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maio 22, 2019
Hiato na Sim Galeria, São Paulo
A Sim Galeria traz a coletiva Hiato, com trabalhos de Hélio Oiticica, Juan Parada, Lais Myrrha, Ricardo Alcaide e Sam Moyer. Michelle Sommer, que assina o texto expositivo, parte dos Metaesquemas de Hélio Oiticica para discorrer sobre a ideia de interrupção de continuidade. Segundo a curadora, “Nestas produções artísticas, entre a ruptura da estrutura formal da composição pictórica e o vir a ser do espaço extra-pictórico ambiental, reside um hiato. Na abertura, fenda, lacuna, está a interrupção do padrão de um acontecimento contínuo para a confirmação da continuidade dos processos ambíguos”, afirma. Ao evitar abordagens formais e enquadramentos rígidos, a mostra abre caminho para a experimentação e novas linguagens, algo presente em seu conjunto de obras.
Enquanto Juan Parada e Hélio Oiticica compartilham em suas práticas investigações sobre tempos de duração, Laís Myrrha desenvolve o conceito de desconstrução em elementos construtivos ou de desordem frente uma suposta ordem ou ainda sobre o estado transitório e finito das coisas. Já Ricardo Alcaide apresenta uma instalação inédita além de outra obra que, segundo Sommer, se relacionam com as problemáticas urbanas levantadas por Oiticica, ao ativarem “a memória viva do formalismo modernista, em um presente resistente, que tem sua estabilidade friccionada e está em constante limiar da queda”, explica. Por último, Sam Moyer apresenta Grid for Hélio (2019) e Ryōan-ji Path (2019), obras de materialidade minimalista que passeiam entre a pintura e a escultura propondo, segundo a curadora, um “híbrido equilíbrio dinâmico”.