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julho 31, 2019
Tarsila popular torna-se a exposição mais vista da história do MASP
A mais ampla mostra já feita da obra da modernista Tarsila do Amaral reuniu 92 obras e teve curadoria de Adriano Pedrosa e Fernando Oliva
Tarsila popular, a mais ampla exposição já feita da artista Tarsila do Amaral, chegou ao fim neste domingo, 28 de julho, como a mostra mais visitada da história do MASP. Com 402.850 visitantes, superou outro fenômeno de público do museu, Monet, realizada entre maio e agosto de 1997. A exposição do impressionista, que mobilizou São Paulo à época, teve 401.201 espectadores.
“O recorde de visitação da exposição Tarsila popular no MASP reflete a consolidação da artista não apenas na história da arte, mas no imaginário do grande público. Ele aponta também para um interesse crescente pela arte e pelo museu, algo que que também pode ser atestado na venda do catálogo da exposição, um denso volume de 360 páginas que até agora já superou a marca de 7 mil exemplares”, diz Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu, e curador da exposição ao lado de Fernando Oliva.
“Essa grande visitação reafirma o desejo do público por olhares renovados em relação aos artistas canônicos da história da arte brasileira, o interesse em abordagens novas e inéditas, caso desta mostra, que trouxe para o centro do debate não só o popular, mas as questões sociais, raciais e de classe na obra de Tarsila, aspectos que costumam ser negligenciados”, afirma Fernando Oliva.
Aberta ao público em 5 de abril, juntamente com Lina Bo Bardi: Habitat, a mostra Tarsila popular foi um sucesso de público desde o primeiro momento. No vernissage para convidados, na noite de 4 de abril, 1.800 pessoas formaram fila no vão livre para ver em primeira mão as 92 obras da exposição, entre pinturas e desenhos da modernista.
Com forte procura nos quatro meses que esteve em cartaz, sobretudo na Terça Grátis Qualicorp, responsável por metade do público da exposição, Tarsila popular deu um salto em julho, mês de férias escolares. A mostra bateu sucessivos recordes. Na terça-feira 16, o MASP registrou 8.454 visitantes, marca histórica para um único dia no museu. Na terça seguinte, 23, Tarsila popular superou o próprio recorde, com 8.818 espectadores.
O catálogo da exposição, de mesmo nome, teve milhares de exemplares vendidos. O livro é o mais amplo catálogo de mostra sobre Tarsila do Amaral, reunindo 113 de suas obras, bem como fotografias e documentos, em 360 páginas. Organizado pelos curadores da mostra, Pedrosa e Oliva, inclui textos inéditos de ambos, de Amanda Carneiro, Irene V. Small, Mari Rodríguez Binnie, Maria Bernardete Ramos Flores, Maria Castro, Michele Greet, Michele Bete Petry e Renata Bittencourt, além de textos históricos de Paulo Herkenhoff e Sergio Miceli, e comentários de obras feitos por Artur Santoro, Carlos Eduardo Riccioppo, Guilherme Giufrida e Matheus de Andrade. Tarsila popular, o livro, segue à venda no MASP Loja, ponto de vendas do museu com entrada gratuita, independente das exposições, por R$ 139 (brochura) e R$ 159 (capa dura), em edições separadas em português e inglês (Tarsila do Amaral: Cannibalizing Modernism).
Histórias das mulheres, histórias feministas
Tarsila popular faz parte de um ano dedicado às Histórias das mulheres, histórias feministas, eixo curatorial que pauta toda a programação do museu, de exposições e cursos a palestras e oficinas. Dentro deste ciclo, o MASP promove mostras individuais e coletivas de artistas e pensadoras mulheres. Além de Tarsila e Lina, já passaram pelas galerias do museu Djanira da Motta e Silva e as tecelãs anônimas do Comodato MASP Landmann, mostra iniciada em junho e encerrada com Tarsila popular e Lina Bo Bardi: Habitat.
No final de agosto, o MASP inaugura as coletivas Histórias das mulheres - artistas até 1900 e Histórias feministas - artistas depois de 2000, respectivamente com obras de artistas que foram esquecidas pela história da arte oficial e com artistas contemporâneas que trabalham com temas dos feminismos ou são por eles perpassadas. Ainda no segundo semestre, o MASP terá exposições da portuguesa Leonor Antunes, da alemã radicada na Venezuela Gego e da brasileira Anna Bella Geiger.
Tarsila popular também integra uma linha de mostras do museu que busca um novo olhar sobre artistas brasileiros consagrados, como Portinari, tema de uma mostra com o mesmo recorte, realizada pelo MASP em 2016.