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junho 29, 2019

Angela Od na Movimento, Rio de Janeiro

Já conhecida por sua técnica de bordados e trabalhos em linha, lã e tecido, Angela Od chega à Galeria Movimento Arte Contemporânea, em Copacabana, e apresenta uma nova proposta com a exposição Final Fantasy, que pode ser vista de 27 de junho a 20 de julho. A artista realizou trabalhos em vídeo, feitos por meio da computação gráfica, que permeiam fases, pequenos ciclos e epopeias de histórias comuns em seus bordados: o caráter narrativo do herói - que transita entre a idade média e a contemporaneidade de forma repetida -, personagem recorrente nas obras da carioca.

Com curadoria de Ulisses Carrilho, a exposição apropria-se do nome de um videogame para investigar a interdisciplinaridade entre as técnicas de bordado, pintura, desenho e a linguagem digital, e a tridimensionalidade do desenho projetivo através da computação gráfica, um meio de trabalho comum para a artista que fazia criações de peças e vinhetas para meios de comunicação de massa antes de se envolver com a pintura.

“Unem-se à linha dos contornos da imagem digital, sempre virtual, à linha que legitimamente perfura o plano do tecido repetidamente para compor um bordado, observa o curador.

Fantasia final remete ao fim do Herói, presente há anos no trabalho da artista. “Angela Od criou a alegoria da morte de seu personagem principal, O Cara da Espada, e une nesta mostra duas pontas de sua investigação”, explica Carrilho.

Sobre a artista

Com uso de bordado e trabalhos em linha, lã e tecido, Angela Od reflete em sua arte o estudo que mostra semelhanças entre a figura do herói da idade média e da contemporaneidade, mitos e símbolos passados. Através de densas tramas com fios aplicados uns em cima do outro, ela forma narrativas fantásticas com o herói periférico sendo confrontado por suas escolhas, e como elas influenciam diretamente em seu futuro. Com isso, a artista é capaz de mesclar linguagens através de símbolos presentes, existentes nos vídeo games, jogos de mesa, rituais religiosos, superstições e crendices populares.

Formada pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage e em Comunicação Social pela FACHA, Angela começou a expor seus trabalhos artísticos em 2013 com a mostra coletiva Mais Pintura, no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro. Desde então, ela passou pelo Espaço Ecco, em Brasília; na Arte Londrina 7, em Londrina; no Salão Nacional de Arte de Jataí, em Góias; e até mesmo em La Paz, na Bolívia, em 2016, entre outros. Em 2019, a carioca levou sua primeira individual, denominada Lavanda é a Cor mais Livre, para o Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP).

Também em Ribeirão Preto, a artista ganhou o Prêmio de Aquisição do 43º SARP, para as obras “Bestiário 2” e “Bestiário 3”, em 2019. Já em 2016, levou o Prêmio de aquisição para “O Cara da Espada em Ação 2”, no Salão de Arte de Vinhedo em São Paulo, e, na mesma cidade, foi agraciada com uma Menção Honrosa para o vídeo “A garota que não queria perder o controle”, na Galeria Transarte.

Posted by Patricia Canetti at 2:53 PM