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dezembro 5, 2019
Canção Enigmática: performances sonoras no MAM, Rio de Janeiro
Performances sonoras com entrada gratuita dentro da exposição Canção Enigmática: relações entre arte e som nas coleções MAM Rio, com curadoria de Chico Dub. As ações integram o Festival Nova Frequência no MAM Rio
8 de dezembro de 2019, domingo, às 11h às 18h
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Av. Infante Dom Henrique 85, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro
15h às15h30
Tim Shaw(Inglaterra)– Pilotis do MAM
https://tim-shaw.net
A pesquisa do inglês Tim Shaw aborda as várias maneiras pelas quais as pessoas ouvem, especificamente em como os ambientes de audição podem ser construídos ou explorados utilizando uma ampla variedade de técnicas e tecnologias. Professor de Mídia Digital na Universidade de Newcastle, Shaw está interessado nas relações entre espaço, som e tecnologia; se apropriando de tecnologias de comunicação para explorar como esses dispositivos mudam a maneira como experimentamos o mundo. Apresentando trabalhos através de performances musicais, instalações, caminhadas sonoras e intervenções responsivas ao local, sua prática busca expor a mecânica dos sistemas através do som para revelar os aspectos ocultos dos ambientes e das tecnologias. Para o NF, Tim Shaw irá desenvolver uma performance sonora que envolve um conjunto de dispositivos explorados e desenvolvidos durante uma residência de 20 dias na Serrinha do Alambari, pequena cidade localizada próximo à Serra de Itatiaia. O trabalho irá incorporar matérias-primas (água, rochas, objetos encontrados e plantas), tecnologias de escuta DIY, transceptores e alto-falantes esculturais. O evento oferecerá algum tipo de recriação da Serrinha do Alambari como sensor-paisagem, enfatizando a interação, a interferência e as camadas de suas múltiplas materialidades.
15h40 às 16h20
O Yama O – Keiko Yamamoto e Rie Nakajima (Mana Records/ Londres/Japão) – Lago na frente à Cinemateca do MAM
https://manarecs.bandcamp.com/album/o-yama-o
O Yama O é um projeto musical formado pelas artistas japonesas radicadas em Londres, Keiko Yamamoto e Rie Nakajima. Utilizando uma combinação de dispositivos cinéticos e objetos encontrados – como brinquedos, tigelas de arroz, motores microscópicos, tambores, nozes, relógios e ruídos de vento –, as artistas criam paisagens sonoras inspiradas em rituais, antropologia, mitos e mundos sonoros do cotidiano. Seus trabalhos são muitas vezes compostos por canções de Yamamoto enquanto as construções de Nakajima escalam micro-orquestras em resposta direta a espaços arquitetônicos únicos. Keiko Yamamoto trabalha com desenhos, papéis, música, vozes e dança. É fundadora, junto com HamishDunbar, do lendário Café OTO, o mais conhecido espaço para música e arte sonora da Europa. Rie Nakajima trabalha com instalações e performances que produzem som. Seus trabalhos são, na maioria das vezes, site specific, usando uma combinação de pequenos autômatos e objetos do dia a dia.
16h30 às 17h10
Joaquim Pedro dos Santos & Aleta Valente – “Tudo nosso nadadeles” – Pilotis
Joaquim Pedro dos Santos é multi-instrumentista que atualmente toca baixo na banda JonnataDoll& Os Garotos Solventes. Também colabora com produção musical nos grupos Pscina e Rádio Lixo em discos, performances e instalações sonoras, além de ser produtor de artes visuais e manter uma galeria independente no centro de São Paulo, o Escritório Técnico.
Aleta Valente vive e trabalha no Rio de Janeiro, e é também conhecida por sua persona online @ex_miss_febem, em que se utiliza do smartphone como ateliê onde pesquisa, edita e dispara conteúdos – tanto de produção autoral como apropriados – que tensionam a barreira entre a realidade e a ficção e trazem à tona questões sociais através de humor ácido.
“Tudo nosso nada deles” propõe a utilização de áudios de WhatsApp com intervenções sonoras e mixagem ao vivo. O projeto inédito busca remontar o impacto do áudio sobre nossa história recente, questionando limites entre fato e ficção, autoria e responsabilidade, e suas subsequentes implicações na sociedade contemporânea.
17h20 às 18h20
LoïcKoutana x NSDOS x ZorkaWollny– “SoundCycles&MigratoryFlows”(França, Brasil/Polônia, Alemanha/ França) – Jardim de pedras do MAM
https://www.facebook.com/tetopretolive/
http://www.zorkawollny.net/
https://www.facebook.com/nsdoslazerconnect/
“SoundCycles&MigratoryFlows” é uma ação performática que reúne a artista polonesa baseada em Berlim ZorkaWollny e os franceses NSDOS e LoïcKoutana (da banda Teto Preto). Desenvolvido em colaboração com os festivais CTM (Berlim, Alemanha) e Maintenant (Rennes, França) com o apoio do Instituto Goethe e do Instituto Francês, o projeto apresentará ideias sobre imigração, identidade e especificidades do espaço através da performance coletiva.
Há quatro anos, o modelo LoïcKoutana trocou Paris, sua cidade natal, por São Paulo. E foi no Brasil que o francês de origem africana desenvolveu não apenas sua carreira de modelo, como a de performer de dança contemporânea, atuando com alguns dos principais nomes da noite underground paulistana, como o grupo Teto Preto, de Laura Diaz, uma das idealizadoras da Mamba Negra. Multiartista, curador e também youtuber, LoïcKoutana em breve lançará seu primeiro disco, “Ser”, com produção de Zopelar.
Depois de estudar dança, NSDOS, também conhecido como Kirikoo Des, sentiu a necessidade de criar seu próprio som para explorar o movimento. Foi assim que começou a imaginar, por meio da abstração, toda uma nova ordem sonora, uma abordagem alternativa à música. Em algum momento chamado de "hacker do techno", NSDOS distorce as ferramentas tecnológicas, criando um elo entre máquina e matéria. O artista coleta dados em tempo real, usando sensores ou dispositivos interativos, e os injeta no esqueleto retilíneo da música eletrônica para criar uma matriz orgânica, convidando o público a, junto com ele, empurrar os limites do corpo, dos objetos e do som.
ZorkaWollny cria composições acústicas para instituições, fábricas e edifícios vazios. Suas obras habitam o espaço entre arte, teatro e música contemporânea e estão sempre intimamente ligadas ao contexto histórico e funcional de espaços arquitetônicos específicos. Suas obras foram exibidas nas mais prestigiadas instituições de arte contemporânea e festivais de música em todo o mundo.
FOYER DO MAM
Luigi Archetti– NULL (Itália/Suíça)
http://www.luigiarchetti.com
Luigi Archetti é compositor e artista sonoro cujo trabalho gira em torno da interface entre a arte e a música. Em suas instalações, utiliza desenho, pintura, vídeo e som para criar sistemas de referência complexos e espaços tensos e altamente estéticos. Seu vocabulário musical se manifesta não apenas nas ideias e no modo como as obras são realizadas, mas também no uso de objetos e conceitos desse gênero. Archetti encena o espaço como um portador de imagens em que vários impulsos – visuais e tonais – se encontram. Para o Novas Frequências, este italiano radicado na Suíça irá apresentar no Foyer do MAM Rio “NULL”, peça para guitarra processada com sete horas de duração que se caracteriza por sons estáticos, drones e sobreposições de camadas. Desenvolvido ao longo de cinco anos, Archetti NULL serve de metáfora a sensação de espera, de antecipação, de pausa. Com seus drones em escala cinzenta e som estático, NULL nos convida a observar os mundos das salas de espera em que passamos nossos dias e a viajar em regiões desconhecidas, uma jornada hipnoticamente cativante através de eventos acústicos atemporais e minimalistas.
Martina Lussi(Suíça) – Composition For A Circle + performance ao vivo
https://martinalussi.ch
Original de Lucerne, na Suíça, Martina Lussi trabalha na interseção entre as artes plásticas, a música e a performance. Em sua obra, desafia dicotomias como consciente/inconsciente, poder/impotência e dentro/fora. Em essencial, o corpo do espectador sempre desempenha um papel essencial em suas peças. Detentora de um Mestrado de Artes em ContemporaryArtsPractice pela Universidade de Berna, Lussi já apresentou seu trabalho em vários espaços de arte e em clubes em toda a Europa. Seu segundo álbum, “Diffusionis a Force”, se utiliza de fontes sonoras com uma certa qualidade desnorteadora – gravações de campo, instrumentação processada, elementos sintetizados e trechos de expressão humana – com o intuito de refletir sobre o clima de dispersão e distração em que vivemos. Em “Composition For A Circle”, instalação que Martina Lussimostra no Foyer do MAM Rio, gravações da guitarra fornecem a base para uma composição esférica e meditativa que, por meio de repetições deslocadas, constantemente geram novas estruturas sônicas.