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julho 26, 2019

Referência Galeria de Arte ocupa a Galeria Casa no CasaPark, Brasília

A Referência Galeria de Arte realiza a Ocupação 6 da Galeria Casa, no casapark, com uma mostra que reúne as obras em pintura, desenho, fotografia, escultura e videoinstalação de nove artistas mulheres de Brasília

No próximo dia 1º de agosto, às 17h, a Galeria Casa inaugura a Ocupação 6 realizada pela Referência Galeria de Arte com a mostra Linhas de força - Superfícies em transe, com obras de nove artistas mulheres de Brasília. Adriana Vignoli, Alice Lara, Bruna Neiva, Luciana Paiva, Karina Dias, Patrícia Bagniewski, Raquel Nava, Yana Tamayo e Zuleika de Souza trazem para a exposição obras em diversas linguagens e suportes como a pintura, a escultura, a videoinstalação, a fotografia, a performance e a escultura. A mostra fica em cartaz até o dia 27 de agosto, com visitação de terça a sábado, das 14h às 22h, e domingo, das 14h às 20h. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos. A Galeria Casa fica no 1º Piso do CasaPark, no corredor do Espaço Itaú de Cinema.

Em “Linhas de força – Superfícies em transe”, o público poderá conferir o recorte de uma pujante produção de artistas mulheres de Brasília. “A multiplicidade de linguagens e materiais é uma característica desta mostra. A outra, se reflete no tema sobre o qual cada artista se debruça: meio-ambiente, direitos dos animais, direitos humanos, arquitetura, tempo, memória, deslocamento, arte”, explica a galerista e curadora da mostra Onice Moraes. Com mais de duas décadas de atuação no mercado de arte contemporâneo e sócia da Referência Galeria de Arte, Onice ressalta o caráter inovador proposto pelas artistas em seus trabalhos. “São artistas com trajetórias diversas e produções reconhecidamente relevantes, com obras em acervos de museus nacionais e internacionais e em importantes coleções privadas”, completa.

Programação

No dia 24 de agosto, sábado, às 17h, acontece o Sarau com as artistas que participam da mostra, com falas, leituras, declamações, conversas e cerveja. O evento é aberto ao público, com entrada gratuita e livre para todos os públicos.

Artistas

Adriana Vignoli, que recentemente expôs na Galeria Casa com a mostra do Ateliê Elefante _ Ocupação 5 -, apresenta desta vez duas séries que abordam suas relações com a arquitetura, a natureza e a materialidade. Graduada em Arquitetura e mestrado em Artes Visuais pela Universidade de Brasília. Entre 2013 e 2014, morou em Berlim e expôs na Nassauischer Kunstverein de Wiesbaden, no Pavilhão na Milchhof, Berlim, e na Hochschule für Bildende Künste Dresden (Faculdade Técnica em Artes Visuais de Dresden). Adriana apresenta na Ocupação 6 com a Referência obras em desenho sobre pedra e escultura em concreto, vidro, terra e borracha. “Utilizo o desenho como meio de pensamento sobre o objeto no tempo e no espaço. O uso do grafite revela o tempo e o espaço pela maneira em que o esforço da linha e também na colagem feita da reconfiguração de fragmentos de desenho figurativo de pedras paleolíticas”, diz Adriana.

Alice Lara pesquisa sobre a linguagem da pintura acerca da condição do animal-não-humano. “Penso também sobre as relações que a humanidade estabelece com eles. Relações essas transitantes entre sentimentos dispares como curiosidade, interesse, amor e desprezo. Para mostrar essa realidade me inspiro em histórias, relatos e vivências pessoais, buscando traduzir a condição animalesca, em sua diversidade, complexidade e mistério”, afirma a artista. “Animais são minha obsessão temática. Sempre lanço um olhar para nossos misteriosos companheiros sobre a Terra, e espero na reciprocidade um entendimento desta relação cuja alteridade é distintiva tanto para eles como para a humanidade”, completa. Nascida em Brasília, em 1987, cidade onde fez sua formação em Artes Visuais em licenciatura e bacharelado. Atualmente, faz mestrado em Artes Visuais na Universidade de São Paulo (USP).

Bruna Neiva é artista visual, pesquisadora em arte e produtora cultural. Possui mestrado na linha de Poéticas Contemporâneas do Instituto de Artes pela Universidade de Brasília, onde desenvolveu sua pesquisa em arte contemporânea, linguagem e memória, voltada para a fotografia e performance. O trabalho de Bruna Neiva transita pela performance e tem a fotografia como suporte para suas ações. Nas obras presentes na mostra - "Terra inscrita" e "não te moves de ti #3" -, Bruna se reporta à inconcretude da realidade e à solidez do sonho como matérias poéticas. A artista constrói nesses trabalhos à força inscrições em um espaço, pensando o corpo como território.

Artista visual e professora do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília, Karina Dias atua na graduação e pós-graduação. Pós-doutora em Poéticas Contemporâneas (UnB), Doutora em Artes pela Université Paris I – Panthéon Sorbonne. Trabalha com vídeo e intervenção urbana, expondo no Brasil e no exterior. É autora do livro “Entre visão e invisão: paisagem (por uma experiência da paisagem no cotidiano)”. Coordena o grupo de pesquisa vaga-mundo: poéticas nômades (CNPq). Para a mostra na Galeria Casa, Karina apresenta os vídeos “Como-ver-se”, 2010 e “Pilotis”, 2019. Neles, é possível observar a pesquisa centrada nas poéticas da paisagem e da viagem, na geopoética, nos processos de produção artística, no lugar e seus modos de imaginação.

Luciana Paiva é artista visual, vive e trabalha em Brasília. É doutora em Artes pela Universidade de Brasília com a tese: “Frente-verso-vasto: por uma topografia da página” (2018) orientada por Karina Dias. Cursou o Programa Aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 2011 e participou do Rumos de Artes Visuais 2011-2013. É uma das artistas indicadas ao prêmio PIPA 2019 e também foi selecionada para o programa de exposições do Centro Cultural São Paulo deste mesmo ano. Foi uma das artistas premiadas no II Salão Mestre D'Armas em Planaltina -DF. Em sua produção investiga as relações entre escrita e espaço a partir de mídias e materiais diversos, com principal interesse pelo uso dos elementos da escrita (livros, páginas e letras) como matéria. Na mostra “Linhas de força – Superfícies em transe”, Luciana apresenta as obras “Vértice n2” e “Dobra”, onde recortes de papel, madeira, acrílico. “A série “Vértice” parte da minha pesquisa sobre os elementos visuais que compõe os espaços da escrita. As peças realizadas nesta série propõem-se como páginas a serem contempladas”, informa a artista.

Patrícia Bagniewski é formada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília (UnB). ”Durante o período que estudei lá, tranquei a faculdade e fui morar em Londres, onde fiz meus primeiros cursos com o material vidro, que é o material principal que trabalho”, afirma a artista. Apaixonada pelo material, fez workshops, cursos e estágios em fábricas de vidro soprado na Grã-Bretanha, na Suécia, no Brasil e no Japão, onde fez mestrado para continuar com suas pesquisas. O conceito presente nas peças criadas em vidro pela artista joga com a dicotomia da leveza, da dança do olhar durante o processo de produção, o sopro que dá forma ao objeto. Sua produção é equivalente a um parto. A areia, material não transparente, se transforma num líquido que deve ser soprado, que precisa de muito calor. É um trabalho físico difícil. Requer força, tanto física quanto mental, ritmo e disciplina. É um material que instiga a artista visual por ser antagônico, porque ele brinca com os olhos, ao mesmo tempo permite a visão através da matéria e prende o olhar no objeto. Ele é frágil, duro e resistente.

Raquel Nava investiga o ciclo da matéria orgânica e da inorgânica em relação aos desejos e hábitos culturais, usando taxidermia e restos biológicos de animais justapostos à materiais industrializados em suas instalações, objetos e fotografias. A variação cromática com a qual trabalha nos objetos e fotografias, se aproxima da paleta utilizada na sua produção de pintura. A diversidade de sua produção está nos experimentos com técnicas e materiais, mas sempre surge uma referência aos órgãos ou aos organismos. Formada em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (2007), obteve título de mestre em Poéticas Contemporâneas pela mesma instituição (bolsa Capes 2010-12) e foi aluna da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires (2005). Expõe com regularidade desde 2006, tendo realizado mostras no Brasil e exterior. Indicada ao Prêmio Pipa 2018 e ao 7º Prêmio Industria Nacional Marcantonio Vilaça 2019.

Yana Tamayo é artista visual, educadora e curadora independente. É sócia-fundadora da Nave, espaço autônomo de arte onde desenvolve projetos de pesquisa e formação em arte, curadoria e execução de exposições. Doutora em Arte na linha de pesquisa Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília - UnB [2015], é mestre pela mesma instituição e linha de pesquisa [2009] e especialista pela Universidad Complutense de Madrid [2006]. Desde 2015 coordena na Nave um grupo de estudos por ano fazendo acompanhamento de projetos artísticos, o Laboratório. Desde abril de 2018 é coordenadora local do Programa CCBB Educativo – Arte e Educação no CCBB Brasília. Vive e trabalha em Brasília. Para a mostra “Linhas de força – Superfícies em transe”, Yana apresenta “Terra Nullius (As margens da alegria)” em que propõe um diálogo poético entre memórias de palavras e de imagens que de alguma forma conectem histórias de fundação e narrativas divergentes sobre os mesmos fatos: a ocupação do território central brasileiro. A partir da coleta de palavras presentes em histórias dos nomes de cidades localizadas nas fronteiras do estado do Tocantins – acessíveis no banco de dados do IBGE – e do conto “As Margens da Alegria”, de Guimarães Rosa, propõe um emaranhado-poema que possa ser escrito e reescrito por quem se depara com o trabalho.

Zuleika de Souza é fotojornalista com passagens por importantes veículos nacionais como o Correio Braziliense, as revistas Veja, IstoÉ, Senhor, Manchete, Vogue, Casa Cláudia, entre outros. Participou de publicações como “Processo constituinte” e “100 fotógrafos fotografam o Brasil nos 500 anos”. Realizou sua primeira exposição individual no CCBB Brasília com a mostra “Chão de flores”, onde abordou a arquitetural vernacular de uma Brasília pouco conhecida. Em 2016, apresentou a mostra “Entrequadras”, na Galeria Alfinete, e em 2018, “W3-divergentes Brasílias”, no Espaço Renato Russo. Para a Ocupação da Referência Galeria na Galeria Casa, Zuleika apresenta sua mais recente série de fotografias-objetos que abordam a fragilidade das memórias, assim como os bibelôs. “Sou uma colecionadora de imagens, memórias e objetos. Estou sempre tentando fazer inventários de lembranças”, afirma.

Posted by Patricia Canetti at 10:54 AM