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novembro 28, 2019
Assim, como acontece no Palácio das Artes, Belo Horizonte
A Galeria Mari’Stella Tristão recebe produções de diversas artistas populares, em retratos que esboçam os inúmeros papéis desempenhados pelo feminino – as obras transitam da representação da maternidade até as mais variadas funções laborativas conquistadas e desempenhadas pelas mulheres. A mostra Assim, como acontece reunirá obras dos coletivos As Bordadeiras do Curtume e Bordadeiras da Vila Mariquinhas, além de obras das artistas Ana do Baú, Ana Ribeiro, Cássia Macieira, Clemência, Dida, Dionisia, Dona Enedina, Dona Irene, Dona Isabel, Eva, Geralda Batista, Ivanete, Maria de Lourdes, Maria Lira, Noemisa, Rosana, Vicentina Julião, Zefa e Zezinha.
As Bordadeiras do Curtume, projeto que valoriza a cultura mineira e fortalece a autoestima das mulheres da comunidade do Curtume, no Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, gera renda e apoio à saúde mental das participantes. Os bordados que compõem a exposição são o resultado de um processo de reconexão dessas mulheres com o mundo externo e da diminuição da sensação de abandono. Já as Bordadeiras da Vila Mariquinhas (BH) retratam em suas produções a luta pela moradia própria. Instaladas atualmente numa vila na região Norte de Belo Horizonte, aproveitaram o tempo livre para registrar as próprias experiências através dos bordados.
Um dos destaques da exposição é a mestre Maria Lira Marques Borges, conhecida como Lira, nascida em Araçuaí. Tendo como inspiração o índio e o negro, a artista modela máscaras em barro e faz “pinturas de Terra”, modo como chama as obras em argila sobre o papel. Além de ceramista, Lira é também pesquisadora, se interessa pelas etnias do povo brasileiro, especialmente do Vale do Jequitinhonha.
Já Cassia Macieira, artista plástica e professora do curso da Escola de Design de UEMG, apresenta suas bonecas de pano. Embora a própria artista não se defina como popular e designe sua criação como ocupante de um “não lugar’”, sua criação possui processos de produção e escolha de materiais característicos do universo da mostra.
A exposição também conta com obras de Ana do Baú, Ana Ribeiro, Clemência, Dida, Dionisia, Dona Enedina, Dona Irene, Dona Isabel, Eva, Geralda Batista, Ivanete, Maria de Lourdes, Noemisa, Rosana, Vicentina Julião, Zefa e Zezinha. As artistas exploram além da figura da matriarca das famílias e das cuidadoras domésticas, papéis como a cangaceira, a vendedora, a quituteira, a costureira, a benzedeira e a rendeira. A visão de cada uma sobre a figura feminina e seus cotidianos está impressa nas criações confeccionadas em diversos materiais: cerâmica, bordados e bonecas em tecido.