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novembro 17, 2019
Monica Barki na Cândido Mendes Ipanema, Rio de Janeiro
Síndrome da Paixão é o título da exposição que a artista carioca Monica Barki inaugura no dia 19 de novembro, terça-feira, às 19h, na Galeria Maria de Lourdes Mendes de Almeida, no Centro Cultural Cândido Mendes de Ipanema. Com a curadoria de Luiza Interlenghi, a mostra é composta de 26 obras entre desenhos, litografias, fotografias, colagens, uma vídeo-performance, uma pintura e um gif. Simultaneamente à exposição, durante a inauguração, a artista apresenta ‘Casório’, sua mais nova performance.
“São cenas e cenários que brotam do meu imaginário, sempre com personagens em ação. Procuro fazer com que as imagens falem por mim. Crio situações inusitadas, embaralhando realidade e ficção. Muitas vezes sou espirituosa nos trabalhos, como também sinto prazer em transgredir, subverter a moral, os padrões estéticos e sociais. Em se tratando de arte, tudo é (ou pelo menos deveria ser...) possível.” – Monica Barki
Observações contundentes sobre o que une os casais, parceiros desiguais que se atraem e, por vezes, se enfrentam, estão no centro de “Síndrome da Paixão”. Monica Barki ilumina modos de dominação, entrega ou fuga que desafiam a suposta harmonia de cada encontro, sejam as uniões tradicionais ou as provisórias e marginais. Traça um arco poético, que liga a série inédita de desenhos dedicada ao Shibari * a pinturas, gravuras, desenhos, vídeos e performances realizados desde 1981. Examina a potência e as variações do corpo feminino e sua contraparte, para além dos padrões vigentes de beleza e sedução – corpos que pesam, lutam, se agigantam ou flutuam amarrados nas cordas do Shibari.
“Nos desenhos da série ‘Paixão e Glória’, uma experiência do sublime emana da relação de confiança e entrega entre duas parceiras no Shibari. A cor, o enquadramento das posições corporais, seus vínculos, toques e amarrações sublinham a entrega, o paradoxal afeto no domínio e o caráter erótico que coexistem na tentativa de superação dos próprios limites, no limiar do sofrimento”, afirma a curadora.
Monica Barki nasceu no Rio de Janeiro em 1956. É pintora, gravadora e artista multimídia. Expôs suas obras em importantes instituições como o Paço Imperial, 21ª Bienal Internacional de São Paulo, IPC-International Print Center of New York, Centro Cultural Recoleta em Buenos Aires na e 11ª Bienal Ibero-Americana de Arte no México. Suas obras estão nas coleções: MAM Rio (coleção Gilberto Chateaubriand), MAR-Museu de Arte do Rio, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Itaú Cultural, Museu de Arte da Pampulha, MAC (coleção João Sattamini), entre outras.
*A palavra Shibari significa ‘atar’ em japonês e tem origem na técnica dos antigos Samurais de amarrar e imobilizar pessoas com cordas. Esta prática tem uma forte implicação na cultura japonesa que envolve sua história, religião, teatro tradicional, artes marciais e seu sentido profundo de honra e sagrado. A experiência de amarrar alguém ou ser amarrado possui uma dimensão emocional e psicológica, provocando diferentes sensações particulares.