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novembro 28, 2019
Efêmera no Palácio das Artes, Belo Horizonte
As paredes da Galeria Aberta Amílcar de Castro ganharão grafites das artistas Artêmis Garrido, Isabel Saraiva, Maria Clara Cheib e Amanda Vilaça (Mona). Cada artista trará diferentes questionamentos que permearão, devido ao suporte artístico, a noção da curta duração, do breve, e do transitório. Efêmera terá uma configuração especial: as artistas se reunirão a partir do dia 25 de novembro (segunda-feira) para iniciar os grafites, e permanecerão desenvolvendo o trabalho até a abertura do Programa, no dia 28 (quinta-feira). O público poderá observar as obras em processo e acompanhar a feitura de todos os painéis.
Ártemis Garrido, que é natural de Ilhéus (BA), viveu e produziu grande parte de seu trabalho em Minas Gerais. Para a artista, a pintura mural surge neste ano, realizando uma tessitura com o trabalho enquanto artista plástica e arte-educadora no Consultório de Rua do SUS, onde explora a arte com a população em situação de rua das regiões Norte/Nordeste de Belo Horizonte. “Poder participar do Arteminas é meu reconhecimento de pertencimento à cidade. A mostra, que dessa vez conta apenas com artistas mulheres, é um recorte necessário para que o público conheça mais sobre as artistas que estão produzindo e as que abriram as portas para que nós estivéssemos aqui”, ressalta Garrido.
Para a mostra Efêmera, a artista explora o conceito do retrato e a oportunidade de pintar, homenagear e dar visibilidade a quem, por vezes, não é visto. “Apresentarei a pintura mural do retrato de Maria, uma mulher que conheço nas ruas a partir do meu trabalho enquanto arte-educadora em BH. Em um dos atendimentos, visitamos uma exposição no Palácio das Artes, e ela revelou que apesar de ter dormido ali em frente por um tempo, nunca tinha acessado a instituição”, conta Garrido. “Pintar o retrato dela, um ano após este acontecimento, é uma homenagem não só para Maria, mas para todas as mulheres em situação de rua”, conclui.
Isabel Saraiva transita por diversas linguagens: do desenho ao lambe, bem como pela pintura mural, a artista explora o contraste entre cores, linhas e texturas. O repertório criativo da artista circunda pesquisas sobre moradas, cidades e lugares imaginários, ideias que Saraiva pretende transpor à parede da galeria.
Já a artista Maria Clara Cheib, que também trabalha com cerâmica, desenho e pintura, diz se sentir muito lisonjeada por participar do Arteminas. “Ocuparei um espaço ao lado de mulheres que tanto admiro e que tanto enriquecem a minha experiência”, conta. Cheib ainda destaca a importância dessa edição do programa, que é, acima de tudo, uma oportunidade para mulheres ocuparem espaços em que, na maioria das vezes, são apenas retratadas. “Acho de suma importância ocupar espaços como autoras, expondo a nossa vivência. Precisamos colocar o nosso corpo alí, de alguma forma, marcar a nossa presença”.
Amanda Vilaça (Mona) teve seu contato com o grafite através dos movimentos de hip-hop e cultura da região do Barreiro, onde mora. Começou a pintar suas letras nas ruas no final de 2016, época que também fez parte do coletivo Fábrica de Sonhos. Desde então, a artista explora a mistura de letras com elementos diversos da natureza em seus trabalhos.