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agosto 30, 2019

Tuneu na Raquel Arnaud, São Paulo

Se em sua última exposição na galeria, em 2017, o professor, pintor e desenhista Tuneu (Antonio Carlos Rodrigues – São Paulo, 1948) apresentou uma série de trabalhos que tinha na figura do hexágono o seu denominador comum, desta vez foge de um padrão único, ao reunir diferentes formas geométricas. Assim o artista produz mais um capítulo de sua constante pesquisa em torno de uma geometria sensível e atenta às relações entre planos e cores.

Em Colmeia, nome que associa o hexágono à figura do retângulo, com texto expositivo assinado pelo crítico Fabio Magalhães, há cerca de quatro pinturas e 15 desenhos que exploram os desdobramentos de formas e de cores na superfície. O crítico cita mais de uma vez as relações continente/conteúdo que, para Tuneu, dizem respeito às formas e seus desdobramentos no espaço. Enquanto um triângulo é continente como forma definidora de uma tela, por exemplo, vira conteúdo dentro de um desenho, de uma pintura.

Para Magalhães, o artista soube equilibrar o poético e o cerebral na sua expressão. “Fugiu do padrão construtivo e das sequências matemáticas previsíveis; explorou os possíveis desdobramentos da forma e da cor na superfície, e incorporou, muitas vezes, irrupções de formas no espaço (zonas de tensão), que estimulam o movimento dos planos e das cores estabelecendo novos conjuntos e ritmos visuais”, explica.

Se nas pinturas interessa a Tuneu as relações entre as cores pelas tonalidades, que aproximam ou afastam os planos, nos desenhos o artista busca os contrastes. Segundo Magalhães, ainda, para o artista as cores formam campos de força, de luz e de penumbra – de vibrações sutis. “A obra de Tuneu não se acomoda, está sempre atenta à experimentação, à inovação. O artista explora novos percursos sem abandonar as experiências adquiridas no passado. Desse modo, sem perder a memória e a coerência, a sua plástica permanece sempre aberta e com o frescor de um dia que amanhece”, completa o crítico.

SOBRE O ARTISTA

Pintor e desenhista, Tuneu [Antonio Carlos Rodrigues] estudou com Tarsila do Amaral entre 1960 e 1966 e recebeu influência de Wesley Duke Lee. Foi assistente de Willys de Castro e Hércules Barsotti durante vários anos. Em 1966 realizou sua primeira mostra individual no João Sebastião Bar, em São Paulo.

Entre as exposições de que participou, destacam-se: Salão de Arte Contemporânea de Campinas (várias edições entre 1966 e 1974, Prêmio Viagem à Europa, 1970, e Prêmio Aquisição, 1974); 16º e 17º Salão Paulista de Arte Moderna (São Paulo, 1967 e 1968); Bienal Internacional de São Paulo (várias edições entre 1967 e 1975, Prêmio Aquisição Itamaraty, 1971 e 1975); Panorama da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (várias edições entre 1971 e 1989); 3º e 6º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Museu de Arte de São Paulo (1971 e 1975); Arte na Rua 2 (São Paulo, 1984); Off Bienal, no Museu Brasileiro de Escultura (São Paulo, 1996). Em 2010, a Casa de Cultura de Paraty (Rio de Janeiro) apresentou uma exposição individual do artista. A editora BEI organiza um amplo catálogo sobre sua trajetória e obra. A Galeria Raquel Arnaud, que representa Tuneu desde 2008, realizou individuais do artista em 2008, 2013 e 2017.

Posted by Patricia Canetti at 11:29 AM