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setembro 12, 2019
Lenir de Miranda no MARGS, Porto Alegre
Comemorando mais de quatro décadas de trajetória e produção, a artista visual inaugura a individual “Pintura périplo”, com curadoria de Icleia Cattani e Paula Ramos
O projeto também envolve o lançamento de livro dedicado à obra da artista, além de um seminário que abordará a pintura e suas conexões com os campos da cultura
O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) recebe a exposição Lenir de Miranda – Pintura périplo, que traz a público a obra da artista visual gaúcha, concentrando-se na sua produção mais recente – pinturas realizadas entre 2017 e 2019 –, além de contemplar alguns trabalhos anteriores. Ocupando as galerias João Fahrion, Angelo Guido e Pedro Weingärtner, com a reunião de cerca de 60 obras, a mostra individual tem curadoria das historiadoras e críticas de arte Icleia Borsa Cattani e Paula Ramos (ler texto curatorial). A abertura será no sábado 14.09.2019, às 11h.
Além da exposição, o projeto, que celebra as mais de quatro décadas de trajetória e produção de Lenir de Miranda, envolve o lançamento de livro homônimo, de autoria das curadoras. O lançamento da publicação se dará durante o seminário “Pintura contemporânea em relações”, nos dias 29.11 e 30.11.2019, no MARGS, abordando a pintura e suas conexões com diversos campos da cultura.
A exposição “Lenir de Miranda – Pintura périplo” segue em exibição até 8 de dezembro de 2019. O MARGS funciona de terças a domingos, das 10h às 19h, sempre com entrada gratuita. Visitas mediadas podem ser agendadas por e-mail.
SOBRE A ARTISTA
Lenir de Miranda (1945) é natural de Pedro Osório, mas trabalha e reside em Pelotas desde os 7 anos, onde realizou formação inicial em Pintura na Escola de Belas Artes Dona Carmen Trápaga Simões (1964–1967). Mais tarde, cursou Jornalismo na PUC-RS (1970–1975), instituição onde também fez Especialização em Artes Plásticas – Teoria e Práxis (1985). Antes disso, em Pelotas, cursou Especialização em Desenho e em História da Arte (1980–1983) no Instituto de Letras e Artes da UFPel. A artista também tem Mestrado em Artes Visuais – Ênfase em Poéticas Visuais, pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGS (2002–2003), com dissertação intitulada Nostos – A nostalgia de todos nós, pautada no romance Ulisses, de James Joyce.
Em Pelotas, foi professora de Pintura no Instituto de Letras e Artes da UFPel de 1979 a 1993, sendo uma das incentivadoras, naquela cidade, das pesquisas e das novas proposições artísticas, a partir de iniciativas não somente em pintura e livros de artista, mas em arte postal, performance, vídeo e instalação.
As relações com os mitos e a literatura são uma constante em sua obra, assinalada pelo trânsito de diversos materiais e linguagens. Trabalhando há mais de quatro décadas, Lenir traz em seu currículo cerca de 40 exposições individuais e 120 coletivas, em países como Alemanha, Inglaterra, Itália, Irlanda, Uruguai e Rússia, onde apresentou, em 2014, a individual Fragments of land – Painting, installation (2014), no State Darwin Museum.
A obra de Lenir de Miranda está representada em várias instituições, fundações e coleções públicas, com destaque para: Fundação Vera Chaves Barcellos (Viamão, RS), James Joyce Centre (Dublin, Irlanda), Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC-RS) (Porto Alegre, RS), Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS) (Porto Alegre, RS), Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ), Pinacoteca Barão de Santo Angelo do Instituto de Artes da UFRGS (Porto Alegre, RS), State Darwin Museum (Moscou, Rússia), entre outros.
SOBRE AS CURADORAS
Icleia Borsa Cattani
Crítica de Arte. Professora do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS. Pesquisadora 1A do Cnpq. Doutora em História da Arte pela Universidade de Paris I – Pantheon – Sorbonne (1980); Professora-visitante na Università di Bologna (2018–2019); Estágios Sênior na University of the Arts London (2011) e na Universidade de Paris I (1994). Professora visitante da ECA–USP (1988), da Universidade de Paris I (1995 e 2002), da Universidade de Montreal e de Laval (2005). Editora da Revista Porto Arte (1991–1999) e da Coleção Visualidade (1995–1999). Criadora do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS (1991) e Coordenadora do mesmo entre 1995 e 1999. Coordenadora de acordo Capes-Cofecub com a Universidade de Paris I (1995–1999) e da Bienal Interuniversitária UFRGS, Universidade de Paris I e PUC do Chile (1997–1999). Principais publicações: Icleia Cattani (Org. Agnaldo Farias) (Rio de Janeiro: Funarte, 2004); Mestiçagens na arte contemporânea (Org.) (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007); Paisagens de dentro (Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2009); Arte moderna no Brasil (Belo Horizonte: C/Arte, 2011); Artes visuais na Universidade (co-autoria) (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2012); Iberê Camargo Século XXI (co-autoria) (Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2014); Pela arte contemporânea (co-autoria) (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2017; Néon: Pinturas de Gelson Radaelli (Porto Alegre: Bolsa de Arte, 2017). Tem diversos capítulos de livros e artigos, publicados principalmente no Brasil e na França. Foi Membro do Conselho Editorial do The Journal of Contemporary Painting”, Middlesex University (2012–2016). Entre as curadorias, destaque para Iberê Camargo: Trajetória e Encontros (1985), exibida no Margs, MAM-Rio, Masp, e Galeria do Teatro Nacional, em Brasília; Representação Brasileira Bienal de Cuenca (1998), Equador; Mestiçagens (2007), no Margs; Iberê Camargo Século XXI (2014), na Fundação Iberê Camargo. Foi agraciada com o Prêmio Fapergs de Pesquisa (1999) e o Prêmio Açorianos de Artes Visuais – Destaque em Curadoria (2008).
Paula Ramos
Paula Ramos (Caxias do Sul, RS, 1974) é historiadora da arte, crítica de arte e curadora. Bacharel em Comunicação Social/Jornalismo (1996) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com Mestrado (2002) e Doutorado (2007) em Artes Visuais, ênfase em História, Teoria e Crítica de Arte, pela mesma IFES, ambos subsidiados com bolsa CNPq. Em 2005, realizou doutorado-sanduíche junto à Kassel Universität, na Alemanha, com bolsa CNPq/DAAD. No mesmo país, realiza seu Estágio Sênior (2018–2019; 2020–2021) na Hochschule Hannover, com bolsa da Fundação Alexander von Humboldt.
É Professora Associada do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS, onde implantou o Bacharelado em História da Arte, coordenando-o nos seus cinco primeiros anos (2010–2015). Atua nos cursos de História da Arte e Artes Visuais, bem como no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV/UFRGS).
Assina diversas curadorias em arte moderna e contemporânea, muitas das quais agraciadas com prêmios. É autora e organizadora de várias publicações no segmento de cultura e artes visuais, com destaque para A madrugada da modernidade (1926) (Porto Alegre: UniRitter, 2006), A fotografia de Luiz Carlos Felizardo (Porto Alegre: FestFotoPoA, 2011) e Walmor Corrêa – O estranho assimilado (Porto Alegre: Dux; São Paulo: Livre, 2015). Também integrou a Comissão Editorial que organizou a publicação Pinacoteca Barão de Santo Ângelo – Catálogo Geral (1910–2014), nas comemorações dos 80 anos da UFRGS (Porto Alegre: UFRGS, 2015), um trabalho de ensino, pesquisa e extensão, que envolveu dezenas de estudantes e professores do Bacharelado em História da Arte da UFRGS. Em 2016, publicou A modernidade impressa – Artistas ilustradores da Livraria do Globo – Porto Alegre (Porto Alegre: UFRGS, 2016), reunindo as pesquisas desenvolvidas durante seu Mestrado e Doutorado. Contemplado pelo edital Petrobras Cultural – Memória das Artes 2012, o livro foi lançado com exposição homônima, realizada no Margs. Como um todo, o projeto A modernidade impresa recebeu oito prêmios em âmbito regional e nacional, com destaque para o Prêmio Açorianos de Literatura 2016 – Livro do Ano, o Prêmio ABEU 2017 – Ciências Sociais e da Expressão, e o Prêmio Jabuti 2017, 1º lugar na categoria Arquitetura, Urbanismo, Artes e Fotografia.