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dezembro 2, 2019

Bate-papo com artistas lança Hans Ulrich Obrist - Entrevistas brasileiras no IMS, Rio e São Paulo

Lançamento de Hans Ulrich Obrist – Entrevistas brasileiras vol. 1, Hans Ulrich Obrist, com bate-papo entre artistas. Em São Paulo, Anna Bella Geiger e Antonio Manuel, com mediação de João Fernandes, e, no Rio de Janeiro, Iole de Freitas e o Waltercio de Caldas, com mediação de Marcelo Campos.

3 de dezembro de 2019, terça-feira, às 19h

Instituto Moreira Salles - IMS Paulista
Av. Paulista 2424, Consolação, São Paulo
Retirada de senha a partir das 18h

5 de dezembro de 2019, quinta-feira, às 20h

Instituto Moreira Salles - IMS Rio
R. Marquês de São Vicente 476, Gávea, Rio de Janeiro
Retirada de senha a partir das 19h15

O curador e diretor da Serpentine Gallery, em Londres, Hans Ulrich Obrist viaja pelo mundo há 30 anos gravando suas conversas com artistas e pensadores sobre temas que extrapolam as artes visuais e alimentam discussões sobre a criatividade, a inventividade e a construção do futuro, da cultura e da sociedade. Em Hans Ulrich Obrist – Entrevistas brasileiras vol. 1, publicado pela Editora Cobogó, Obrist apresenta uma seleção de 36 entrevistas com artistas e intelectuais pioneiros de diferentes áreas do conhecimento que nasceram no Brasil ou adotaram o país como lugar de produção de seu trabalho. “É um livro que pode ser interpretado como um protesto contra o esquecimento”, afirma o curador. Para celebrar a publicação, serão reunidos alguns dos entrevistados do livro para dois bate-papos. O primeiro será no dia 3 de dezembro, terça, no Instituto Moreira Salles de São Paulo, com a presença dos artistas Anna Bella Geiger e Antonio Manuel, com mediação do curador João Fernandes. E o outro na sede carioca do Instituto, no dia 5 de dezembro, quinta, com a presença dos artistas Iole de Freitas e Waltercio Caldas e mediação do curador Marcelo Campos.

Neste primeiro volume de entrevistas, foram compiladas reflexões de artistas, filósofos, antropólogos, músicos e outros pensadores que nasceram até 1959, ano que precede a inauguração de Brasília, momento que consolidou a revolução estética do Modernismo brasileiro e estimulou mudanças radicais em diversas áreas. Um segundo volume, com os artistas e pensadores nascidos a partir de 1960, vems e desenhando. Entre os entrevistados do volume 1 estão os artistas Anna Bella Geiger, Miguel Rio Branco e Waltercio Caldas, além de Tunga, Wlademir Dias-Pino e Lygia Pape. O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, o músico Caetano Veloso e o arquiteto Oscar Niemeyer são alguns dos nomes que vão além das artes visuais. “Neste livro, as conversas individuais se conectam e, conforme as páginas vão sendo viradas, os artistas dialogam uns com os outros, em uma espécie de polifonia bakhtiniana. (...) Não sou eu apenas entrevistando uma pessoa. Somos todos conversando juntos”, escreve Obrist.

Nas conversas, feitas em ateliês, espaços de exposição, salas de espera, aviões ou por e-mail, os entrevistados falam do processo criativo ao longo do século XX e narram suas experiências em meio a relatos de fatos que se tornaram história. Estão no livro temas que seguem em pauta, como o reconhecimento de terras indígenas, a partir do relato da fotógrafa Claudia Andujar, que dedicou seu trabalho ao registro dos Yanomamis; o alerta de que o planeta está em perigo feito pelo artista Frans Krajcberg, que foi considerado expoente ativista em favor da ecologia; e a reflexão sobre o que é o domingo numa sociedade capitalista, proposta pelo curador Frederico Morais nos anos 1970.

Obrist também pergunta aos entrevistados quais seriam seus conselhos para jovens artistas. “Ser corajoso”, aconselha a artista Iole de Freitas, “trabalhar, trabalhar e trabalhar... E ver muita arte”, afirma o artista Antonio Manuel.

Em um segundo volume a ser publicado, o projeto se completará com as entrevistas dos artistas e intelectuais nascidos a partir de 1960, ampliando as discussões sobre arte e cultura nos séculos XX e XXI.

Entrevistados

Abraham Palatnik, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Antonio Manuel, Arrigo Barnabé, Arto Lindsay, Artur Barrio, Augusto de Campos, Caetano Veloso, Cildo Meireles, Claudia Andujar, Eduardo Viveiros de Castro, Emanoel Araujo, Ferreira Gullar, Frans Krajcberg, Frederico Morais e Wilma Martins, Iole de Freitas, José Celso Martinez Corrêa, Judith Lauand, Lorenzo Mammì, Lygia Pape, Miguel Rio Branco, Nelson Leirner, Oscar Niemeyer, Paulo Bruscky, Paulo Herkenhoff, Paulo Mendes da Rocha, Peter Pál Pelbart, Ruy Guerra, Sonia Andrade, Tom Zé, Tunga, Walter Zanini, Waltercio Caldas, Wanda Pimentel, Wlademir Dias-Pino.

Sobre o autor

Hans Ulrich Obrist é curador e historiador da arte. Nasceu em Zurique, na Suíça, em 1968. Atualmente, é diretor artístico da Serpentine Gallery, em Londres. Nos últimos trinta anos, atuou como curador independente, além de ter sido curador do Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris. Organizou mais de cem mostras internacionais, como Utopia Station, na 50a Bienal de Veneza (2003), e Cities on the Move (1999), uma exposição multidisciplinar e itinerante que teve origem em Bangkok, na Tailândia. É autor de The Interview Project, em que faz o registro de entrevistas com artistas e intelectuais de vários países sobre diferentes áreas do conhecimento. Uma vasta seleção dessas conversas com pensadores do mundo todo encontra-se na coleção Hans Ulrich Obrist – Entrevistas, publicada pela Editora Cobogó em seis volumes, entre 2009 e 2012.

A Editora Cobogó

Criada em 2008, a Editora Cobogó vem acompanhando as transformações do mercado editorial nesses últimos dez anos, com vendas através da internet, presença em redes sociais para interagir com leitores, a participação em feiras literárias em diferentes cidades do país e a organização de debates sobre temas relacionados aos movimentos artísticos. Com uma equipe enxuta desde o início, a editora produz livros de artes, dramaturgia, música e infantis, e ainda planeja investir em novos segmentos de cultura contemporânea.

O primeiro livro publicado pela Cobogó foi Saga Lusa: o relato de uma viagem, de Adriana Calcanhotto, “Uma experiência comovente de autorreflexão que foi da maior importância para entendermos o papel da escrita e da arte, e que fortaleceu nossas convicções, já no nosso primeiro livro, do recorte que a editora teria nas suas publicações.”, explica Isabel Diegues. A partir dali, a editora construiu um catálogo de 226 títulos variados, que inclui a filosofia do artista norte-americano Andy Warhol sobre uma sociedade de consumo em busca da eterna juventude, as entrevistas do curador suíço Hans Ulrich Obrist com pensadores em várias áreas do conhecimento, os caminhos de construção das obras da artista Adriana Varejão, a coletânea de artigos do cineasta Cacá Diegues sobre a sociedade brasileira, as reflexões acerca da globalização e do pertencimento do pesquisador Moacir dos Anjos, além da reedição do primeiro e único livro de John Cage publicado no Brasil, com tradução do poeta Augusto de Campos.

Posted by Patricia Canetti at 7:04 PM