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dezembro 12, 2019

Bruno Borne no MARGS, Porto Alegre

Composto por duas obras que operam com vídeo, som e computação gráfica, “Ponto vernal” convida o público a uma experiência visual, espacial e sensorial

Em sua pesquisa e prática, artista trata de conceitos como o tempo e o espaço, utilizando luz, som, reflexos, espelhamentos e multiplicação de espaços e formas arquitetônicas

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) apresenta a exposição Bruno Borne — Ponto vernal, que tem inauguração no sábado 14 de dezembro, às 16h, nas Salas Negras, juntamente a outra individual, Túlio Pinto — Momentum (Pinacotecas), e a nova fase da coletiva Acervo em movimento — Um experimento de curadoria compartilhada entre as equipes do MARGS (Sala Aldo Locatelli).

“Bruno Borne — Ponto vernal” consiste em uma videoinstalação concebida especialmente para este espaço. A curadoria é do do duo Ío, formado pelos artistas e pesquisadores Laura Cattani e Munir Klamt, este também integrante do Comitê de Curadoria do MARGS.

O artista e sua pesquisa

Graduado em Artes Visuais e Arquitetura e Urbanismo, e atualmente doutorando em Poéticas Visuais (PPGAV-UFRGS), Bruno Borne (1979) produz obras relacionando o ambiente de exposição, a arquitetura, a obra e o espectador através de projeções e imagens em computação gráfica.

Em sua pesquisa, trata de conceitos como o tempo e o espaço, utilizando luz, som, reflexos, espelhamentos e multiplicação de espaços e formas arquitetônicas.

Assim, procura discutir questões relativas ao espaço e à virtualidade, utilizando meios tecnológicos e digitais para propor a criação de ambientes virtuais através da articulação entre arquitetura, registro fotográfico e as especificidades do local. Como técnica, desenvolve imagens por meio de simulações de computação gráfica apresentadas em videoinstalações ou impressões digitais. Utiliza como suporte espelhos, objetos escultóricos em marcenaria, acrílicos e tecidos.

Videoinstalação nas Salas Negras

Para as Salas Negras, o artista concebeu um projeto especialmente para as características e especificidades deste espaço, composto por duas obras que operam com vídeo, som e computação gráfica. Assim, o ambiente expositivo será ocupado por uma videoinstalação que lida com luz, imagens e sons, convidando o público a uma experiência visual, espacial e sensorial.

Tomado como título da exposição e como fundamentação conceitual dos trabalhos, "Ponto vernal" se relaciona ao período da exposição, que se dará entre o solstício e o equinócio. Em astronomia, o ponto vernal é o ponto da esfera celeste determinado pela posição do sol quando este, movendo-se pela eclíptica, cruza o equador celeste, determinando o equinócio de primavera para o hemisfério norte e o de outono para o hemisfério sul.

Desse modo, entre dezembro e março, o artista executará alterações no trabalho, que resultarão em novas e distintas experiências visuais, espaciais e sensoriais.

Um dos trabalhos, “Perihelion #1”, parte da ideia do movimento de transição entre o solstício e o equinócio terrestre. Um feixe de luz em forma de elipse se expande e se contrai em ciclos de 1 minuto marcados pelo soar de um sino. Ao longo dos 90 dias de exposição (período de transição entre o solstício e equinócio), essa forma luminosa projetada irá se transformar de uma elipse para um círculo. Para sua realização, foi desenvolvido um sistema de computação gráfica que transforma uma imagem captada em tempo real do céu. Esta luz é processada e projetada dentro do ambiente de exposição em um espelho metálico convexo que reflete e ilumina a sala negra, alternando momentos de escuridão e claridade.

O outro trabalho, “Aurora #2”, consiste em uma linha de metal espelhado, colocada na altura média do observador (165 cm) sobre a parede de projeção. O vídeo tem 2 minutos de duração e é composto de uma animação digital em que uma forma cilíndrica gira lentamente sobre esta linha metálica horizontal, registrando uma porção de céu limpo de nuvens e objetos captando as variações de cor e luminosidade desde o nascer do sol (a aurora) até o poente por meio de um registro em time-lapse processado digitalmente. Durante este ciclo, o som do ambiente apresenta ruídos naturais como o vento, movimentos de folhas e árvores e o cantar de pássaros.

Posted by Patricia Canetti at 6:08 PM