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agosto 6, 2019
Eduardo Montelli na Ecarta, Porto Alegre
Além da abertura da mostra, acontece a segunda etapa do projeto de curadoria educativa para professores e público interessado
O projeto expositivo Como faremos para desaparecer, do artista Eduardo Montelli, ganha abertura na Galeria Ecarta, na sexta-feira, 9 de agosto, às 19h, apresentando gifs, vídeos, fotografias e performatividades realizadas entre 2008 e 2019.
A mostra tem curadoria de Charlene Cabral e explora ambiguidades e estranhamentos dos processos contemporâneos de subjetivação, de forma especial sobre a relação entre os sujeitos e a produção de múltiplos registros de si orientados por padrões mercadológicos, publicitários e espetaculares. O trabalho de Montelli parte da pergunta “como nos tornamos o que somos?”, conduzindo a vivências, registros, lembranças, verdades e ficções. Chamamos de sujeito o ser resultante da relação corpo a corpo com outros indivíduos e com os dispositivos que estruturam as vidas das pessoas. Espetáculo, controle, consumo e invenção. Que tipos de subjetividades se desenvolvem em uma sociedade imersa na cultura da imagem e da hiperexposição? É factível ainda pensar em termos de dualidades entre público e privado, pessoal e político, cotidiano e poético?
As janelas audiovisuais de Montelli – formadas pela justaposição de imagens buscadas, produzidas ou esbarradas – são compostas em um tipo de operação baseada na seleção de imagens e na composição de relações entre elas. “Só que, junto a isso, o artista se coloca como protagonista dessa trama de simulacros, atuando ele próprio para uma câmera que, em outra ponta, alcança uma audiência espontânea dia após dia”, sinaliza Charlene. Seguidores, usuários, espectadores: nós. Que, por nosso lado, também somos atores exibindo-nos na mesma mídia de massa a que assistimos.
Antes da abertura acontece a segunda edição do Encontro de Engajamento para Professores, das 16 às 18h, com bate-papo e visita mediada. O encontro integra o projeto de curadoria educativa da Ecarta com presença do artista e da curadora, além de Claudia Hamerski, responsável pelo projeto educativo, e do coordenador da Galeria Ecarta, André Venzon. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas online.
Eduardo Montelli (Porto Alegre/RS, 1989)
Artista e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, da UFRJ. Investiga, por meio de pesquisa artística e teórica, a influência de documentações, narrativas e outras formas de "inscrição de si" no modo como as pessoas vivem e como são reconhecidas socialmente. Participa de exposições e eventos de arte desde 2010 com destaque para a quinta edição do Prêmio Energias na Arte, no Instituto Tomie Ohtake (SP); Filmes e Vídeos de Artistas, na Fundação Iberê Camargo (RS); Abre Alas 10, na galeria A Gentil Carioca (RJ); e 65º Salão de Abril, no Centro Cultural Banco do Nordeste (CE), no qual foi premiado.
Charlene Cabral (Caxias do Sul/RS, 1981)
Curadora independente, pesquisadora e artista. Mestranda na linha História, Crítica e Teoria da Arte no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da ECA, na USP, e bacharel em História da Arte pela Ufrgs. Tem estudos em fotografia pela GrisArt Escola Internacional de Fotografía, em Barcelona (Espanha). No campo editoral independente, é criadora da Meteoro Edições e idealizadora da feira de publicações Folhagem. Em 2018, recebeu o Prêmio Açorianos Incentivo Jovem Curador, oferecido pela Secretaria da Cultura da Prefeitura de Porto Alegre/Aliança Francesa/Institut Français. Conta com pesquisas relacionadas aos conceitualismos das décadas de 1960 e 1970, publicação e imagem na arte contemporânea.