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agosto 16, 2019

Jonathas de Andrade no Sesc, Petrolina

Exposição inédita do artista visual Jonathas de Andrade reúne 10 de suas obras mais conhecidas. Primeira etapa começa dia 19, no Sesc da cidade no Sertão pernambucano

Foi no Nordeste que o artista visual e fotógrafo Jonathas de Andrade foi buscar a força de seu trabalho, numa linguagem que ganhou intensidade e reconhecimento internacional ao reinterpretar questões urgentes para repensar a cultura nordestina hoje. Com 12 anos de trajetória e 37 de idade, e tendo a região onde nasceu como foco de sua produção nos últimos seis anos, o alagoano radicado em Pernambuco já expôs suas obras em outros estados do Brasil e em diversos países, indo de museus internacionais como o MOMA e Guggenheim de Nova York, à Coreia do Sul; do México, ao Egito e França. Depois de terem rodado o mundo, parte destes projetos artísticos está reunida na exposição Caravana Museu do Homem do Nordeste, que será inaugurada no dia 19 de agosto, às 19h, no SESC Petrolina, com visita guiada pelo artista. A circulação das instalações fotográficas e vídeos criados por Jonathas de Andrade, que ocorre com incentivo do Funcultura do Governo Estadual, chega também a duas outras cidades do interior de Pernambuco: Garanhuns (em novembro) e Goiana (em março de 2020).

As obras escolhidas para a itinerância tratam de questões urgentes para a região: educação, trabalho, a disputa rural-urbana e uma reflexão sobre a imagem do homem nordestino na atualidade. “Nasci e me criei neste Nordeste, e em meus trabalhos procuro reunir o tanto de inspiração que carrego desta cultura e sua poesia cotidiana, bem como os embaraços das complexas histórias que tanto marcam o caráter da experiência de ser brasileiro. São sensações ambíguas e complexas, que sempre tive vontade de compartilhar com o mesmo Nordeste que me inspirou”, confessa Jonathas.

Também, pela primeira vez, Jonathas amplia o conceito da obra ao criar um cartaz interativo, com o qual as pessoas poderão mexer em moldes de letras e fazer selfies delas mesmas no processo, postando em redes sociais e brincando de montar seu próprio museu. Segundo ele, existe um interesse pedagógico na exposição, de atuar em parceria com o projeto educativo, e encontrar um público que vá além daquele acostumado a consumir a arte contemporânea e frequentar as galerias.

Além de ocupar o Sesc Petrolina, situado no Centro da cidade banhada pelo Rio São Francisco, a “Caravana” se espalha pela cidade com imagens em grandes dimensões dos projetos, que podem ser encontrados em espaços como o paredão da orla petrolinense, o mercado turístico e o parque Josepha Coelho. Petrolina estará inundada de cultura ao receber — de 12 a 31 de agosto — a 15ª edição da Aldeia do Velho Chico, um dos principais eventos realizados pelo SESC ao longo do ano.

Dois museus com um mesmo nome

A “Caravana Museu do Homem do Nordeste” ganhou este nome a partir do momento em que Jonathas de Andrade se apropriou do título do museu existente no Recife (e que em 2019 comemora os 40 anos de sua criação) e começou a reunir seus projetos em torno de aspectos da cultura nordestina como se fosse um outro possível museu, o Museu do Homem do Nordeste. Em 2013, na Galeria Vermelho, em São Paulo, o artista reuniu uma serigrafia de Aloisio Magalhães, emprestada pelo Museu do Homem do Nordeste, e a fachada da galeria, também transformada em uma obra, além de três trabalhos: as instalações “Cartazes para o Museu do Homem do Nordeste”, “40 Nego Bom é 1 real”, e “O Levante”. A cada nova montagem, outros projetos de pesquisa foram sendo acrescentados por ele até chegar à exposição, inaugurada em dezembro de 2014, no Museu de Arte do Rio – MAR, com curadoria de Clarissa Diniz e Paulo Herkenhoff. Contradições e perversidades históricas da sociedade brasileira são reveladas por Jonathas neste trabalho em que o artista realiza um projeto político tocante, expressando “a urgência das ruas e indagando o lugar de uma revolução popular utópica mas possível de ser reivindicada”, como publicado no jornal “O Globo”, ao citar as melhores exposições daquele ano.

Sobre as obras

Questões de raça e classe, as disputas de poderes, as tensões sociais elencadas por Gilberto Freyre são revistas e reinterpretadas pelo olhar de Jonathas de Andrade em suas obras, a exemplo da “1ª Corrida de Carroças do Centro do Recife/O Levante” (2012-2014), que mostra uma corrida de carroças organizada pelo próprio artista junto aos carroceiros pelo Centro da capital pernambucana, à época em que este tipo de transporte estava sendo proibido; e o “ABC da Cana”, que mostra cortadores de cana montando um alfabeto com seus corpos e foices. Este abecedário tomou por inspiração desenhos tipográficos de Luís Jardim, em projeto gráfico para a revista “Brasil Açucareiro”, de 1957. Já “Cartazes para o Museu do Homem do Nordeste” será exibido em formato inédito no Brasil, em tecido, assim como foram apresentados na Bienal de Dakar, no Senegal, criando nova estética para o projeto. Outra obra artística relevante na carreira do artista é o vídeo “O Peixe” (2016), que estreou na Bienal de São Paulo, e suscita vastas emoções no público, ao acompanhar um pescador em seu ritual de abraçar um peixe, unindo afeto, solidariedade e violência. As relações de trabalho que persistem desde os tempos coloniais no país estão em “40 nego bom é um real”, que traz a receita do doce enquanto nos conta histórias reais e fictícias, mostrando as complexas relações de trabalho envolvendo os 40 personagens de uma fábrica desta sobremesa tão nordestina.

Trajetória

Jonathas de Andrade se formou em Comunicação Social na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), enquanto abraçava as artes visuais. Foi lá que aprofundou o interesse mais plural em fotografia e cinema, participando de projetos como o Cineclube Barravento, e criando pequenos filmes com um grupo de amigos. Em seus primeiros contatos com a arte contemporânea, foi editor de fotografia do site 2 pontos.

Através de seu trabalho, o artista procura entender a história do Brasil a partir da identidade de uma região, das relações de poder entre as pessoas, lastreadas por um passado de colonização e explorações. Ficção e documentos são ferramentas utilizadas pelo artista, que traz como temperos desestabilizantes o erotismo e a ambiguidade.

Seu trabalho faz parte de importantes museus do mundo como Tate Modern, de Londres; MoMa e Guggenheim de NY e Georges Pompidou, na França. No Brasil, já expôs no Rio de Janeiro, Vitória, Fortaleza, Maceió, Goiânia e Porto Alegre, entre outras cidades, além de ter coleções em diversos acervos, a exemplo do MAM-SP, MAC-USP e Museu de Arte do Rio.

Em cartaz com a exposição “One to One”, no Museu de Arte Contemporânea (MCA) de Chicago, nos Estados Unidos, até 29 de agosto, Jonathas possui três de seus trabalhos (“O Peixe”, “Caseiro”e “ABC da Cana”), em exibição na mostra “À Nordeste”, no Sesc 24 de Maio, em São Paulo. O artista segue, em setembro, para o Momenta - Bienal da Imagem, em Montreal, no Canadá, e depois para a Turquia, a convite da 16ª Bienal de Istambul, intitulada “O Sétimo Continente”.

Posted by Patricia Canetti at 11:48 AM