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outubro 21, 2019
Bruno Veiga na Caixa Cultural, Brasília
A Caixa Cultural Brasília estreia em 22 de outubro a exposição inédita Teoria dos Conjuntos, com fotografias de Bruno Veiga, sob a curadoria de Eder Chiodetto. Serão apresentadas 32 fotos (sendo alguns múltiplos), montadas em formatos e suportes variados, feitas ao longo de 2015, 2016 e 2018, em seis viagens do artista à cidade de Budapeste, na Hungria. Em foco, condomínios populares construídos em meados do Século XX e as delicadezas do cotidiano das famílias que lá habitam. A exposição poderá ser vista até o dia 15 de dezembro. A entrada é franca.
Teoria dos Conjuntos revela como países da Europa Oriental enfrentaram o problema habitacional gerado pela grande migração para os centros urbanos no processo de industrialização. A ideia do fotógrafo foi encontrar a singularidade dos moradores nos imensos condomínios populares padronizados, registrar de que forma ela se manifesta, como os indivíduos conseguem se expressar e romper a repetição.
Segundo o artista, o sistema modular cria moradias que não dão espaço para a expressão da individualidade. A partir desta constatação, Bruno Veiga começou a fotografar, de um mesmo ângulo, situações aparentemente iguais para revelar manifestações da expressão da individualidade, muitas vezes bastante sutis. Além da pesquisa em condomínios populares, o fotógrafo também buscou imagens do cotidiano, detalhes de intimidades, o ambiente doméstico que constrói identidades.
A exposição tem a curadoria de Eder Chiodetto, especializado em fotografia, com mais de 70 exposições realizadas no Brasil e no exterior, só nos últimos dez anos. Segundo Chiodetto, é curioso perceber, no percurso das imagens expostas, a natureza surgindo de forma recorrente para tornar um ambiente mais personalizado, seja em jardins ou num vaso sobre a mesa. “Quando o homem se volta para a natureza é como se estivesse voltando aos seus instintos naturais em contraposição ao excesso de racionalidade”, diz o curador.
Bruno Veiga tem uma longa trajetória como fotógrafo, que começa em 1984, como fotojornalista, para jornais como O Globo e Jornal do Brasil. A partir de 1990, passa a atuar como freelancer, abrindo espaço para um olhar artístico sobre a fotografia. Desde 2004, publicou sete livros, entre eles ‘O Rio Que Eu Piso’, cujas fotografias foram expostas em mostra homônima individual em Lisboa e Singapura, em 2008. Participou de diversas mostras coletivas no Brasil e em países como Japão e França. Em 2013, recebeu o Prêmio Brasil de Fotografia com o Ensaio Paisagem Submersa. Seus trabalhos estão em coleções públicas e particulares, como Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Itaú Cultural-São Paulo, Museu de Arte do Rio e Maison Europeénne de la Photographie Paris-França. http://brunoveigafotografia.com.br