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outubro 13, 2019
José Patrício participa de exposição em comemoração aos 50 anos da Universidade Livre de Bruxelas
Com abertura marcada para 17 de outubro, a exposição JRSLM - paradise lost again (Jerusalem - paraíso perdido novamente), com curadoria de Hans de Wolf, reunirá artistas históricos, como Odilon Redon, William Blake e James Ensor, além de alguns nomes contemporâneos consagrados, como Francis Alÿs, Shirin Neshat e Anni Albers.
Patrício é o único artista latinoamericano selecionado para a mostra, onde exibirá a obra 280 dominós, que faz parte das coleções do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, no Recife, e da Pinacoteca do Estado de São Paulo, tendo sido exposta no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, no Museu de Arte Contemporânea de Vigo, na Espanha, no Museu de Arte do Banco da República de Bogotá, na Colômbia, e, mais recentemente, em 2018, na West Bund Art and Design, em Shanghai, na China, que reuniu instalações de 13 artistas internacionais no projeto ArtReview Asia Xiàn Chǎng.
O artista explica que “a exposição fala da dificuldade contemporânea de lidar com as diferenças, especialmente no que diz respeito às crenças e às identidades individuais, num contexto de racionalização e globalização”. “Quando o curador me contatou, ele comentou os aspectos de luminosidade e racionalidade presentes em 280 dominós, como algo que se adequava à proposta curatorial. De fato, a obra pode ser vista como um exercício formal, que varia a cada montagem, com um grafismo próprio que gera um efeito cinético a partir de um movimento espiralado, como se fosse um portal em constante abertura”, complementa.
Carreira Internacional
Além de uma individual e uma coletiva na China em 2018, José Patrício expôs recentemente na Bienal Sur (Argentina), na Fundação Cartier (França) e no Pérez Art Museum Miami (EUA). Com 45 anos de carreira, ele sempre manteve uma produção constante, sua pesquisa artística está alinhada às vertentes construtivas e tem como base a utilização de módulos para a criação de estruturas geométricas que exploram a relação entre ordem e acaso, a partir de objetos cotidianos, como dominós, botões, dados, pregos, alfinetes e peças de quebra-cabeças.
“Poder expor meu trabalho em outros países é uma oportunidade de entrar em contato com diferentes públicos e observar a interação das pessoas; acho interessante que a identificação com as obras ocorra em diferentes contextos sociais, acredito que pelos aspectos lúdicos e formais que elas têm”, conta Patrício.
Arte, política e espiritualidade
Tendo como carros-chefes proeminentes artistas belgas, como Francis Alÿs, Marcel Broodthaers, Thierry de Cordier e Michaël Borremans, a exposição “JRSLM - paradise lost again” tem em sua proposta curatorial uma investigação sobre o paradoxo entre a racionalidade de uma cultura global tecnocêntrica, que vem sendo fortalecida desde o século XX, e os desafios de um mundo que vive constantes ameaças e violências subjetivas, notadamente nos campos da fé e da liberdade de expressão. A mostra fica em cartaz até 14 de dezembro deste ano, aberta à visitação de terça a sábado, das 12h às 18h.