas cabeças concebem obras que apresentam situações suspensas envoltas por mistério, memória e identificação. Um convite à imaginação que mapeia a psique humana.
Sobre os artistas
Tangerina Bruno é o sobrenome dos irmãos Letícia e Cirillo que se transformou no vocativo artístico da dupla. Sua formação foi pautada por cursos livres como Meios e Processos, orientado pela artista Katia Salvany na Fábrica de Arte Marcos Amaro; o Ciclo Jundiaí no Sesc, com orientação de Ana Paula Cohen, Thiago Honório e Andrey Zignnatto; o Grupo de Estudo e Produção de Arte Contemporânea no Instituto Tomie Ohtake com orientação de Paulo Miyada e Pedro França e acompanhamento com o crítico Mario Gioia em Ribeirão Preto. Destacam-se as participações da dupla na individual “Piruá" no Centro de Arte Contemporânea W e nas coletivas em instituições como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o Museu de Arte de Ribeirão Preto, no espaço Auroras em São Paulo, a Mostra de Artes da Juventude (Sesc) e salões como o Novíssimos (Galeria IBEU) e o Salão de Praia Grande.