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novembro 5, 2019

Gabi e Luciana Ferreira na CAL, Brasília

“Nada me disseram sobre a fragilidade das coisas” ocupa a galeria de Bolso da CAL a partir de 5 de novembro

A exposição Nada me disseram sobre a fragilidade das coisas resulta da colaboração em uma micro-residência artística realizada pelas artistas visuais Gabi e Luciana Ferreira na Galeria de Bolso da CAL, com acompanhamento curatorial de Yana Tamayo. Durante o período de duas semanas as artistas desenvolveram um trabalho a partir das características oferecidas pelo espaço: sua materialidade arquitetônica, as relações históricas que atravessam a existência deste espaço na cidade, a cultura e as relações sociais que se colocam a partir dele.

Em 2017, Gabi e Luciana foram alunas do 3o grupo formado pelo Laboratório da Nave - grupo de acompanhamento crítico orientado por Yana Tamayo que tem como foco a experimentação e o estudo sobre as pesquisas dos artistas participantes. Desde então – e como é comum acontecer com outros artistas que descobrem no grupo mais espaços de troca e colaboração intelectual -, elas descobriram afinidades de pesquisa sobre as quais decidiram trabalhar juntas, desde então.

Gabi traz para o espaço gestos que emergem do desenho, das superfícies planas, tratando os rígidos elementos da arquitetura como se pudessem alcançar as possibilidades das folhas de papel; Luciana observa o espaço em suas possibilidades narrativas: da matéria às histórias, das histórias da matéria, do mínimo detalhe ao maior ruído presente. A partir de procedimentos e linguagens distintas, porém aproximadas numa escuta do espaço, as duas artistas constroem juntas, nessa exposição, um diálogo entre suas poéticas e as invisibilidades guardadas pelo tempo em cada superfície, em cada parede, no chão e no teto.

Gabi é graduada em Artes Plásticas e participa de exposições coletivas, desde 2008. Desenvolve trabalhos em colagem, fotografia e instalação. Atualmente, produz seus trabalhos no ambiente expositivo utilizando a materialidade do próprio local, presentificando no processo relações com o tempo e a efemeridade, noções de paisagem e percepções sutis da obra situada no espaço. Vive e trabalha no Distrito Federal.

Luciana Ferreira é artista visual. Atualmente, faz doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Brasília na linha de pesquisa Deslocamentos e Espacialidades da área de concentração Métodos, processos e linguagens. Seus trabalhos envolvem intervenções em livros, subversões de leituras, ações registradas em vídeos e experiências sonoras com ruídos. Todas essas frentes propõem algum tipo de desconstrução narrativa. Faz exposições de seus trabalhos, desde 2011, tendo participado também de ações de ocupação artística, intervenção urbana e residência. Integra o coletivo Espaços da Escrita.

Yana Tamayo é artista visual, educadora e curadora independente. É sócia-fundadora da Nave, espaço autônomo de arte onde desenvolve projetos de pesquisa e formação em arte, curadoria e execução de exposições. Doutora em Arte na linha de pesquisa Poéticas Contemporâneas pela UnB [2015], é mestre pela mesma instituição e linha de pesquisa [2009] e especialista pela Universidad Complutense de Madrid [2006] com o Máster de Teoría y Práctica en Artes Plásticas Contemporáneas. Desde 2010, sua prática como artista se associa, de maneira cada vez mais intrínseca, às práticas educativas e curatoriais em projetos expositivos e formativos. Desde 2015 coordena na Nave um grupo de estudos por ano fazendo acompanhamento de projetos artísticos, o Laboratório. Desde abril de 2018 é coordenadora local do Programa CCBB Educativo – Arte e Educação no CCBB Brasília, onde desenvolve a programação, gestão local do projeto e articulação institucional. Vive e trabalha em Brasília.

Posted by Patricia Canetti at 10:23 AM