|
agosto 14, 2019
Giselle Beiguelman lança Memória da amnésia: políticas do esquecimento com bate-papo no MAR, Rio de Janeiro
Museu de Arte do Rio recebe o lançamento do livro “Memória da amnésia: políticas do esquecimento”, de Giselle Beiguelman. O evento de lançamento contará com uma roda de conversa com a artista e professora da USP mediada pela curadora Clarissa Diniz.
17 de agosto de 2019, sábado, às 16h
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá 5, Centro, Rio de Janeiro, RJ
21-3031-2741
O Museu de Arte do Rio – MAR, sob a gestão do Instituto Odeon, recebe no dia 17 de agosto, às 16h, o lançamento do livro “Memória da amnésia: políticas do esquecimento”, publicado pelas Edições Sesc São Paulo. A obra de Giselle Beiguelman, artista e professora da USP, reúne ensaios textuais e visuais sobre as estéticas e as políticas de preservação da memória – e as ações sistemáticas que as transformam, também, em políticas do esquecimento. Ao mesmo tempo em que se volta às construções e aos monumentos do passado, a autora expõe as relações contemporâneas dessas obras com os fixos e fluxos das cidades, num contraponto entre a ruína e o futuro.
O lançamento acontece no auditório do museu e contará com uma roda de conversa mediada pela curadora e ex-gerente de Conteúdo do MAR, Clarissa Diniz. A entrada no evento será gratuita e por ordem de chegada. O espaço é sujeito à lotação.
Sobre o livro
Introduzidos por um ensaio crítico, os capítulos do livro tratam de projetos realizados pela autora em diferentes contextos, no espaço urbano e nos espaços informacionais das mídias e das redes sociais. O primeiro deles, intitulado “Beleza convulsiva tropical” – uma intervenção feita na 3ª Bienal da Bahia (2014), no Arquivo Histórico do Estado – discute a tensão entre natureza e cultura, o informal e o formal, o enfrentamento entre controle e descontrole que se emaranham com a história cultural e urbana do Brasil.
O segundo capítulo, “Memória da amnésia”, dá nome ao livro e é fruto de uma exposição realizada pela autora em 2015. Com foco nos depósitos de monumentos da cidade de São Paulo, o projeto incluiu o traslado de um conjunto de obras e fragmentos de monumentos do depósito do Canindé para o interior do Arquivo Histórico municipal, onde ficaram expostos, deitados, por quatro meses.
A memória digital - Os dois capítulos seguintes tratam de trabalhos realizados por Beiguelman com mídias digitais. “Já é ontem?” apresenta um longo ensaio visual a partir de fotografias e frames que documentou, de 2010 a 2017, as transformações da Zona Portuária do Rio de Janeiro (o Porto Maravilha), com ênfase na demolição da Perimetral e no entorno da praça Mauá. O trecho seguinte do livro, Museu das perdas para nuvens de esquecimento, discute as dificuldades de lidar com a memória das redes a partir da obra de net art O livro depois do livro e sua incorporação ao acervo do MAC-USP.
Incêndio no Museu Nacional - Memória da amnésia já estava quase pronto quando, em 2 de setembro de 2018, um incêndio transformou em ruínas o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Diante dessa tragédia, Beiguelman incluiu um último capítulo, intitulado “Beleza compulsiva tropical”, em que o incêndio é lido sob o signo das catástrofes e como uma metáfora do nosso passado recente.
De modo geral, todas essas abordagens dizem respeito às disputas pela visibilidade no campo da memória e acompanham os propósitos e esforços daqueles que constroem determinadas narrativas e analisam suas consequências nos espaços das cidades.
Giselle Beiguelman: Pesquisa preservação de arte digital, arte e ativismo na cidade em rede e as estéticas da memória no século 21. Desenvolve projetos de intervenções artísticas no espaço público e com mídias digitais. É professora livre-docente da FAUUSP e foi coordenadora do seu curso de Design, de 2013 a 2015. Entre seus projetos recentes destacam-se Memória da Amnésia (2015), Odiolândia (2017) e a curadoria de Arquinterface: a cidade expandida pelas redes (2015). É membro do Laboratório para OUTROS Urbanismos (FAUUSP) e do Interdisciplinary Laboratory Image Knowledge – Humboldt-Universität zu Berlin. Autora de diversos livros e artigos sobre arte e cultura digital, suas obras integram acervos de museus no Brasil e no exterior, como ZKM (Alemanha), Yad Vashem (Israel), Latin American Colection – Essex University (Inglaterra), MAC-USP e Pinacoteca do Estado de São Paulo. Foi editora-chefe da Revista seLecT (2011-2014) e é colunista da Rádio USP e da Revista Zum.
Clarissa Diniz é curadora e crítica de arte. É mestre em história da arte pelo PPGArtes/UERJ e doutoranda em antropologia pelo PPGSA/UFRJ. Foi editora da revista Tatuí e publicou inúmeros textos, catálogos e livros, a exemplo de Crachá - aspectos da legitimação artística (Ed. Massangana, 2008). Curou diversas exposições e, entre 2013 e 2018, atuou no Museu de Arte do Rio - MAR, onde organizou mostras como Pernambuco Experimental (2013) e Dja Guata Porã: Rio de Janeiro indígena (2017). É professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.
Edições Sesc São Paulo: Pautadas pelos conceitos de educação permanente e acesso à cultura, as Edições Sesc São Paulo publicam livros em diversas áreas do conhecimento e em diálogo com a programação do Sesc. A editora apresenta um catálogo variado, voltado à preservação e à difusão de conteúdos sobre os múltiplos aspectos da contemporaneidade. Seus títulos estão disponíveis nas Lojas Sesc, na livraria virtual do Portal Sesc São Paulo, nas principais livrarias e em aplicativos como Google Play e Apple Store.