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dezembro 12, 2019
Túlio Pinto no MARGS, Porto Alegre
Túlio Pinto apresenta exposição com esculturas, objetos e instalações de grande porte e dimensões
Produção do artista é marcada pelo uso de materiais como metal, pedra e vidro; os quais são mobilizados e articulados em mecanismos e sistemas que exploram os equilíbrios, os pesos e as tensões das formas, dos arranjos e das composições que os configuram
Para receber a exposição do artista, as Pinacotecas passarão por uma grande e impactante transformação visual: o piso das 3 galerias será totalmente revestido por uma cobertura acarpetada, com o objetivo de anular as cores e os motivos decorativos dos ladrilhos
O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) apresenta a exposição Túlio Pinto — Momentum, que tem inauguração no sábado 14 de dezembro, às 16h, nas Pinacotecas, juntamente a outra individual, Bruno Borne — Ponto vernal (Salas Negras), e a nova fase da coletiva Acervo em movimento — Um experimento de curadoria compartilhada entre as equipes do MARGS (Sala Aldo Locatelli).
Às 15h, antecedendo a inauguração da mostra, haverá uma conversa com Túlio Pinto no auditório do museu, com a presença da curadora e crítica de arte Angélica de Moraes, integrando o programa público da exposição (as atividades da programação serão divulgadas durante o período expositivo).
Já durante a abertura, das 16h às 19h, o artista Diego Passos estará realizando uma performance ao vivo diante do público, colaborando com um trabalho concebido por Túlio Pinto a partir dos materiais e da linguagem de suas próprias esculturas e objetos.
O artista e sua pesquisa
Com formação pelo Instituto de Artes da UFRGS e pelo Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, cidade onde vive e desde onde atua, Túlio Pinto (1974) foi um dos criadores e integrantes do Atelier Subterrânea (ativo entre 2006 e 2015).
Sua produção é marcada pelo uso de materiais como metal, pedra e vidro; os quais são mobilizados e articulados pelo artista em arranjos, mecanismos, composições e sistemas matérico-objetuais que lidam com pesos, forças, equilíbrios, tensões e os seus limites. São pedras, vigas de aço, lâminas e bolhas de vidro, cubos e estruturas de metal; os quais se sustentam e se acoplam por cabos, roldanas, barras, vigas, pedras pendulares e porções de areia, entre outros.
Desse procedimento, resultam esculturas, objetos e instalações que exploram as potencialidades físicas e visuais dos materiais e das formas que assumem.
A exposição
“Túlio Pinto — Momentum” traz a público um conjunto de esculturas, objetos e instalações realizadas nesta década, incluindo alguns trabalhos inéditos. A curadoria é do diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, que desenvolveu com o artista uma exposição concebida para proporcionar ao público uma profunda e intensa experiência a partir de uma ampla exposição de caráter escultórico e instalativo, destacando um conjunto de obras de grande porte e dimensões.
Para receber a proposição do artista, pensada especialmente para o espaço expositivo mais amplo e nobre do museu, as Pinacotecas passarão por uma grande e impactante transformação visual: o piso das 3 galerias será totalmente revestido por uma cobertura acarpetada, com o objetivo de anular as cores e os motivos decorativos dos ladrilhos, transformando o espaço em um grande “cubo branco” que privilegiará a visualidade e a presença dos objetos escultóricos que ali estarão instalados.
Tendo nos últimos anos cruzado continentes, circulando por diversos países com exposições em instituições, museus, galerias, feiras, eventos e programas de residência — em 2019, o ponto alto foi uma mostra sua em Veneza durante a Bienal —, Túlio Pinto não apresentava uma individual em Porto Alegre desde 2013.
Nesse sentido, a mostra "Momentum" chega justamente para pontuar e celebrar o momento de adensamento da produção e de maturidade da trajetória do artista, sobretudo pelo alcance de sua atuação nos últimos anos, ao mesmo tempo marcando sua primeira exposição individual no MARGS.
Em sequência à mostra apresentada nas mesmas Pinacotecas em homenagem ao centenário de Francisco Stockinger, um artista notadamente vinculado ao ideário da arte moderna, “Túlio Pinto — Momentum” oferecerá agora uma circunstância para se pensar e experenciar os desdobramentos operados pelas pesquisas contemporâneas das linguagens escultóricas, em um campo já expandido de possibilidades, e no qual a abordagem da tridimensionalidade e da espacialidade se aprofunda pelo pensamento e práticas do artista, que exploram uma intensificada fundamentação conceitual, visual e poética.
Biografia resumida
Túlio Pinto (Brasília, 1974) é formado em Artes Visuais (2009, ênfase em escultura) pelo Instituto de Artes (IA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Foi um dos criadores e integrantes do Atelier Subterrânea (ativo entre 2006 e 2015).
Em suas esculturas, objetos e instalações, explora os equilíbrios, os pesos e as tensões dos materiais, das formas e dos sistemas que os configuram.
Iniciou sua produção e trajetória em pintura, a partir de 2004, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, tendo estudado a seguir no Parque Lage do Rio de Janeiro.
Recebeu diversos prêmios no Brasil e no Exterior e, nos últimos anos, realizou residências artísticas em países como Ucrânia, Canadá, Portugal, Estados Unidos, Inglaterra, Uruguai , Holanda e Espanha.
Tem apresentado exposições individuais e participado de coletivas no Brasil e no exterior. Um dos destaques mais recentes é a individual “Land Line”, em Veneza, na Itália, apresentada pela Galeria Piero Atchugarry durante a 58ª Exposição Internacional de Arte - La Biennale di Venezia.
Em Porto Alegre, sua última mostra individual havia sido “De territórios, abismos e intenções”, em 2013, no Santander Cultural, pelo Projeto RS Contemporâneo.
Seus trabalhos integram acervos de instituições e coleções particulares no Brasil e no exterior.
Vive e trabalha desde Porto Alegre.