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setembro 17, 2019
Lia do Rio no Correios, Niterói
Lia do Rio expõe no Espaço Cultural Correios Niterói: Mostra abre dia 21 de setembro, em celebração ao Dia da Árvore
Uma das primeiras artistas a trabalhar com temas ligados à natureza no Rio de Janeiro, dentro mesmo da natureza, Lia do Rio foi a convidada do Espaço Cultural Correios de Niterói para celebrar o Dia da Árvore. Em 21 de setembro (sábado), a artista inaugura a exposição “Natureza” com cerca de 18 trabalhos de pequena e média dimensões, sendo alguns inéditos. Instalação, esculturas, objetos, fotografias, colagens e desenhos de Lia do Rio podem ser conferidos de perto até 23 de novembro de 2019, com entrada franca.
Em atividade desde a década de 80, Lia do Rio acaba de celebrar 40 anos de trabalho com uma grande mostra no Museu Nacional da República, em Brasília. Em sua pesquisa sobre "tempo e natureza", Lia do Rio utiliza em suas obras materiais perecíveis, como folhas secas, sementes, troncos ou pedras. Segundo ela, o uso da natureza como vivência plástica, nessa data comemorativa, procura promover a compreensão dos significados biológicos, sociais e psicológicos do ser humano, que se esqueceu de que também é natureza, daí as suas angústias. “A ideia não é tornar a árvore visível; é tornar visível o invisível da árvore”, diz ela.
Na mostra, o público estará diante de questões que abordam a natureza, o tempo e a cultura, fio condutor do trabalho da artista. Para Lia do Rio, o uso de materiais perecíveis tem a ver com um mundo sempre em mutação, no qual nada morre, tudo se transforma. Por isso, caos, ordem, desordem, transformação, continuidade e possibilidade são temas que permeiam o trabalho dela. “O ser humano esqueceu-se de que também é natureza. Que estranho o comportamento do homem, parasita da Terra, sem predadores. Será ele predador de si mesmo?”, questiona ela.
SOBRE LIA DO RIO
Nasceu em São Paulo, vive e trabalha no Rio de Janeiro. É Bacharel pela Escola Nacional de Belas Artes da UFRJ; tem Pós-Graduação em Arte e Filosofia, e Pós-Graduação em Filosofia Antiga, PUC-RIO. No início de sua trajetória artística, foi aluna de Abelardo Zaluar, Quirino Campofiorito e Mário Barata. A partir de seu ingresso na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 1982, teve como orientadores Fernando Cocchiaralle, Ricardo Basbaum, Paula Trope, Tunga, Celeida Tostes, Reinaldo Roels Jr, entre outros. Inicia-se em pintura, mas logo seus trabalhos adquirem tridimensionalidade. Ao longo de quatro décadas participou de centenas de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior (EUA: Nova York e São Francisco; Japão: Tóquio e Kobe; Guatemala; Alemanha; França e Kioto). Foi selecionada para diversos salões, com destaque para o Novos-Novos, o XX, Macunaíma 90, os XXº e XXIIº Salão Nacional de Belo Horizonte, e o Le Dejeuner sur L'Art (premiada por 4 vezes). Recebeu diversos prêmios, como Intervenções Urbanas; Brahma Reciclarte; Prêmio FIAT 89 (RJ) e Meditronic de Artes Plásticas (SP). Seus trabalhos fazem parte de diversos acervos, no Brasil e exterior, como o Parque Nacional da Tijuca (RJ), o Jardim Botânico (RJ), a Fundação Cândido Mendes (RJ) e o Museu da República (DF). Ao longo do tempo, como professora de arte, lecionou em importantes instituições, como o Parque Lage e o Instituto Calouste Gulbenkian. Coordena exposições, workshops e palestras, e faz acompanhamento de diversos artistas. Seu livro Lia do Rio: Sobre a Natureza do Tempo foi editado, em 2015, pela editora Fase 10.