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abril 9, 2019
Zip’Up: Marilde Stropp na Zipper Galeria, São Paulo
Fotografia, chumbo e gravura fundem-se nas obras híbridas de Marilde Stropp reunidas em Tempo Quando, exposição individual da artista na Zipper Galeria, abrigada no programa Zip’Up. Com curadoria de Eder Chiodetto, a mostra apresenta 20 trabalhos inéditos, entre fotografias, objetos, instalação e livros de artista. A mostra inaugura no dia 13 de abril e fica em cartaz até 4 de maio.
O trabalho de Marilde revela uma poética original ao investigar pontos de contato e colisões entre linguagens como fotografia, objeto e gravura e materiais como chumbo, papel e tecido. “É por meio desse amálgama que ela consegue nos levar para um território inesperado de grandes embates entre formas, texturas e tonalidades gris, sintetizando sensações que apontam para a passagem do tempo e a matéria daquilo que fica impregnado na paisagem e na memória", comenta o curador Eder Chiodetto.
O título da exposição foi inspirado no poema “Poética” (1954), de Vinícius de Moraes, que diz: : “Passo por passo: / Eu morro ontem / Nasço amanhã /Ando onde há espaço: / - Meu tempo é quando”. “A fotografia me faz enfrentar o desmedido das imagens, criar o provável, ver o que existe se o invisível fosse visível. As imagens são interrogações que me levam a investigar os significados do tempo”, afirma a artista.
Idealizado em 2011, um ano após a criação da Zipper Galeria, o programa Zip’Up é um projeto experimental voltado para receber novos artistas, nomes emergentes ainda não representados por galerias paulistanas. O objetivo é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores independentes e o público, dando visibilidade a talentos em iminência ou amadurecimento. Em um processo permanente, a Zipper recebe, seleciona, orienta e sedia projetos expositivos, que, ao longo dos últimos seis anos, somam mais de quarenta exposições e cerca de 60 artistas e 20 curadores que ocuparam a sala superior da galeria.
Sobre a artista
A produção de Marilde Stropp (1943) fica no limite entre a fotografia e o objeto, desenvolvendo obras híbridas que, muitas vezes, fundem linguagens como fotografia, objetivo e gravura e suportescomo chumbo, papel e tecido. Principais exposições: 6º Festival de Fotografia de Tiradentes (2016); Constelações, Intermitências e alguns Rumores, Curadoria Eder Chiodetto e Fabiana Bruno, Zipper Galeria, São Paulo (2015); Livro de Artista, Casa Contemporânea, São Paulo. (2014); Escenarios de mujer, exposição coletiva Brasil-Argentina-Colômbia-Cuba. (2013); Escenarios de mujer, exposição coletiva Brasil-Argentina-Colômbia. (2012); Uma coisa são duas, Galeria Impar, São Paulo. (2011); O Lado de Dentro, Galeria Ybakatu, Curitiba. (2009).
Sobre o curador
Eder Chiodetto é curador especializado em fotografia, com mais de 70 exposições realizadas nos últimos 10 anos no Brasil e no exterior. Mestre em Comunicação e Artes pela ECA/USP, jornalista, fotógrafo, curador independente e autor dos livros O Lugar do Escritor (Cosac Naify), Geração 00: A Nova Fotografia Brasileira (Edições Sesc), Curadoria em Fotografia: da pesquisa à exposição (Ateliê Fotô/Funarte), entre vários outros. Nos últimos anos tem realizado a organização e edição de livros de importantes fotógrafos como Luiz Braga, German Lorca, Criatiano Mascaro, Araquém Alcântara e Ana Nitzan, entre outros. É curador do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM-SP desde 2006.