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novembro 17, 2019
Taigo Meireles na Hill House, Brasília
Na Hill House – casapark - mostra inédita de pinturas e desenhos do artista nascido em Brasília abordam questões subjacentes etimologia da palavra e suas reverberações na produção pictórica. Junto com a inauguração da exposição, acontece a apresentação da vitrine criada pelo designer e arquiteto Guilherme Torres e uma conversa com o artista
No próximo dia 20 de novembro, quarta-feira, às 19h, a Hill House inaugura a mostra Ecrã – As origens da palavra trama, de Taigo Meireles. O pintor apresenta 30 pinturas e cinco desenhos inéditos que surgem do embate entre fios, tramas, urdiduras, chassis, tintas e pincéis, que enredam conteúdos etimológicos e disparam cores e linhas contra as lógicas dos sentidos. No dia da inauguração, Taigo Meireles participa de uma conversa com o público junto com o designer e arquiteto Guilherme Torres, que assina a vitrine conceito. A mostra fica em cartaz até o dia 30 de janeiro de 2020, com visitação de segunda a sábado, das 10h às 22h. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos. A Hill House fica no casapark, Piso Térreo, lojas 125/126, Brasília-DF. Telefone: (61) 3363-5273.
Ao longo de oito meses, Taigo Meireles trabalha incessantemente para a mostra que agora apresenta na Hill House. Para abordar o tema, o pintor mergulhou na etimologia da palavra que nomeia o principal suporte para sua produção, a trama que forma a tela. Em “Ecrã – As origens da palavra trama”, o artista coloca em relevo tudo o que serve para garantir que você não veja algo, ou para que você não seja visto. Daí, cortinas, telas – de pintura e de cinema -, tecidos, panos, entre outros. São coisas que escondem e contém. É, também, por associação, palavra que remete a trauma, de origem grega, que significa ferida, dano ou avaria e, que por sua vez, dá origem à palavra trama.
Segundo o pintor, o interesse por destrinchar as origens da palavra e suas associações repousa nas questões que reverberam e que mostram princípios e sistemas de vivências específicas, acúmulos da vida que se constituem como trama e a força conceitual e poética. “A pintura supera as implicações literais do conceito. Acredito que a experiência pictórica é capaz de redimir a experiência do sujeito enquanto capaz de dissolver o emaranhado, uma espécie de redenção”. O trauma que a série evoca em todo o seu potencial poético é resultado de um desornamento dos fios da trama, causando uma perturbação na uniformidade. Pela avaria, revelam-se enredos.
Sobre o artista
Taigo Meireles é pintor nascido no Distrito Federal e é mestre em artes visuais pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília – UnB. Foi professor de pintura na Faculdade de Artes Dulcina de Morais. Tem desenvolvido trabalhos em pintura, com interesse em figuração e que exploram o choque entre os meios tradicionais da pintura, e a estética nas imagens nas mídias contemporâneas. As pinturas recentes flertam com a tradição onde a atmosfera pictórica é confrontada pelos excessos das imagens digitais. Reside e produz em seu sítio, localizado em Brazlândia, DF. Suas obras integram coleções particulares e institucionais, compõem o acervo permanente do Palácio do Itamaraty e Palácio do Planalto.
Vitrine e conversa
No dia 20 de novembro, às 19h, junto com a inauguração da mostra, será apresentada a vitrine criada pelo designer e arquiteto Guilherme Torres. Como parte da programação, Taigo Meireles e Guilherme Torres participam de uma conversa aberta ao público, com entrada gratuita e classificação indicativa livre para todos os públicos.
Sobre Guilherme Torres
Guilherme Torres é um perfeccionista, com a devida licença poética, tendo parte dela derramada sobre a pele. Uma de suas tatuagens estampa os dizeres “Work it harder, better, faster, make it over”, trecho de uma canção do duo francês Daft Punk, numa forma de celebração ao trabalho, por assim dizer. O arquiteto, que fundou a companhia que leva seu nome em 2001, adora trabalhar cercado por jovens criativos e entusiastas. O pool multidisciplinar de profissionais que suas companhias arregimentam – de fotógrafos a engenheiros – confere condições de cuidar dos projetos de seus clientes em formatos não explorados pela maioria de outros escritórios. Se projetam um edifício, produzem desde as imagens como podem gerir todo o material de vendas, toda a programação visual. Quando projetam casas, podem assessorar a escolha do terreno a entrega da obra com interiores projetados simultaneamente - tudo dentro do mesmo pensamento e estética. Ainda exploram outras linguagens, como expografia, cenografia e cinema, e em breve terão uma galeria de arte para promover cultura, como um pequeno museu privado. Em 2017 sua mais recente empreitada foi estabelecer uma filial em Nova York. Irreverência, vontade de transgredir e a busca pela excelência profissional – trabalhando duro, fazendo melhor e mais rápido.