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junho 7, 2019
Ópera performática Migrações na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Migrações - Ópera performática sobre a onda de migrações no mundo estreia no Parque Lage, com libreto de Geraldo Carneiro, direção de Duda Maia e música de Beto Villares e Armando Lôbo.
8 de junho de 2019, sábado, às 20h
Escola de Artes Visuais do Parque Lage - Salão Nobre
Rua Jardim Botânico 414, Rio de Janeiro
Ingressos online: R$ 100 | R$ 50 (meia)
No dia 8 de junho, às 20h, o salão nobre da Escola de Artes Visuais do Parque Lage retomará sua vocação original como palco da ópera performática “Migrações”. Com direção da premiada Duda Maia, libreto do poeta Geraldo Carneiro, música de Beto Villares e Armando Lôbo, o espetáculo traz no elenco a soprano Gabriela Geluda e a atriz Gabriela Luz. Os deslocamentos de milhões de pessoas em diferentes épocas, da mítica Tróia aos refugiados da Síria hoje, são o fio condutor da narrativa em cena. Com apoio cultural da Oi e Oi Futuro, o espetáculo é uma realização de Gabriela Geluda.
Idealizador do espetáculo, Geraldo Carneiro se encantou com a experiência de fazer o libreto de “Na boca do cão” (um projeto pessoal de Gabriela Geluda) e, desta vez, o convite e o tema partiram dele. “Os fluxos migratórios sempre existiram. Esses movimentos são motivo de fascínio e terror, desde a Guerra de Tróia à diáspora africana. Queria falar da necessidade de transformar a migração numa preocupação permanente, mas de forma poético-alegórica. Não queria uma obra naturalista. É preciso abrir as fronteiras do conhecimento, do afeto, compreender que existe o outro e que ele precisa ser compreendido na sua diferença. As migrações são permanentes, mas as fronteiras são sempre provisórias.”
“Migrações” mistura música, dança e teatro num formato bem diferente das óperas tradicionais, buscando o conceito da ópera performática, onde a cena passa ser uma experiência para o espectador, sem a obviedade de uma história com começo, meio e fim. Mas trazendo imagens e sonoridades que conduzam o público a uma dramaturgia particular. Com quase 30 anos de experiência como soprano solo das óperas de Jocy de Oliveira, Gabriela Geluda acredita na importância de levar a ópera a um público mais diverso, ampliando os limites dentro do gênero.
“Investimos numa composição inédita e trabalhamos com uma equipe reduzida. Assim, faremos uma temporada mais longa que a de uma ópera tradicional”, explica Gabriela, que também exalta a importância da temática do espetáculo. “Minha família é de origem judaica, meus avós são judeus e vieram para o Brasil fugindo da Segunda Guerra. Tenho três avós poloneses e uma alemã. Migrar para sobreviver é algo bastante forte na minha família”, conta a artista que, além de estar em cena, assina a realização do projeto.
Composta pelo produtor musical e compositor paulista Beto Villares, com composições e arranjos do artista pernambucano Armando Lôbo, a música inédita
permeia o espetáculo no limiar entre uma ópera e um espetáculo com uma trilha. Com experiência em criar para o cinema (como “Xingu”, “Bingo, o rei das manhãs” e “Filhos do Carnaval”), Beto viu no convite feito por Geraldo um desafio profissional. “É um universo totalmente diferente de tudo que eu já vivi. É a primeira vez que eu componho para uma cantora lírica, e a troca com a Gabriela durante o processo de criação foi muito importante”, conta. “A emoção que eu queria passar é de uma beleza com desamparo, tristeza e seriedade.” O trio formado por Cesar Bonan (clarinete e clarone), Daniel Silva (cello) e Rodrigo Foti (vibrafone).
Os poemas do libreto abordam questões brasileiras e mundiais sobre os processos migratórios. As cenas são conduzidas pela soprano e atriz Gabriela Geluda e a bailarina e atriz Gabriela Luiz, que carrega em seu corpo experiência com danças populares e urbanas e capoeira. Elas se multiplicam criando diferentes corpos e vozes. Entre as obras que serviram de inspiração na construção do espetáculo, a diretora Duda Maia destaca documentários com cenas fortes sobre o tema: “Human flow”, do artista e ativista chinês Ai Weiwei; e “Os capacetes brancos”, do britânico Orlando von Einsiedel.
“Alguns fatos me chamaram a atenção para esse tema. O número de refugiados, quase 70 milhões, é algo que espanta. Eles não têm lugar, pesquisamos muito para construir uma fisicalidade que trouxesse uma experiência sensorial de falta de espaço, opressão e abrigo, dentro de uma encenação poética. Falar dessa dureza com beleza. Na cena, nos corpos, na fala, na música e na plasticidade”, diz.
FICHA TÉCNICA
Poema/Libreto: Geraldo Carneiro
Música: Beto Villares e Armando Lôbo
Canções: Geraldo Carneiro e Beto Villares
Orquestração: Armando Lôbo
Direção: Duda Maia
Intérpretes:
Soprano/atriz: Gabriela Geluda
Bailarina/atriz: Gabriela Luiz
Músicos: Cesar Bonan (clarinete); Daniel Silva (cello); Rodrigo Foti (vibrafone)
Produção Executiva: Mariana Chew
Cenografia: Julia Deccache
Cenotécnico: André Salles
Figurino: Rocio Moure
Iluminação: Renato Machado
Sonorização: Pro Audio
Projeto Gráfco: Patrícia Clarkson e Camilla Mattos
Fotos: Renato Mangolin
Assessoria de imprensa: Mônica Villela