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julho 10, 2019

Marina Saleme no Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto

Marina Saleme - Real, nstituto Figueiredo Ferraz - IFF, Ribeirão Preto, SP - 18/06/2019 a 20/07/2019

Questões que versam sobre a dúvida em relação a figura e a sua real posição no mundo, a vulnerabilidade da existência, presença e principalmente ausência de todas as coisas frente ao tempo e espaço são uma constante no trabalho de Marina Saleme. Marina se formou em Artes Plásticas na Faap em 1982 e deu aula de pintura e seus processos criativos durante 10 anos no Instituto Tomie Ohtake. A artista trabalha desde então predominantemente com pintura, desenho e fotografia.

Seu processo é lento e reflexivo: suas pinturas são feitas em camadas, assim como seus desenhos e fotos, que não envolvem processos imediatos.

Marina trabalha com a criação, com o apagamento e com o resgate – o ato de apagar, em sua obra, está relacionado com a impermanência das coisas ou mesmo das verdades. A artista trabalha formalmente e poeticamente questões sobre o visível e o invisível e a alternância entre eles: o real e o irreal também são temas presentes em seu trabalho, assim como os efeitos dos diversos pontos de vista a respeito da verdade.

Em alguns de seus trabalhos, pessoas e paisagens pairam sob um imenso céu, que, por sua imensidão, infinitude e mistério, submete-nos metaforicamente ao incontrolável da condição humana. Trata-se de lugares onde jorram graças e desgraças (que no trabalho da artista tomam forma de linhas, gotas, feridas, arabescos) e para onde alguns endereçam suas preces.

Na série de fotos Real, a realidade é questionada por meio de uma mesma imagem que sofre pequenas intervenções e que se desmente a cada vez, alternando radicalmente a perspectiva da exposição dos elementos.

Suas fotos normalmente são trabalhadas em série e as imagens vão se desdobrando – acrescentando ou discutindo o sentido das outras. A pintura retém todos os pensamentos em seu interior, onde tudo é construído – até mesmo as imagens apagadas. Quanto a esse aspecto, vale relembrar as palavras de Francis Alÿs: “Cada avanço guarda a dívida com o que precede”.

Marina Saleme trabalha a pintura como linguagem (ferramenta para a construção de lugares em que as coisas possam estar) ou não, finalmente.

Destacam-se as exposições individuais e coletivas nos seguintes museus e instituições: MAM-RJ (Rio de Janeiro); Paço Imperial (Rio de Janeiro); Paço das Artes (São Paulo); Centro Universitário Maria Antônia (São Paulo)’ MAM-SP (São Paulo); Palácio das Artes (Belo Horizonte); Musée d’art contemporain de Baie-Saint-Paul (Québec); Embaixada do Brasil na França (Paris), entre outras.

Suas obras estão em coleções públicas e particulares de destaque, como o MAM-RJ (Rio de Janeiro); Coleção Instituto Figueiredo Ferraz (Ribeirão Preto); Instituto Cultural Itaú (São Paulo); MAM-SP (São Paulo); Pinacoteca do Estado de São Paulo; Fundação Padre Anchieta / Metrópolis, São Paulo.

Posted by Patricia Canetti at 1:02 PM