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maio 8, 2019
Monica Piloni na Zipper, São Paulo
A exposição individual Ciclo, primeira de Monica Piloni na Zipper Galeria, se situa em algum ponto entre o corpo e o objeto, a escultura e a instalação, o erotismo e o bizarro. A mostra reúne novos trabalhos da artista que distorcem o corpo humano com desmembramentos, omissões ou multiplicação de elementos, gerando formas não naturais, frequentemente incômodas.
A mostra expressa as permanências e as transformações em curso no trabalho desta artista que tem na representação do corpo o seu ponto de partida. Uma das obras, em especial, representa estes dois estágios: em “Gangorra”, a maior na exposição, duas figuras humanas se debruçam em cada uma das pontas de uma mesa, que, num ciclo incessante, oscila como uma gangorra. A inserção de objetos cênicos – como um espelho, um livro que se torna um biombo e mobiliários invisíveis – e a concepção instalativa indicam a transição por que o trabalho dela passa.
No campo das permanências, Monica Piloni mantém o processo de ser o modelo vivo em seu trabalho. A partir de moldes produzidos no próprio corpo da artista, a anatomia original é modificada. Resulta, muitas vezes, que aquelas figuras passem a não ser mais identificados como corpos, mas como objetos, por veze seres misteriosos e desconhecidos. “O dado do irreconhecível é algo que me move. Investigo se há um prazer por trás do medo. Meu trabalho depende da reação do público. Eu preciso desta resposta, deste espelho”, ela afirma.
A exposição “Ciclo” inaugura no dia 11 de maio, às 12h, e fica em cartaz até 8 de junho.
Sobre a artista
Em esculturas, objetos e fotografias, Monica Piloni (Curitiba, Brasil, 1978) distorce o corpo humano com desmembramento, omissão ou multiplicação de elementos, que geram uma forma perturbadora e não natural, muitas vezes mórbida. Seu trabalho, ao mesmo tempo, questiona a sexualização da figura feminina e instiga sensualidade, por meio de corpos nus distorcidos que repelem e atraem. Entre suas exposições individuais, destacam-se “Monica…”, Epicentro, São Paulo, em 2017, e a intervenção urbana “Ilegais”, na Rua da Aurora, em Recife, em 2014. Participou de mostras coletivas como "Demasiado Pasolini”, Biblioteca Mário de Andrade (2015); TRIO Bienal, MNBA, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (2015); “Nova escultura brasileira”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro (2011), "O Colecionador de Sonhos" Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto (2011), entre outras. Seu trabalho figura em importantes coleções brasileiras, como Inhotim, MAC Niterói e Instituto Figueiredo Ferraz.